Eu não ajudo a minha esposa
Uma declaração linda de um marido sobre a participação em casa.
Tenho um casal de amigos, Altina Pereira (de solteira) e Daniel Ferreira dos Santos. Conheci os dois quando éramos adolescentes e eles nem namoravam. Namoraram, casaram, tiveram filhos. Em algum momento da vida nos distanciamos depois nos reencontramos. Daniel é excelente com computadores e por muito tempo foi o meu suporte. Sempre que precisava era a ele que recorria. Agora eles mudaram e, novamente perdemos contato.
Porém, apesar da distância física, as redes sociais nos mantem próximos de alguma forma. Ontem, navegando pelo Facebook, vi post do Daniel que chamou minha atenção. Li até o final e não pude deixar de reproduzir aqui, porque é um exemplo de conduta de companheiro, marido, pai. Enfim, exemplo de homem. Vejam:
“Um amigo veio à minha casa tomar café, sentamos e conversamos, falando sobre a vida. A certo ponto da conversa, eu disse: “Vou lavar os pratos e volto num instante”.
Ele olhou para mim como se eu lhe tivesse dito que ia construir um foguete espacial. Então me disse, com admiração mas um pouco perplexo: “Ainda bem que você ajuda a sua mulher, eu não ajudo porque quando eu faço a minha mulher não elogia. Ainda na semana passada lavei o chão e nem um obrigada.”
Voltei a sentar-me com ele e lhe expliquei que eu não ‘ajudo’ a minha mulher. Na verdade, a minha mulher não necessita de ajuda, ela tem necessidade de um companheiro. Eu sou um sócio em casa e por via dessa sociedade as tarefas são divididas, mas não se trata certamente de uma ‘ajuda’ com as tarefas de casa.
Eu não ajudo a minha mulher a limpar a casa porque eu também vivo aqui e é necessário que eu também a limpe.
Eu não ajudo a minha mulher a cozinhar porque eu também quero comer e é necessário que eu também cozinhe.
Eu não ajudo a minha mulher a lavar os pratos depois da refeição porque eu também uso esses pratos.
Eu não ajudo a minha mulher com os filhos porque eles também são meus filhos e é minha função ser pai.
Eu não ajudo a minha mulher a lavar, estender ou dobrar as roupas, porque a roupa também é minha e dos meus filhos.
Eu não sou uma ajuda em casa, eu sou parte da casa. E no que diz respeito a elogiar, perguntei ao meu amigo quando foi a última vez que, depois da sua mulher acabar de limpar a casa, tratar da roupa, mudar os lençóis da cama, dar banho em seus filhos, cozinhar, organizar, etc., ele lhe tinha dito obrigado?
Mas um obrigado do tipo: Uau, querida!!! Você é fantástica!!!
Isso te parece absurdo? Está te parecendo estranho? Quando você, uma vez na vida, limpou o chão, você esperava no mínimo um prêmio de excelência com muita glória… Porquê? Nunca pensou nisso, amigo?
Talvez porque para você, a cultura machista tenha mostrado que tudo seja tarefa dela.
Talvez você tenha sido ensinado que tudo isto deva ser feito sem que você tenha de mexer um dedo? Então elogie-a como você queria ser elogiado, da mesma forma, com a mesma intensidade. Dá uma mão, SE COMPORTE COMO UM VERDADEIRO COMPANHEIRO, NÃO COMO UM HÓSPEDE que só vem comer, dormir, tomar banho e satisfazer as necessidades sexuais… Sinta-se em casa. Na sua casa.
A mudança real da nossa sociedade começa em nossas casas, vamos ensinar aos nossos filhos e filhas o real sentido do companheirismo!”.
Parabéns Daniel, que lição!
Isabela Teixeira da Costa