Escola de Princesas

pernacruzadaFoi chegando aos poucos, mas a Escola de Princesas pegou e ensina muito mais do que boas maneiras.

Com a vida corrida das mães e a modernidade despojada da contemporaneidade, uma atividade que tinha caído em desuso desde os anos 90 voltou e tem crescido no país, a Escola de Princesas.

A proposta passa pelo ensino de boas maneiras e etiqueta social, porém vai muito além, ensinado para as meninas princípios e valores. Como eles explicam, toda criança tem o sonho de se tornar uma princesa, mas isso não ocorre simplesmente usando um vestido extravagante e uma tiara brilhante.

Ser princesa é ter confiança para ser melhor, ter caráter e comportamento de princesa. “A Escola de Princesas é um projeto criado para levar ao coração de meninas valores e princípios morais e sociais que as ajudarão a conduzir sua vida com sabedoria e discernimento. É sobre tratar todos com bondade e generosidade, ter valores e princípios imutáveis independentes de modismos, assim como acreditar em si mesma e em seus sonhos”, explicam os idealizadores. Além do curso de etiqueta e comportamento, resgata valores éticos e morais em crianças e jovens de 4 a 15 anos.

Os cursos ensinam desde os valores, passando por organização, higiene pessoal, maquiagem, etiqueta, etc. E tem também espaço para festas e eventos, desde chá até festas maiores. Muito bem bolado. Acho a proposta interessante, porque tenho visto crianças tão mal-educadas e sem limites, e pais tão permissivos, que uma passadinha por lá iria fazer muito bem a elas.

Na minha época de adolescência, existia na cidade a Socila Escola (não confundam com a rede de salão de beleza). Pelo que sei, a carioca Maria Augusta Nielsen fundou a Socila em 1953 para ensinar moças a serem elegantes. Preparava para ser miss e modelo. Em 1954, aceitou o convite de Sarah Kubitschek – mulher do então presidente da República, JK –  para preparar as filhas Maria Estela e Márcia para o début em Versailles.

Pronto, ficou famosa. Teve sua profissão reconhecida. Abriu filiais Brasil afora, foi a precursora do franchising, e funcionou com todo o requinte até os anos 70. Aqui em Belo Horizonte, a Socila Escola ficou aberta até final da década de 90.

Tinha dois cursos: Aperfeiçoamento Social e Modelo. No primeiro, as meninas aprendiam etiqueta social, ou seja, chegar e sair de um ambiente, cumprimentar as pessoas, etiqueta à mesa: como servir uma mesa e se portar nela. Aquela história de qual talher para qual prato, qual taça para qual vinho, etc. No segundo, ensinavam postura, andar, desfilar, assentar e até mesmo como se vestir. Naquela época não podia passar de três cores; hoje, a moda mudou muito, as estampas dominam, mesmo assim não é para qualquer pessoa. E a combinação de sapato com bolsa era obrigatória. Ir à igreja com decotes grandes ou roupas curtas, nem pensar. Usar roupas chamativas para o trabalho era outro crime. Pelo que soube, as amigas Paula Couri e Beth Fontes reabriram, este ano, a Socila Escola em novo formato e ministram curso para grupos fechados.

Nunca frequentei a Socila porque minha mãe nos ensinou tudo isso, porém tive muitas amigas que fizeram o curso. Quando chegava a uma festa, percebia na hora quem era da Socila: assentavam com pernas cruzadas de lado e mãos postas do lado contrário com a bolsa. Tenho que confessar que me dava muita vontade de rir. Mas que era elegante, isso era.

Durante anos, o saudoso colunista social do Estado de Minas Eduardo Couri promoveu a festa Glamour Girl, onde era eleita a moça mais charmosa da alta sociedade belo-horizontina. Todas as oito candidatas tinham que passar pela Socila. Era lá que treinavam o desfile. Durante os meses que antecediam o concurso, vários casais abriam suas casas para grandes recepções em homenagem às garotas. Todas se portavam como verdadeiras ladies, by Socila.

Saudades daquele tempo…

Serviço:

Escola de Princesas BH
R. Terra, 271, Santa Lucia
Email: bh@escoladeprincesas.net
Fone: 31 3656 5877
Celular/WhatsApp: 31 98056196

Isabela Teixeira da Costa

  • Realmente nos tempos de hoje as meninas não estão bem educadas.
    Tomare que ajude algumas mães.

  • Isabela, Adorei a crônica sobre a Escola de Princesas. Na minha infância cursamos a Socila Escola que vc comentou. Tenho sentido muita falta de um curso assim até nas repórteres de televisão Assisti um programa que o entrevistado não podia olhar na direção da repórter pela maneira como ela estava mal sentada…
    Adorei seus comentários pois sempre observo estas falhas na juventude de hoje – quanto a maneira como se comportar, vestir etc…Vc é muito mais nova que nós aqui em casa mas a Mavie até representou Barbacena neste evento do Eduardo Couri e o curso da Socila a ajudou bastante e a nós quando morávamos no Rio, àquela época capital do país. Parabéns mais uma vez, por favor não mude – são de cronicas como as suas que nossa sociedade está precisando.

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