Efeitos positivos da cirurgia bariátrica

Por que protelamos certas coisas na vida que poderíamos ter feito muito antes, e com isso seríamos felizes mais cedo?

Ilustração Son Salvador

Tem coisas que demoramos a fazer e depois que tomamos a atitude pensamos por que não fizemos antes. Para quem não sabe, dia 30 de janeiro fiz uma cirurgia bariátrica com o dr. Marcos Eduardo Martins da Costa. Preciso dizer quem foi o responsável, pois o sucesso foi tão grande, que o crédito merece ser dado. Depois de nove meses de operada, saí dos 91 quilos e cheguei na casa dos 53,6, abandonei o manequim 48 e hoje visto 38 e até 36. Estou me sentindo tão bem, que muitas vezes penso do por que demorei tanto a fazer a cirurgia.
Quero esclarecer que nunca fui obesa mórbida. Era gorda, já entrando na obesidade, mas o que me levou à cirurgia foi a saúde. A maioria das mulheres da família passam a ter o diabetes 2 após os 50 anos e minha glicose já estava em 105. Um especialista já havia me tachado de diabética, porém estava conseguindo controlar a glicose apenas com a alimentação. O colesterol estava alto e tinha princípio de artrose nos dois joelhos (isso não regride), sem contar a lesão por estresse na perna esquerda que médico nenhum conseguiu explicar, já que esse problema é típico de maratonista e eu sempre fui o pai e a mãe do sedentarismo. Diante de tantos problemas, a cirurgia bariátrica se tornou a solução ideal. Por tabela, tive um ganho estético espetacular.
Se tive medo no início? Não, uma certa cautela. Conheço uma centena de pessoas que passaram pelo processo e que estão muito bem, outras que acabaram engordando novamente e, por isso, sabia bem o que pode ocorrer no pós-operatório. Meu medo era nas semanas após a cirurgia, o ficar sem mastigar por vários dias. Coloquei o problema nas mãos de Deus e encarei o desafio. Estava na mão do melhor cirurgião, do melhor hospital – operei no Mater Dei –, e Deus no comando. Não senti nada. Sucesso é pouco perto de como tudo fluiu tão bem. Dor no primeiro dia, náusea no segundo, fatos que a medicação debelou com rapidez. Pronto.
Fui para casa e nunca mais senti nada. Encarei a alimentação liquida na maior tranquilidade, introduzi os sólidos com facilidade. Estou começando a comer um pouco mais, porém tem dias que a comida não desce bem. Fico atenta para não passar longos períodos sem me alimentar e sempre como uma fruta. Estou ótima. A única coisa ruim é que as unhas ficam fracas e o cabelo cai muito, mas tudo é recuperável.
A autoestima vai lá em cima. Cada elogio que recebo, cada roupa P que experimento e cai como uma luva são um afago no meu ego. É engraçado encontrar na rua com pessoas que estão cansadas de conviver comigo e simplesmente não me reconhecem. Faz parte, tenho que me reapresentar. Aí é um susto cheio de elogios. Se é verdadeiro ou falso, não me importa, tenho espelho e o que vejo e sinto é o que conta.
Semana passada estava com uma prima de fora de BH e fomos a uma loja. A caixa era uma jovem linda, de 29 anos, e bem obesa. Eu não ligo e não ponho reparo, afinal, já estive naquele lugar. Mas conversa vai conversa vem, comentei que não poderia mostrar meu braço porque estava despencado (não estou reclamando, apenas constatando fatos), e perguntaram por quê. Expliquei e a curiosidade veio na hora. Todas querendo saber como eu era quando estava com mais peso, já que não conseguiam me imaginar gordinha. Busquei fotos antigas nas minhas redes sociais e o queixo delas caiu. A moça que fica no caixa esticou o assunto. Pronto, deu corda, entrei de sola. Contei minha experiência, indiquei o médico. Todas as colegas incentivaram. Acho que vai marcar uma consulta. Disse a ela que, quanto mais cedo, melhor. A qualidade de vida é outra. Não justifica esperarmos perder a saúde para tomarmos uma atitude. #fica a dica.

* Isabela Teixeira da Costa

Crônica publicada no Caderno de Cultura do Estado de Minas

    • Falei o que estou vivendo. Até agora, de negativo, apenas unhas fracas que já se recuperaram e a queda excessiva de cabelo, que estão nascendo, mas continuam caindo, em menor quantidade. Não estou com déficit de vitaminas, estou saudável, bem disposta, não sinto nada. Como falar algo negativo, se não passei por nenhum deles?

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