Como notar os sinais de Alzheimer? 

alzheimerAlzheimer é a forma mais comum de demência no idoso.

A doença de Alzheimer foi descrita pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, em 1906. É um processo degenerativo do sistema nervoso central que atinge, em geral, pessoas acima dos 65 anos de idade. Segundo o psiquiatra Mário Louzã, o desenvolvimento da doença ocorre quando o cérebro produz a proteína tau (intracelular) e o peptídeo beta-amiloide. Essas substâncias são tóxicas para os neurônios, que acabam morrendo com o tempo. A perda neuronal leva à progressiva redução da massa cerebral e, consequentemente, aos sintomas da doença.
Mário Louzã explica as fases do desenvolvimento da doença: “Nas fases iniciais, os sintomas mais importantes são as falhas progressivas de memória de fatos recentes, enquanto os antigos ficam preservados. Muitas vezes, faz a mesma pergunta repetidamente, ouve a resposta, porém, logo se esquece e pergunta de novo.
“A medida que a doença progride, a pessoa começa a ter dificuldade para se orientar no tempo e no espaço. Ela pode se perder ao sair na rua para ir a um lugar conhecido, e depois não achar o caminho de volta. Outros sintomas são alterações do sono, agitação ou apatia, e até quadros psicóticos. Na fase final da doença, o paciente perde a capacidade de se expressar, não reconhece nem os familiares e não consegue mais cuidar de si mesmo, demandando a presença de cuidadores em tempo integral”.

Mário Louzã / Divulgação
Mário Louzã / Divulgação

Segundo o médico, ainda há dúvidas e controvérsias sobre as causas do Mal de
Alzheimer. “Uma das certezas é que a genética é um dos fatores influenciadores. O sistema nervoso central produz uma proteína chamada apolipoproteína E (ApoE). Essa proteína tem algumas sub-formas, e a presença do alelo E4 do gene da apolipoproteína E (ApoE4) é considerado fator de risco elevado para o desenvolvimento da doença. Outros fatores que podem estar envolvidos na doença de Alzheimer é a presença de
radicais livres (chamado stress oxidativo), diabetes, traumatismos cerebrais e elevação da homocisteína, um aminoácido presente no sangue que está relacionado com o surgimento de doenças cardiovasculares”, explica.
“Na doença de Alzheimer, há uma redução importante de um neurotransmissor chamado ‘acetilcolina’. A maioria dos medicamentos usados no Alzheimer aumenta a quantidade deste neurotransmissor no cérebro. Estes medicamentos não recuperam o que já foi perdido (ou recuperam muito pouco), mas são úteis para reduzir a velocidade da progressão da doença. Além do tratamento medicamentoso, os cuidados com a saúde física, com a organização do ambiente do paciente e com a aplicação de atividades que auxiliem na memória (leituras, jogos e informações que irão incentivar o exercício mental) contribuem para manter a qualidade de vida do paciente”, orienta Mário Louzã.

Isabela Teixeira da Costa

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