Com que roupa eu vou

vestidoSaber que roupa usar em cada ocasião sempre é um dilema para a mulheres – atualmente, para a maioria dos homens também –, sobretudo nestes dias de clima abafado, com altas temperaturas e sensação térmica maior ainda.

Mesmo que a pessoa não tenha consciência disso, a vestimenta é ferramenta de marketing pessoal. Quem não para na hora de escolher muito bem a roupa que vai para uma entrevista de emprego? Quanto tempo uma moça gasta para escolher seu vestido de noiva? Quantas roupas uma menina apaixonada troca quando está se aprontando para sair com seu boy magia?

Porém, o que mais vemos são constantes equívocos. Tá certo que a moda de hoje é muito mais elástica. Por sinal, estar na moda é ter seu próprio estilo e personalidade para se vestir. Mas não abro mão do bom senso em nada na vida – nem mesmo no vestuário. Concordo: há dias em que queremos estar mais despojados, embora nem mesmo nessas ocasiões devamos aderir ao universo do ridículo. Sou defensora das pessoas se assumirem e se amarem com o corpo que têm, mas cada um deve se vestir apropriadamente para o seu biotipo e para o local que vai frequentar.

Várias empresas adotam termos de conduta, estabelecendo alguns itens que não podem ser usados no trabalho: rasteirinhas (sandálias que não prendem o calcanhar), tênis, shorts, bermudas, camisetas regatas e bonés. Outras não estipulam regras por escrito, mas elas estão implícitas na postura profissional. Quando um candidato vai participar do processo de seleção, veste bermudas, boné, chinelo e camiseta regata? E elas? Vão de microssaia, barriga de fora e soutien aparecendo? Pois é isso que deve ser colocado na balança. Mulheres que usam de barriga de fora, na maioria das vezes estão acima do peso. Nesse caso, o visual, além de inapropriado, não é nada agradável.

Com o calor, claro, o melhor é usar roupas leves, mas sem parecer desleixado. Porém, o cuidado deve ser redobrado, pois a maioria das roupas de verão tem decotes profundos, transparência, é curta e justa, deixa alças de sutiã à mostra. Vestidos são de um ombro só ou tomara que caia. Tudo isso deve ser evitado no ambiente de trabalho.

Assisto a vários programas de moda na televisão, muitos deles voltados para escolha do vestido de noiva. É impressionante: 90% das moças querem tomara que caia justos, que mostrem as curvas do corpo e que sejam bem sensuais. Mais da metade delas, porém, está bem acima do peso. Fico pensando: que curvas desejam exibir? Será que não percebem que o modelo não favorece o corpo das mais cheinhas?

E quando as pessoas vão a um coquetel vestidas para um baile de gala? Dá arrepios de tanta aflição. Realmente as pessoas não sabem mais que tipo de roupa vestir em cada ocasião. Curtos, transparência, brilhos e barriga de fora devem ser deixados para uso na balada, quando a moçada vai curtir a noite e ser feliz. Hoje em dia, ninguém se produz só porque está interessado em alguém. As pessoas se produzem para si mesmas – e isso é muito legal. O pessoal sai para se divertir e, se rolar algo mais interessante, rolou. Só acho que poderia ser com um pouco mais de consciência e critério. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

Crônica publicada no Caderno EM Cultura do Estado de Minas, 18/2/16, na coluna da Anna Marina

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