Cirurgia plástica: bom senso é fundamental

O cirurgião plástico Ronan Horta. Foto Euler Júnior/D.A.Press
O cirurgião plástico Ronan Horta. Foto Euler Júnior/D.A.Press

Não são poucas as pessoas que fazem cirurgia plástica e maior ainda são as que sonham em fazer.

Ninguém está satisfeito consigo mesmo. O nariz é grande, pequeno, de batata, achatado. O cabelo é liso, anelado, grosso ou muito fino. O busto é pequeno ou grande. Tem queixo, não tem. Quer covinha. E por aí vai.

Antes a vaidade, ou melhor, a coragem era das mulheres, mas o tempo passou e há bastante tempo os homens deixaram de lado o pudor e embarcaram na onda. Até aí, tudo bem.

O problema é quando se perde a noção e o limite. Mulheres com 30 anos fazendo plásticas desnecessárias. Dá na veneta, vai ao médico e pronto, muda alguma coisa no visual. E os preenchimentos? Estamos na moda do fofão. Quantas mulheres estão a cara do famoso cachorro do extinto Balão Mágico? Fico triste de ver, principalmente porque a maioria delas eram pessoas lindas.

Tira costela para a cintura afinar e põe prótese na mama e no glúteo para ficar com o corpão violão. Há uns anos encontrei com uma amiga e fiquei chocada, tinha feito uma plástica e o cirurgião fez um corte entre a sobrancelha e o cabelo. Quis morrer. Como alguém deixa se retalhar dessa forma.

E a pálpebra? Outro problema. Fazer com cirurgião plástico ou com oftalmologista? Já vi resultados bons e ruins com os dois profissionais. O problema é que quando dá errado, como consertar? Tenho uma amiga que o olho ficou caído embaixo. Irreconhecível e sem jeito de melhorar.

Para não ficar aqui falando abobrinha e achômetro, liguei para um grande amigo que, para mim, além de excelente cirurgião plástico, é ético e criterioso: Ronan Horta. Fui esclarecer todas as minhas dúvidas sobre as questões que expus acima.

Já descobri que mineiro não é muito de aumentar o bumbum. Gluteoplastia é mais recorrente no Rio de Janeiro. Por aqui, as intervenções cirúrgicas estéticas mais procuradas são as de mama, lipoaspiração, facelifting, nariz e abdominoplastia, principalmente para ex-obesos. Pessoas mais jovens também fazem muito a reparação da famosa orelhinha de abano.

Quem faz cirurgia de mama, na maioria das vezes coloca prótese para preenchimento, ou então a mastopexia com prótese, que é a colocação da prótese para repor volume e retirada de excesso de pele em mulheres acima de 35 – 40 anos, depois que amamentaram os filhos e tiveram perda de conteúdo mamário.

Para Ronan Horta, o crime é o preenchimento com o PMMA, que só é indicado para casos raros, mas tem sido usado à revelia. “O índice de problemas causados pela aplicação deste preenchimento é altíssimo e de difícil solução. Ele é pesado, migra no rosto, gravita, e por isso a feição da pessoa muda, dando este aspecto que você cita como ‘fofão’. E ainda pode dar uma reação granular. Outro preenchimento perigoso é o ácido polilático”, alerta o cirurgião.

“O problema é que o sonho da pessoa está muito longe da realidade, é preciso ter bom senso. Quando vai a um cirurgião plástico e ele concorda com tudo, não coloca nem uma vírgula, não pondera nada, abra o olho, algo está errado. Se a promessa é muito grande, desconfia, porque não vai conseguir cumprir”, diz Horta.

Para ele, o ideal é ouvir mais de um médico e escolher o que combina mais com o jeito e a personalidade da pessoa, já que temos várias condutas diferentes. Médicos que estudaram na Europa, Estados Unidos, em diversas partes do Brasil.

É como diz o ditado: bom senso e caldo de galinha não faz mal a ninguém.

Isabela Teixeira da Costa

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