Cada macaco no seu galho: chame um profissional
Não sei por que as pessoas têm o péssimo hábito de não valorizar o profissional, seja ele de qual área for. Sempre acham que podem fazer sozinhas aquilo que demanda um profissional para que o trabalho saia bem feito.
Outro dia, um fotógrafo me contou que apresentou orçamento para um trabalho. O cliente achou caro e respondeu que pelo preço compraria uma câmera e faria o serviço. Dias depois, recebeu telefonema do tal cliente perguntando se ele não executaria o trabalho em troca de uma câmera. Parece piada.
O mesmo ocorre com arquitetos. Muitos acham que conseguem fazer o projeto, principalmente quando se trata de reforma. Derruba aqui, constrói ali, e por aí vai. Mas não é bem assim, muitas vezes o barato sai caro. A obra pode ficar super ou subdimensionada nos custos e ainda corre risco de possíveis acidentes o que pode ser catastrófico.
Quando a Jornada Solidária Estado de Minas mudou sua forma de atuação, passando a executar reformas nas creches beneficiadas, a presidente do programa e eu visitávamos as creches, víamos o que precisava ser feito e a atrevida aqui começava a definir. “Vamos derrubar esta parede, passar o banheiro para o outro lado, ampliar a cozinha, aumentar a janela, etc., etc., etc.”. Certa vez, falei para derrubar uma parede e uma voz delicada, mas muito firme, disse atrás de mim: “Você já ouviu falar em parede de sustentação?”, me virei e respondi na maior sinceridade e preocupação que não, e perguntei quem era ela. Tratava-se de uma arquiteta, Izabela Alves Torres, de quem fiquei amiga depois. Neste momento, vi que andava cometendo muitas loucuras, tudo para economizar dinheiro da Jornada e ganhar tempo. Mas isso foi há quase 20 anos.
Desde então, sempre conto com a ajuda e parceria das arquitetas Germana Giannetti, a equipe de Tânia Salles, Ana Paula Rolphs, e outras tantas que sempre se colocam à disposição para ajudar a Jornada.
A prova que contratar um profissional é mais vantajoso e totalmente acessível veio com a notícia veiculada há algum tempo no Estado de Minas e em toda a imprensa nacional. A casa da diarista paulista Dalvina Borges Ramos ganhou um prêmio internacional de arquitetura.
Depois de perder sua casa, ela contratou um arquiteto para projetar a nova residência. Tinha R$ 150 mil para tudo – projeto e construção -, fruto de suas economias de 30 anos de trabalho. A casa na Vila Matilde, na Zona Leste de São Paulo, venceu na categoria Casa do Prêmio Internacional Building of the Year 2016, do site Archdaily, que elege as 14 melhores construções de todo o mundo.
Nos 95 metros quadrados de área construída, ficam dois quartos, cozinha, sala de TV e jantar, além da garagem. No andar superior, foi projetada uma suíte para visitas e sobre a laje da sala foi colocada uma horta. A casa foi toda feita em bloco aparentes e o chão é de concreto, com muita iluminação, ventilação e pé-direito alto.
Isabela Teixeira da Costa
1 Comentário para "Cada macaco no seu galho: chame um profissional"
Excelente o texto Isabela! Realmente o mercado muitas vezes aja desta maneira principalmente com os profissionais de decoração! Parabéns! Sucesso!