Comando feminino

Ilustração Son Salvador
Ilustração Son Salvador

Estão reconhecendo o valor empresarial da mulher.

Parece que o mundo empresarial resolveu, até que enfim, reconhecer as qualidades empresariais da mulher. Não sou feminista nem machista. Sou pelo ser humano, por sua capacidade pessoal, independentemente de seu sexo. Porém, nunca me conformei com as regras empresariais veladas praticadas no Brasil e no mundo, que sempre valorizaram menos a mulher no mercado de trabalho. É sabido e notório que entre um homem e uma mulher, na mesma posição de trabalho, o salário do homem era maior.
Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), vêm crescendo em todo o mundo o número de mulheres em cargo de chefia nas empresas e organizações. Os dados mostram que 52,4% do cargos de liderança dos novos negócios são ocupados por elas. Dos 42 países avaliados na pesquisa, o Brasil ficou em sétimo lugar, com 7,7 milhões de mulheres à frente de empresas. O melhor é que o resultado das empresas operadas por mulheres é 34% maior do que os negócios operados por homens.
No caso das franquias, o comando feminino reflete positivamente nos resultados. Levantamento da Rizzo Franchise constatou que o faturamento de franquias operadas por mulheres é 34% maior do que nos negócios operados por homens. Atualmente, cerca de 65 mil mulheres comandam franquias no Brasil. Um exemplo de boa executiva é Danyelle Van Straten, sócia-diretora de uma rede de depilação. Danyelle começou a trabalhar com depilação aos 12 anos e, aos 14, começou a viajar pelo Brasil para participar de feiras e eventos de beleza para vender as caixinhas de cera. Na maioria das vezes, ia sem ter dinheiro para comer e muito menos onde dormir. O carro era seu hotel, e a comida dependia da quantidade de cera que vendia. Hoje, comanda a rede de franquia especializada em depilação formada por cerca de 2 mil mulheres e, em 2014, assumiu a direção da Associação Brasileira de Franchising (ABF/MG). As mulheres possuem características próprias que ajudam bastante na administração e liderança como a forte intuição e percepção detalhista que é importante na hora de analisar o cenário para saber com quem estão lidando.
Cientes desse aumento significativo de mulheres em altos cargos empresariais, a CKZ Diversidade, com a cooperação da ONU Mulheres e do HeforShe, promovem, nos dias 22 e 23 de novembro, o 6º Fórum Mulheres em Destaque, na Fecomercio em São Paulo. Com o objetivo de presentar as práticas que contribuem para o aumento de mulheres em cargos de liderança segundo os Princípios de Empoderamento da ONU Mulheres, o fórum tem como propósito apresentar de forma prática os processos que as corporações precisam adotar para implementar e consolidar seus programas voltados para a questão da equidade de gênero, além de apresentar pesquisas, estudos e cases.
Na visão da pesquisadora Maria Alice Schuch, o empoderamento pessoal desenvolve a humanidade. “O empoderamento feminino é crucial para estimular a humanidade e o planeta”, afirma a empresária, escritora e palestrante, ao explicar o alinhamento de seus projetos com líderes, mulheres e empresas determinadas a promover a sociedade de acordo com a Agenda 2030 proposta pela ONU. “Inovar é preciso para as organizações, e empoderar-se é preciso para as mulheres. A possibilidade para o desenvolvimento global está no empoderamento do ser humano, que comporta os três pilares necessários ao crescimento pessoal: independência psicológica, econômica e legal. O empoderamento feminino fortalece a relação, a família. A mulher empoderada é alegre, feliz. Por isso, a atuação da ONU está centrada na igualdade dos gêneros”, conclui.

Isabela Teixeira da Costa/Interina

Esta crônica foi publicada hoje, no Caderno de Cultura do Estado de Minas

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