Quando os irmãos se encontram
Fizemos o primeiro encontro oficial dos irmãos. Lembramos de casos e nos divertimos muito.
Ontem, fizemos um encontro dos irmãos, ideia da Regina que deu super certo. Foi delicioso. Somos seis irmãos, quatro do primeiro casamento do meu pai e dois do segundo. Nos amamos muito, mas encontramos pouco e decidimos dar um basta nisso.
A família estava quase toda reunida. Quase porque o um dos filhos do Camilinho trabalha em São Paulo e só chega hoje de lá hoje, minha filha virou missionária e está morando no sertão da Bahia e a filha mais velha do Renato mora no Canadá. E meu ouro sobrinho, Henrique deu o bolo, perdeu!
Regina cozinha bem demais e decidiu fazer um festival de Cheeseburger gourmet, tudo preparado por ela. Fez um mineirinho, com queijo de minas e um molho de goiabada com pimenta, que estava dos céus.
Álvaro, meu irmão caçula tocou violão, cantamos até, contamos muitos casos, rimos muito, porque o que não falta nesta família é gente engraçada. Mas também são pessoas maravilhosas, pessoas que amam, que não têm preconceito, que aceitam as pessoas como são porque o que importa é o caráter porque defeitos todos nós temos. E devemos aprender a conviver com as diferentes personalidades e temperamentos.
Entre os casos da família começamos a falar dos carros do meu pai. Falei do opala SS Cupê verde limão com listras pretas, inesquecível, que apelidamos de periquito, foi nele que nosso pai ensinou Regina a dirigir e segundo ela, deu muito rolé com a amigas paquerando naquele opala. Uma coisa é certa, todo mundo olhava para elas, porque chamava atenção.
Renato lembrou do Mercury um carro enorme. Segundo ele, só o motor devia ter três metros de comprimento era verde escuro. Gostou tanto que depois trocou por um verde claro. Bem, quando eu tinha cerca de 1 aninho, pai colocou 11 pessoas dentro do Mercury (disse que cabia, acho deu superlotação), e foi para Santa Luzia assistir Vasco e Santa Cruz, que iam jogar na terra natal do meu pai. Perto da igrejinha do Bonfim, veio um outro carro em sentido contrário e bateu de frente com nosso carro.
Pai desceu, e o motorista também, começaram a brigar e quando o homem ameaçou a chamar pai de ignorante, no “ig” pai deu um soco no meu da cara dele. Aí a coisa esquentou. O vizinho da frente desceu com uma cartucheira para defender meu pai – em vez de separar a briga, dá para acreditar? –, neste ponto do caso já estávamos dobrando de rir. E não sei como separam a briga.
No acidente eu quebrei minha clavícula, a maçaneta do carro enfiou no braço do Joca – meu tio por parte de mãe –, tio Felipe teve um corte feio na testa e estava todo sangrando muito. Tia Dulce machucou o joelho e minha mãe quebrou o dedo do pé. Renato, Camilinho, Regina, Thais e Belkis saíram ilesos.
Quem conheceu meu pai, Camilo, sabe que ele não era de briga, porém, quando chegou em Belo Horizonte ligou para o motorista do outro carro para encontrar e resolver o problema dos prejuízos. Marcaram no Mercado Central. Pai, preventivamente levou sua pistola Walter calibre 765, alemã da época da segunda guerra, que nunca foi usada na vida (esta arma ele deu de presente para o Camilinho, mas foi roubada). Penso que mais para se proteger.
Chegando no Mercado, começaram a conversar e a beber. O fim da história já era esperado, à medida que bebiam foram se conhecendo, ficaram amigos e saíram de lá bêbados.
Isabela Teixeira da Costa