50 anos e parece que nasceu hoje

A maior longevidade que estamos alcançando fez a gente trocar o pijama e a impotência da aposentadoria por uma inquietude e o desejo de continuar realizando.

Recebi, há alguns dias, este artigo, muito bacana, sobre um tema que já tenho pensado muito, a questão do tempo e da idade. Já me considero uma ageless. O texto é do escritor Roosevelt Colini (www.rcolini.com.br), que consegui entrar no site, que tem bastante conteúdo, mas não encontrei nenhuma foto dele. Independente disso, o texto vale a pena ser lido.

Roosevelt Colini 

Há cinquenta anos estreava nos cinemas O Leão no Inverno. Peter O’Toole faz o rei. Katharine Hepburn, a rainha. Curiosidade: foi o primeiro filme de Anthony Hopkins, no papel do príncipe Ricardo (Coração de Leão).

A interpretação do casal é um fenômeno a parte. Eles se amam e se mutilam com uma intensidade que só não é superior à paixão pelas intrigas. Humilhação, vingança, ardis e intervalos de lirismo alternam-se com tanta velocidade que é impossível tomar partido entre os dois. São atores que leram bastante e deram duro no teatro. Aprenderam a transpirar.

A presença de rei e rainha em um mesmo ambiente é cataclísmica. A rainha, depois de mais uma vez colocar para tremer as bases do trono, é mandada de volta para seu desterro. Ela parte sem se importar, porque sabe que, se pudesse, nem vacilaria em fazer o mesmo ao rei. Ela acena do barco enquanto ele grita:

– Espero que nunca morramos!

– Eu também espero!

– Você acha que existe alguma chance?

Reprisei o filme um dia desses e me dei conta:

Quantos filmes ou livros são produzidos até que surja um clássico? Acho que uns mil, sendo otimista. Por isso, prefiro garimpar clássicos e descobrir coisas novas. Procuro chamar a atenção para o que já está quase esquecido. Consumir com avidez somente o que é lançado me dá uma sensação de desperdício de tempo. Aos cinquenta, não acho que esse seja um elemento para a gente jogar fora, e, graças aos céus, fica mais difícil engolir porcarias que julgávamos geniais aos 20.

Freud dizia, quando fez 50 anos, que não sentia diferença entre o senhor que se tornava e o jovem que fora quando tinha 15 anos. Naquilo que a gente pode chamar de ânimo, espírito, paixão de viver, capacidade de sonhar, ele achava que era igual ao jovem de 15 anos. É lógico que há um abismo entre a inteligência e a experiência e essas duas idades. Mas Freud falava do sentimento do mundo e da alma. E isso é verdade. Assim como aos 15 existem jovens brilhantes, não estamos imunes a cometer besteiras por impulso aos 50. Afinal, ainda somos nós, dentro do mesmo corpo, apenas mais céticos e menos iludidos, embora volta e meia cada vez mais gente aos 50 esteja embarcando nos desejos postergados. Isso é bom

Quando éramos jovens de 15 anos, nos perguntávamos: onde estaremos daqui a cinquenta anos? Desconfiávamos que esse intervalo de tempo correspondia a uma eternidade.

Hoje não fazemos a mesma pergunta porque isso não importa. Questionamos a qualidade do tempo. Isso importa.

A maior longevidade que estamos alcançando e a quebra de paradigmas da década de sessenta (quando estreamos no mundo), fez a gente trocar o pijama e a impotência da aposentadoria por uma inquietude e o desejo de continuar realizando.

Conheci no Aconcágua um trio de japoneses que devia ter em média uns 70 anos de idade. Praticavam caminhadas há décadas, mas nunca estiveram em montanha complicada e perigosa como aquela. Não estavam nem aí com o fato de alcançarem ou não o cume. O que importava era estar lá e dar um passo após o outro, piano, piano, e foram mais alto que um grupo de jovens triatletas que começaram acelerados e quebraram depois dos 5 mil metros (quebrar, na montanha, significa esgotamento das energias).

Aliás, existe um monte de maratonistas de 70 anos, e muita gente de cinquenta que está começando a correr.

É que nossa geração está ousando retomar projetos postergados e sonhos que começaram muito lá atrás, quando ainda pensávamos sobre o que estaríamos fazendo em 50 anos. A diferença é que a geração anterior, em geral, enterrava esses desejos infantis, vestia o pijama e se entregava ao mutismo e à apatia. Aposentar era mais perigoso para a saúde do que subir uma montanha. Isso é fato. É estatística médica.

Voltando ao Freud, tem um outro lado: quando fez sessenta e cinco, ele sentiu que a casa caiu. Mas eu acho que ele tinha questões, vivia em um tempo mais acirrado, e o câncer dele foi complicado demais.

Eu não sei se aos sessenta vai dar a rebordosa que o Freud falou, mas com certeza não dá mais para perguntar o que estarei fazendo daqui a 50 anos.

Por isso comentei sobre O Rei no Inverno. Por isso o tempo agora é precioso e tenho um apetite descomunal em conhecer e re-conhecer. E esse gesto se faz de trás para frente; nunca de frente para trás. Quem quer ser escritor e “pula” os clássicos, não será um grande escritor. Para correr 40K da maratona, tem que vencer primeiro os 10K. Picasso dizia que foi preciso aprender a desenhar como Rafael para que pudesse finalmente desenhar como uma criança.

Não, não é um tempo ruim para quem chega aos 50. É fato que é um tempo em que certas noções caíram no ridículo, nos esquecemos do fundamental e a preguiça afasta muita gente das coisas menos fúteis. Mas tem um zilhão de coisas boas. E uma vontade do tamanho do mundo.

O Leão no inverno está aí para nos lembrar. Afinal,

– O que você estará fazendo daqui a cinquenta anos?

– Oxalá nunca morramos!

 

Fim de ano, vamos pensar no tempo

Hoje, acaba 2017 e à meia noite começa o ano de 2018. O que fizemos com o nosso tempo, e o que faremos com ele?

Nesta época, não tem como deixar de pensar o que fizemos com o nosso tempo no ano que termina e o que faremos com ele no ano que se inicia. Já disse outras vezes aqui que há três coisas que não voltam atrás e por isso devemos aproveitá-las muito bem e ter muita responsabilidade ao usá-las: a flecha lançada, a palavra dita e o tempo (ou a oportunidade) perdido.

Gosto muito do filósofo, escritor e professor Mário Sérgio Cortela e minha amiga Iáskara Garcia e mostrou uma publicação dele no Facebook, por sinal, sua única página em redes sociais. Desde então passei a segui-lo. Cortela publicou nos últimos dias dois posts muito bons sobre o tempo, pensando sobre o tempo. Foram comentários em seu programa na CBN, que faço questão de transcrever aqui.

“Vamos pensar um pouco sobre tempo perdido, a ocasião escapada. Dizemos uma frase muito forte do nosso cotidiano: ‘agora é tarde’. Claro, nunca é tarde de fato, exceto para aquilo que não tem mais reversibilidade. De maneira geral, na nossa existência, é sempre possível continuar, fazer, voltar. Quando o final do ano se aproxima nós pensamos bastante em relação a isso porque a mudança  formal de tempo,  de contagem do tempo, nos faz pensar sobre o uso do tempo e até mesmo sobre o desperdício do tempo. Por isso, a ideia de tempo perdido nos leva a refletir e pensar. Um dia, o peta francês Paul Verlaine, em poema Sabedoria, de 1880, escreveu: “tu que aí choras, o que é que fizeste da tua mocidade?”. De novo Verlaine, “diz a verdade: tu que aí choras, o que fizeste da tua mocidade?”. Claro que quando se refere à mocidade não é apenas alguém com uma idade menor, mas a uma circunstância da vida, à energia, à vibração, à capacidade de ser intenso em tudo aquilo que faz. Não é uma mocidade de faixa etária, mas a capacidade de vibrar na vida, de não desperdiçar o tempo, de saber que a vida traz perturbações, mas não traz só isso; traz dificuldades, mas não é só isso. E por isso volto em Verlaine, e o mais difícil é o início da frase: “tu que aí choras”. É tempo para o conhecimento.”

Essa chacoalhada que Cortela nos dá é fundamental neste período. Quanto tempo vamos chorar pelo que deixamos passar sem nada fazer? Quanto tempo ainda vamos demorar para perceber a importância de dar o devido valor ao nosso tempo? Estamos recebendo mais uma oportunidade para fazer tudo diferente.

Em um outro programa, para a mesma rádio, Mário Cortela lembra da época em que não existia internet. Eu sou dessa época. Usávamos agendas e todo fim de ano era um suplício ter que passar a agenda a limpo, transcrevendo para a do ano seguinte os contatos e telefones das pessoas importantes para nós, em todos os sentidos. Nunca vi um comentário tão verdadeiro. Hoje, nossos celulares estão cheios de contatos, a maioria deles não conversamos há mais de três ou quatro anos. Vejam:

“Saudade persistente, o desprezo permanente. Parece contraditório, saudade de um lado e desprezo de outro, mas tudo isso tem a ver com a nossa memória. Tanta gente a lembrar na vida, tanta gente a esquecer. Houve um tempo, antes de existir o mundo digital, que nós, quase no final do ano, início do novo, começávamos a passar a limpo a agenda, especialmente a agenda de telefones, que às vezes era um caderno separado que se guardava, mas muitas vezes estava junto da agenda diária. A gente tinha que ir alterando. Isso sempre foi um esforço, porque numa agenda que se fazia por escrito, na hora dos telefones você tinha que decidir quem ia continuar na sua agenda no ano seguinte, isto é, quem continuaria no seu mundo de relações e quem seria retirado por ter falecido ou por não ser mais “merecedor”. Havia um processo seletivo até em relação à própria condição e à própria memória. Aquilo que a gente quer esquecer e o que queremos renovar. Por isso, Belmiro Braga, um poeta mineiro que nasceu em 1872, em sua obra chamada Redondilhas, escreveu: “quantos mortos trago vivos no fundo do coração, e dentro de mim quantos vivos, há muito mortos estão”. Direto, percuciente, fundo, a noção de uma memória que também é seletiva e na hora da renovação dos nossos afetos é preciso entender daqueles mortos que continuam conosco vivos, e aqueles vivos que em nós já mortos estão porque não merecem mais. Assim é o não merecimento.”

Acho que não preciso dizer mais nada, e termino com mais uma trova de Belmiro Braga:

“Fiz na vida o meu escudo

Desta verdade sagrada:

– o nada com Deus é tudo

E tudo sem Deus é nada”

 

Feliz 2018 para todos!

 

Isabela Teixeira da Costa

 

Tempo desorganizado

Tem épocas da vida que nos atrapalhamos com excessos de trabalho e compromissos e não conseguimos nos organizar.

Preciso pedir desculpas aos meus leitores pela minha falta de assiduidade na publicação das crônicas. Infelizmente, nas últimas semanas não tenho conseguido fazer posts diários, o que me incomoda muito, porém tem motivo.

Não sei se alguém já passou por isso, mas sabem aquela época que vocês se desorganiza totalmente, envolvida por excessos de atribuições? Por mais que tente me programar fazendo uma agendo de horários para deixar tempo para tudo o que preciso fazer, ela vem sendo literalmente furada.

Começou quando a editora do Caderno Feminino & Masculino do Estado de Minas decidiu sair uns 10 dias de “férias” – entre aspas mesmo, porque foi mais um descanso para ela do umas férias mesmo –, e eu assumi suas atividades. Ninguém imagina o tanto que ela trabalha. Tem a edição dos cadernos, o Feminino e o Degusta, além das crônicas diárias no caderno EM Cultura e a coluna social de domingo. À parte disso, ela recebe um volume de e-mails que só para limpar toma um tempo enorme do dia, mas isso faz parte do trabalho diário.

Além disso, tenho duas colunas semanais que eu faço e estava organizando a Festa de Natal da Jornada Solidária Estado de Minas, que foi no dia 25 de novembro. E semanalmente tenho uma célula de estudo bíblico e oração na minha casa, para a qual tenho que preparar um estudo, e ainda estou fazendo visitas semanais na casa de uma família, o que também demanda tempo para preparar o estudo.

Mas não acaba aí, minha filha que mora fora veio passar uns dias, teve casamento para irmos com dia da noiva em nossa casa, e uma amiga e eu estamos investindo e dedicando tempo a um novo projeto sobre o qual falarei em breve.

Muitas noites estou chegando em casa de madrugada e acordando cedinho para conseguir dar conta de tudo, mas infelizmente as 24 horas do dia não estão sendo suficientes e como não posso publicar qualquer coisa aqui, o site acaba ficando “furado”.

Ainda não consegui organizar esta agenda de horários. Só para terem uma noção maior ainda do problema, como já disse aqui, estou sem carteira de motorista porque em 2012 tive mais de 20 pontos em multas e agora eles abriram um processo contra mim. O prazo da punição já passou e eu não tive tempo para estudar, pela internet, para fazer a prova e receber minha carteira de volta.

Já parei para pensar se eu que estou desorganizada ou se realmente é excesso de atribuições. Pensando bem, acho que um pouco de tudo. Com o volume de atividades, me desorganizo e com isso o tempo fica curto.

Acho que preciso de uma ajuda profissional de organizador de tempo. Existe este tipo de profissional? Sabem, igual aos organizadores de casa e de guarda-roupa, um para ajudar a organizar o nosso tempo e jogar fora algumas coisas que dedicamos tempo sem necessidade. Eu não conheço, mas acho que estou precisando de um.

Isabela Teixeira da Costa

Amizade sincera é para a vida toda

Magdalena Ribeiro e eu
Magdalena Ribeiro e eu

Não o importa a distância e o tempo de separação, amizade de verdade não acaba nunca.

No mês passado fui ao casamento da filha de uma das minhas melhores amigas. Foi muito bom participar e estar ao lado dela e de seu marido em um momento tão lindo e especial para eles. Emocionante mesmo. Ver cada detalhe que ela preparou com tanto amor e carinho e como tudo foi executado com perfeição. Vi, em cada olhar, em cada sorriso o orgulho dos pais em ter conseguido realizar o sonho da filha. E a menina, agora mulher, estava em tamanha alegria, que vivia aquele momento em um mundo paralelo como se estivesse dentro de um conto de fadas.

Conjunto da mocidade da Igreja Batista Central, nos anos 70
Parte do Conjunto da Mocidade da Igreja Batista Central, nos anos 70

No sábado passado, fui a outro casamento da filha de outro casal muito querido. Amigos que conheço desde os meus 13 anos, e mais uma vez vi a alegria e orgulho dos pais em conseguir transformar mais um sonho em realidade. Festa linda, cheia de detalhes de bom gosto. A noiva estava muito elegante. Tudo perfeito.

Porém, outra coisa que me chamou a atenção foi encontrar ali, amigos de uma vida inteira, que, por uma ou outra razão, a vida nos distanciou, mas o amor não esfriou. O abraço do reencontro era recheado de tamanha saudade e alegria que inundou a festa de um sentimento inexplicável, um misto de saudosismo pelas lembranças da juventude e pela saudade de tantos anos se nos vermos, com a alegria do reencontro e o derramar do amor existente entre todos nós. Isso deu o toque a mais na festa.

Quando abri meu WhatsApp no domingo, em um grupo de amigas, vi um vídeo muito interessante, sobre amizade, que vinha complementar perfeitamente tudo o que vivi na festa de sábado, e senti um desejo muito grande de compartilhar aqui. O juiz de paz Dirceu de Souza da Silva é um colecionar de elefantes, no vídeo ele mostra sua coleção, que não é das maiores, e relata uma de muitas lições que ele diz aprender com a espécie que admira tanto: os paquidermes. Vejam o que ele diz, é muito bacana:

Com Malé Resende e Ruth Quinan
Com Malé Resende e Ruth Quinan

“O elefante anda em manada que é controlada pelos machos até cinco anos, depois a fêmea mais velha assume o controle e convida os machos a se retirarem. Eles saem em duplas ou trio e voltam de vez em quando para o acasalamento”, com Dirceu, dizendo que acha a vida deles bem interessante. “Se encontram constantemente, porém, nunca morrem sozinho. Quando um deles está doente nunca é deixado sozinho porque pode cair e por ser muito pesado, não consegue se levantar, então os outros o ajudam a se levantar. O levam para sombra, tomar água, e cuidam do amigo até ele melhorar. Se não melhora, o acompanham até ele morrer, e ele morre em pé. Quando morre, tem suporte, apoio e amizade dos outros elefantes. Ele é colocado no chão e a manada quebra árvores e cobrem o companheiro, como se fizessem um sepultamento. Algumas pessoas dizem que isso é lenda.  Mas eles têm respeito pelo companheiro que está morrendo. Os elefantes nunca morrem sozinhos, têm respeito pelo amigo”, conta.

“Os elefantes são animais irracionais, nós somos racionais, amizade é o mais importante que temos para levar pela vida toda. Com o passar dos anos nos surpreendemos com os amigos que somem de nosso convívio, e os que ficam não somam os dedos de uma mão”, e conclui com um conselho: “Preserve as amizades, seja honesto, sincero e leal e será levado pelos amigos para a vida toda. Existe amigo mais chegado que um irmão. Demonstre amizade. Esta é a maior riqueza que um ser humano pode ter”.

Esta é a mais pura verdade. Como foi bom, ouvir da mãe da noiva que semana passada ela estava mexendo em algumas fotos e me viu no aniversário de 15 anos das duas filhas, no casamento da mais velha e agora eu estava ali no casamento da mais nova, e falava isso com alegria e emoção. Como foi bom rever amizades que construí há 40 anos e que nos distanciamos porque mudaram de estado, país, mas que anos depois, quando reencontramos percebemos que a amizade e o amor continuam. Como é bom ver a família que foi formada, saber os rumos que a vida tomou, receber um convite cheio de amor e de cobrança porque ainda não fui visita-la, ser sua hóspede. E percebemos que não foi uma frase social, mas um desejo sincero.

Isabela Teixeira da Costa

GUAJA promove curso sobre importância do tempo

GUAJA Casa
GUAJA Casa Foto Divulgação

A GUAJA Casa promove curso nos meses de agosto e setembro com diversos palestrantes tops Sobre o tempo.

Para inaugurar plataforma de atividades autorais, equipe da GUAJA reúne especialistas, estudiosos e empreendedores de diferentes áreas de atuação para refletir sobre o tempo na contemporaneidade. Os encontros serão entre os meses de agosto e setembro e as inscrições já estão abertas.

Andre Garcia - palestra Guaja Casa_Divulgação
Andre Garcia

Sempre inovando, o primeiro Café-Coworking do Brasil também será o primeiro espaço do gênero a realizar um curso reunindo um time de especialistas conceituados, estudiosos e empreendedores para tratar do tempo, por meio de reflexões sobre questões diversas, levantando uma variedade de ideias, debates e conceitos – que serão trabalhados de forma interdisciplinar.

“O tempo é algo comum a todas as civilizações. É vivido em coletividade, mas só mencionamos sua falta ou passagem rápida. Sua banalidade mascara toda a importância e o quanto ele nos afeta diariamente. E, por isso, vem ganhando cada vez mais status de moeda e também de acesso. Apesar de tentar organizá-lo, muitas vezes o ser humano não consegue deter seu controle. É possível pensar o tempo sob diversas perspectivas e abordagens. E é justamente isso o que será feito durante essa experiência-curso-aulas-encontros”, explica o organizador Lucas Durães.

Benedito Batista da Silva
Benedito Batista da Silva

O professor do Departamento de Estatística e Informática da UFRPE Jones Albuquerque abre as atividades, dia 23 de agosto, com o tema “A dimensão do tempo em nossas vidas”. Nas próximas aulas uma série de professores abordarão aspectos ligados ao tempo dentro de suas respectivas áreas de atuação, seja na astronomia – com Thaisa Storchi Bergmann, uma das cinco mulheres cientistas mais importantes do mundo –, na agricultura – com Benedito Batista de Silva, lavrador da pequena agricultura familiar, considerado uma referência local quando se fala em produção de farinha de mandioca no Estado do Pará –, na cultura slow – com a profissional de marketing e especialista em slow life Silvia Vasconcellos – ou na música – com o professor da Escola de Música da UFMG Rogério Vasconcelos.

Thaisa Storchi
Thaisa Storchi

Somam-se ao time de professores o fundador e sócio do GUAJA Lucas Durães; o artista plástico Máximo Soalheiro; o Ph.D. em Ciência da Computação pela Universidade de Waterloo (Canadá) Nivio Ziviani; o “harcker cultural” Max Nolan Shen; o fundador do site Estante Virtual André Garcia; e Lorrana Scarpioni, considerada pela BBC em 2015 uma das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo.

Encerrando as atividades do curso, nos dias 17 e 18 de setembro, será realizado o Mesa e Cadeira (MESA), que reúne profissionais de diversas áreas, com diferentes habilidades e experiências em torno de uma mesma mesa para conceber, desenvolver e prototipar soluções, em um curto período de tempo. Cada mesa termina com um protótipo pronto para ser lançado para o mundo, em áreas como tecnologia, inovação em serviço, novos modelos de negócio, branding, design, marketing e arte. Quando a mesa se encerra, um protótipo estará rodando, pronto para ser testado, e também uma lista objetiva de próximos passos para começar a implementar a solução desenhada.

Máximo Soalheiro
Máximo Soalheiro

Os palestrantes: Jones Albuquerque, Thaisa Storchi Bergmann, Benedito Batista de Silva, Máximo Soalheiro, Lorrana Scarpioni, Lucas Durães, Nivio Ziviani, Max Nolan Shen, Silvia Vasconcellos, André Garcia, Rogério Vasconcelos.

Serviço

Curso Sobre o tempo
De 23 de agosto a 18 de setembro
GUAJA Casa – Avenida Afonso Pena, 2.881, Funcionários – Belo Horizonte – MG
Carga horária: 50 horas | Limitado a 40 participantes
Informações completas no site: guaja.cc/sobreotempo
Horários
As aulas do curso Sobre o tempo vão ocorrer às terças, quintas, sábados e um domingo nas seguintes datas:
23 de Agosto, Terça-feira, de 19h15 às 22h15
25 de Agosto, Quinta-feira, de 19h15 às 22h15
27 de Agosto, Sábado, de 09h às 16h*
30 de Agosto, Terça-feira, de 19h15 às 22h15
1 de Setembro, Quinta-feira, de 19h15 às 22h15
3 de Setembro, Sábado, de 09h às 16h*
13 de Setembro, Terça-feira, de 19h15 às 22h15
15 de Setembro, Quinta-feira, de 19h15 às 22h15

Mesa e Cadeira
17 e 18 de Setembro, Sábado e Domingo, de 09h às 18h*
Apresentação dos resultados das mesas: 18 de Setembro às 18h, seguido de Happy Hour
Intervalo para almoço de 12:00 às 14:00
Infos e descontos para grupos: sobreotempo@guaja.cc
www.guaja.cc/sobreotempo

Isabela Teixeira da Costa

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