Rio de Janeiro vai sediar Seminário sobre autismo nos dias 24 e 25 de novembro.
Estatísticas internacionais têm apontado um aumento no número de casos de autismo. Antigamente, uma em cada 68 crianças nascidas vivas era autista, agora já se contabiliza um caso para cada 45 nascimentos. No Brasil, estimativas apontam que três milhões de pessoas sejam afetadas por este transtorno.
“Essas crianças chegam cada vez mais ao mundo e, por consequência, nas escolas e nos hospitais, e por isso as famílias e os profissionais precisam estar preparados para atendê-los”, afirma Giovana Escobal, vice-coordenadora do Laboratório de Aprendizagem Humana Multimídia Interativa e Ensino Informatizado (LAHMIEI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O Laboratório é responsável pela organização do 12º Seminário Internacional do LAHMIEI que será realizado no Rio de Janeiro, nos dias 24 e 25 de novembro, com o tema “Autismo e Atrasos no Desenvolvimento Intelectual: Atualidades e Modelos de Atuação”.
Os participantes poderão conhecer os modelos mais avançados para identificar e lidar com os comportamentos típicos de quem sofre do transtorno, como dificuldades ou deficiências de linguagem falada, de contato visual, alterações no sono e alimentação, fobias e birras. O Seminário é aberto a todos os interessados – professores, diretores de escola, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, médicos, cuidadores e familiares.
Como não existe exames para detectar o autismo, o diagnóstico ocorre pela avaliação comportamental. Portanto, quanto mais padronizada forem as informações para os profissionais e familiares mais rápido será o diagnóstico e maiores as chances de sucesso no tratamento. Inscrições até o dia 23 de novembro no site www.xiiseminterlahmiei.faiufscar.com, mais informações pelo telefone (16) 3306-6712 ou pelo e-mail autismoufscar@gmail.com.
Como disse mais acima, o diagnóstico de autismo é difícil de ser feito, pensando em ajudar e facilitar, cientistas brasileiros criaram a startup de biotecnologia TISMOO, o primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado à medicina personalizada para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e outros transtornos neurológicos de origem genética, como a Síndrome de Rett, Síndrome de Timothy, Síndrome Frágil X, Síndrome de Angelman e a Síndrome de Phelan-McDermid. Idealizada por renomados cientistas brasileiros, o objetivo da TISMOO é colaborar com profissionais de saúde no tratamento de pacientes que enfrentam essas síndromes, por meio de exames genéticos precisos. Com isso, a startup pode ampliar a possibilidade de cura e tratamento dos sintomas.
O projeto é desafiador e ambicioso, pois a ideia é trazer técnicas e estudos de ponta, restritos a universidades e centros de pesquisa, e colocá-los em prática para o benefício clínico dos indivíduos afetados. Primeira no mundo, a TISMOO quer impactar as pesquisas no desenvolvimento de novas substâncias e no entendimento das doenças neurológicas, oferecendo uma medicina personalizada, capaz de atender as características de cada paciente. As tecnologias em desenvolvimento podem antecipar ainda mais esta personalização clínica, pois o conhecimento da individualidade genética pode contribuir para um melhor entendimento do autismo além de, potencialmente, abrir janelas para intervenções mais específicas.
“O trabalho desenvolvido na TISMOO vai beneficiar muitas pessoas por oferecer aos pais o conforto de descobrir qual a mutação genética que seus filhos têm e qual o tratamento especializado deve ser aplicado. Conhecer qual o tipo de autismo (qual os genes causais envolvidos) é importante porque os futuros ensaios clínicos irão recrutar indivíduos baseando-se justamente nessa informação. Todos, inclusive os neurotípicos, vão se beneficiar pelo conhecimento gerado porque estamos entendendo como a genética humana contribui para o desenvolvimento neural”, comenta Alysson Muotri, cientista chefe da TISMOO, biólogo molecular e professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia (UCSD), considerado um dos principais especialistas em autismo do mundo.
Isabela Teixeira da Costa