Não consigo entender essa magia de que tudo vai mudar às 00h01.
Amo o Natal, mas não ligo muito para a passagem de ano. Claro que acho lindo demais o show de fogos, amo estar com pessoas queridas, o que me incomoda muito é o imaginário coletivo que quer nos obrigar a uma série de coisas e não aceitam um não como resposta. Acompanhem comigo:
1º – Temos que ir a algum lugar. Ninguém aceita que você queira passar o ano quietinho em sua casa, descansando ou assistindo a um filme, ou vendo a passagem de ano pela televisão – e não me refiro ao réveillon do Faustão –, ou até mesmo dormindo. Se seu desejo é esse, é porque está deprimido. Pode uma coisa dessas? Então você é obrigado a sair mesmo sem querer.
2º – Tem que usar branco, ou amarelo. As pessoas acreditam que dependendo da roupa que usar, terá determinado tipo de coisa no próximo ano, e então, estabeleceu-se que todos devem ir de branco, com acessórios ou peças íntimas de determinadas cores. Ninguém pode sair do padrão porque é um transtorno. Vamos lá: se usar branco terá paz; amarelo, dinheiro; verde, esperança; vermelho, paixão e amor; violeta, inspiração e estabilidade; azul, paz de espírito.
Se isso desse certo mesmo, não teria mais guerra no mundo, porque todo mundo usa branco na passagem de ano, e todo mundo estaria rico. E com essa crise e tantos desempregos, acho muita gente vai usar violeta.
3º – O terceiro ponto que me irrita é achar que assim que virar a meia noite a vida vai mudar. Vai mudar o que??? Tudo vai continuar do mesmo jeito. Até acredito que para muitas pessoas pode ter um efeito psicológico de que com a entrada de um ano novo nasce a esperança de as coisas melhorem, principalmente para quem teve um ano ruim. Isso funciona muito para quem acredita em numerologia. Porém, não muda em um minuto, poderá mudar ao longo do ano. O que muda é a forma da pessoa de encarar o ano e este espírito positivo muda também a forma de agir das pessoas, o que leva a resultados diferentes em suas ações e trabalho.
4º – Metas. A maioria das pessoas traça metas para o ano que está começando. Isso eu acho muito legal. Rever o ano que passou fazer um balanço do que gostou e do que não foi tão bom assim e elencar uma série de coisas que queira fazer, acho bárbaro. O único problema é que 90% das pessoas não consegue completar a lista de metas.
Normalmente, a das mulheres começa assim: emagrecer, fazer uma faxina no meu guarda-roupa, etc, etc, etc. O regime dura um mês, a faxina nunca é feita e por aí vai. Bem, amanhã vou publicar o artigo de um consultor que vai dar 6 dicas de como realizar as metas traçadas, isso vai ajudar muita gente. E para quem pretende faxinar o guarda-roupa ou a casa, não se esqueçam de mim, ou melhor, da Jornada Solidária Estado de Minas. Estamos arrecadando roupas, calçados, bolsas e acessórios em bom estado para o bazar solidário.
Muita gente esquece, mas temos esta arrecadação constantemente, porque precisamos de um grande volume para poder realizar o bazar. Como temos local para armazenamento, podemos receber doações o ano inteiro. Inclusive, quando alguém vai doar roupas de alguém que faleceu, pode doar para nós. Toda a verba arrecadada é investida em melhoria de creches comunitárias.
Enfim, Feliz Ano Novo com novas metas!
Isabela Teixeira da Costa