Piscina é uma deliciosa diversão, principalmente em um estado privado de praias, mas pode ser bem perigoso para crianças.
Vivemos em um estado que não tem praias e, por isso, nos viramos com piscinas e cachoeiras. A maioria dos prédios tem piscina e nem precisa ser de alto luxo. Sobrou um espaço no térreo, a construtora inclui o lazer refrescante. As construções mais luxuosas extrapolam e já constroem piscinas particulares, uma por apartamento, nas varandas. Mas se não tem piscina em casa, o que não falta são clubes bem montados para desfrutar desse lazer. Isso é ótimo, porém, o que muita gente esquece é que este objeto tão desejado, principalmente nessa época do ano, pode se transformar em um grande perigo para crianças.
Quando estava na faculdade conheci duas pessoas que passaram por problemas semelhantes. Ambas perderam os filhos, de 2 anos, afogados. Lembro do pediatra da minha filha falando para tomar cuidado, porque criança pequena se afoga em um palmo de água, porque cai de frente e os bracinhos não conseguem erguer o corpo. Outro risco grande é o de reuniões e festas em torno da piscina. Fica todo mundo distraído, conversando, a criança cai ou entra na água, ninguém percebe e, quando vê, o pior já ocorreu. Foi exatamente assim os dois acidentes. Churrasco, com várias pessoas no entorno da bendita piscina. Quando viram, não tinha mais o que fazer. Imagino o sofrimento de todos. Quando as conheci, o caso era antigo, e ainda doía muito.
Para precaver qualquer tipo de acidente desse tipo, todos os pediatras recomendam colocar as crianças na natação, o mais cedo possível. Afinal, melhor do que uma piscina para se refrescar durante o verão, é aproveitá-la com segurança e tranquilidade. Segundo Ricardo Penteado, diretor de operações do parque aquático Wet’n Wild, e responsável por treinar os salva-vidas dos maiores parques aquáticos do mundo, algumas recomendações não podem ser esquecidas pelos responsáveis quando estão com crianças perto da água.
O primeiro ponto que ele destaca é não deixar as crianças sozinhas nem que seja por um segundo, pois os pais são sempre a primeira linha de defesa para mantê-las seguras na água. Outro ponto é ler todos os avisos e seguir as regras de segurança para ficar seguro dentro e fora da água. Ricardo alerta para que o responsável evite bebida alcoólica porque poderá se distrair do pequeno e também perderá um pouco os reflexos, caso seja necessário algum tipo de socorro. Criança na piscina tem que estar sempre de boia, pode ser a de braço ou a tipo colete salva-vidas. “Se o adulto ou criança tiver pouca habilidade na água, é recomendado o uso de coletes salva-vidas. Não há do que se envergonhar. As boias de braço dão uma falsa sensação de segurança e podem esvaziar ou mesmo furar sem que ninguém perceba”, alerta.
Para ter mais segurança, o profissional ressalta a importância de verificar a profundidade da piscina antes de mergulhar ou entrar na água, e sugere evitar o mergulho de cabeça. Observar o tempo também é importante, porque se tiver sinal de raios é importante sair da piscina imediatamente. Para evitar sufocamento, a criança não deve mascar chiclete ou comer durante atividades aquáticas. Elas devem ficar nas áreas mais rasas, onde podem ficar sentadas ou em pé. Isso dá mais segurança para as crianças que não sabem nadar. Nunca ignorar as instruções de idade e altura quando tiver brinquedo aquático, pois a altura e a coordenação motora são fundamentais para a segurança em determinadas atrações. E um fator muito importante: usar protetor solar. No mais, é só divertir.
Isabela Teixeira da Costa
Crônica publicada no Caderno EM Cultura do Estado de Minas