Tempo da maturidade

Especialista do comportamento feminino, Alice Schuch, defende que na maturidade experimenta-se as melhores condições da vida.

A escritora, pesquisadora e especialista em comportamento feminino, Alice Schuch fez um relato lindo e poético sobre a maturidade, comparando essa fase da vida, lindamente a uma sobremesa. Tenho que concordar, até porque sobremesa é deliciosa, é o que arremata, com chave de ouro, uma refeição. Por melhor que seja o almoço ou o jantar, se não tiver sobremesa fica pobre, fica faltando alguma coisa. Essa metáfora foi perfeita e transcrevo o texto abaixo.

“Na maturidade vivemos muito melhor, experimentamos as melhores coisas da vida, muito mais do que na adolescência, porque o que o jovem ainda espera conseguir, já conseguimos. Assim como no teatro ocorre um último ato, assim na maturidade, ato da vida no qual se faz a colheita, de forma alguma se pode fracassar. Nascemos da vida e para a vida, inicialmente belos, bons, puros, não perder essa condição é necessário.

Pitágoras proibia que alguém abandonasse o posto em que a vida o colocou. A maturidade, é como a ‘fase sobremesa’, é o corolário das ações vividas. O que transforma as mulheres e os homens em seres tão fortes é a velhice. As pessoas mais velhas muitas vezes são mais cordiais e mais animadas do que as pessoas jovens. A fruta madura sente-se plena, é doce, natural sobremesa”, afirma Alice.

“Tudo o que existe na grande vida é belo, depende apenas das pessoas. Logo, não importa quem seja o dirigente, o valor está na harmonia do movimento, no seu sincronismo, na sua intencionalidade. Na positividade da ação encontra-se vida, beleza, alegre caminhar. O belo e o prazer fazem exaltação do ser, portanto, a idade madura é como aquela situação de elevado equilíbrio, porta paz e satisfação a todas as percepções: a “fase sobremesa” é prevista, é uma necessidade intrínseca ao ato de existir. Quanto a mim, esta maturidade cada vez me agrada mais e mais…, quanto mais avanço nos anos, mais tenho a impressão de ‘terra à vista’, de vislumbrar o porto onde me aguardam suculentas romãs depois de longa e árdua navegação”, ilustra.

No olhar compartilhado por Alice Schuch a vida vira pluma, festa, doce e serena alegria, inefável criatura, lábios de mel, olhos de luz… Doce momento de amor vivido.

 

Isabela Teixeira da Costa

  • VII
    Pai
    O filho envelhecido
    Carta ao jovem filho entorpecido

    O chão percorrido
    O chão familiar dissolvido

    Passo a passo
    O Chão forjado de ferro e aço

    Chão talhado causticamente no sangue da reflexão
    Conhecimento construído na pauta da amarga aflição

    Chão que agora que o tempo passou me parece ter sido insensatamente em vão
    Chão que agora reside no labirinto do meu coração

    Meu pai
    O chão que os seus aflitivos passos percorreram
    Em busca de solução
    Agora pulsam no meu estarrecido e pobre coração

Comentários