Tecnologia para diagnóstico do couro cabeludo
Tricoscopia digital do couro cabeludo aponta as características dos fios e revela os diferentes tipos de calvícies.
Já falei algumas vezes aqui sobre calvice e como ela tem sido cada vez mais frequente em mulheres. Isto é um grande problema, pois os cabelos são a moldura do rosto da mulher. Tenho uma conhecida que praticamente não tem mais cabelos. Gosto muito dela, mas nunca tive liberdade de tocar no assunto, mas imagino que isso deve incomodá-la bastante.
O importante é agir e procurar o especialista rapidamente, antes que o problema chegue a um nível irreversível. Conheço várias mulheres que usam pequenos apliques de mechas para aumentar o volume do cabelo. Outras optam pela aplicação com cola, como se faz o mega hair, só que não aumentam o comprimento, usam a técnica apenas para dar mais volume porque à medida que vamos envelhecendo a tendência é o cabelo minguar.
Não sabia e acho que muita gente não sabe, mas existem diferentes tipos de calvices, chamadas também de alopécias. As mais comuns são Alopécia Areata, caracterizada pela queda repentina e pontual de cabelo; a Alopécia Androgenética, de origem genética e hereditária; Alopécia difusa ou Eflúvio Telógeno Crônico, quando há perda aguda e progressiva do cabelo após doenças crônicas, traumas, estresse emocional, parto no caso das mulheres, e a Alopécia Cicatricial, caracterizada por causar estrago irreversível ao couro cabeludo, é desencadeada por alopécias infecciosas, tumores e produtos químicos.
‘’Para cada tipo de calvice há um tratamento específico e diferente. É fundamental fechar um diagnóstico correto para começarmos com o tratamento o quanto antes’’, explica a médica tricologista Cristiane Câmara Alves. Segundo ela, hoje, é possível fazer um diagnóstico mais preciso das doenças do couro cabeludo por meio da tricoscopia digital. ‘‘Além de exames clínicos, que avaliam a olho nu o couro cabeludo, com o microscópico digital conseguimos ter uma visualização ampliada do couro cabeludo, dos ostios foliculares e das hastes dos pelos’’.
Os tratamentos para os diferentes tipos de calvície, que atinge no Brasil 42 milhões de pessoas, segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo do Cabelo (SBEC), podem variar entre o uso de medicamentos orais, tópicos e até um possível transplante capilar.
A técnica mais moderna e eficaz para transplante capilar, é a FUE – que quer dizer Extração de Unidades Foliculares. Essa é a técnica de transplante capilar mais utilizada e indicada por especialistas. Ao contrário da técnica convencional, chamada de FUT, que consiste na retirada de uma parte do couro cabeludo, na FUE, as unidades foliculares são retiradas uma a uma da região doadora (na parte posterior do couro cabeludo) do próprio paciente para ser enxertado, fio a fio, nas áreas afetadas. Ou seja, com a técnica FUE, não há cortes, nem cicatrizes aparentes.
De acordo com Cristiane, com a técnica FUE, em menos de sete dias percebe-se a cicatrização total da área transplantada. ‘’O pós-operatório é bem mais tranquilo e quase indolor. E o melhor é que podem fazer o transplante homens, mulheres e até crianças’’. Ausência de dor, pressão e dormência na cabeça durante o pós-operatório, menor tempo de cicatrização da área doadora e retorno mais rápido para as atividades do dia a dia são algumas das vantagens do transplante capilar. ‘’É importante lembrar que o implante também pode ser feito nas sobrancelhas, cílios e barba.’’
Isabela Teixeira da Costa
Fonte: Cristiane Câmara Alves (CRM 50504) é médica graduada pela UNIFENAS, concluiu também o curso de Transplante Capilar no Instituto Bauman Medical Group, P.A, nos Estados Unidos. Atende em Belo Horizonte.