O perigo das micoses

Foto reprodução site greenme.com.br
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Micoses podem ser a porta de entrada para infecção de pele.

Micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias para o desenvolvimento dos fungos. São exemplos de micoses superficiais a pitiríase vesicolor, as tineas e a candidíase.

A micose é considerada uma doença corriqueira, fácil de pegar e bem chatinha de tratar, porque os fungos são resistentes. O tratamento é longo e deve ser seguido à risca. Se não for tratada rapidamente, a micose pode trazer graves riscos à saúde. Pessoas com outras doenças como Aids e câncer e até mesmo diabetes representam um grupo suscetível à micose, pois a imunidade do organismo é baixa e qualquer bactéria pode invadir órgãos e provocar complicações e levar à morte.

Vou tomar como exemplo a erisipela, que é um tipo de infecção não contagiosa que causa bolhas e feridas vermelhas, além de inflamação, inchaço e bastante dor no local. Pernas, braços e rosto são os locais mais comuns de aparecimento das feridas. A infecção é causada pela bactéria Streptcoccus pyogenes, que entra no organismo geralmente por meio das frieiras (micoses entre os dedos dos pés) ou outros ferimentos, como picadas de inseto. A bactéria alastra pelo corpo por meio do sistema linfático.

Mulheres com mais de 50 anos, pessoas com diabetes, obesidade, quem têm problemas de circulação e pessoas portadoras de feridas crônicas nas pernas estão mais suscetíveis à doença que, em casos mais graves pode, inclusive, levar à necrose da pele. Outros sintomas da erisipela são comuns a outros tipos de infecção como: febre, calafrio, mal-estar e náuseas.

Segundo o enfermeiro Antônio Rangel, especializado em tratar lesões graves em diabéticos, este é um grupo de risco, pois podem perder parte da sensibilidade dos pés, o que faz com que fiquem mais suscetíveis a ferimentos e infecções. “Os diabéticos devem manter, menos uma vez por semana, uma rotina de exame nos pés em busca de bolhas, micoses ou feridas. Se necessário, com ajuda de outra pessoa”.

Membracel/reprodução
Membracel/reprodução

A prevenção é simples, como manter a região entre os dedos dos pés limpa e seca, além de movimentar-se frequentemente e usar meias elásticas, sugere Rangel. Pois os locais com mais inchaço são mais propícios para o desenvolvimento da doença.

A erisipela, quando tratada precocemente, possui baixo risco de complicações. Porém, se evoluir, pode gerar abcessos, feridas profundas e trombose. A recorrência de infecções pode, ainda, fazer com que a doença evolua para uma condição crônica e resulte em linfedema, que é o aumento do volume e do peso do membro afetado, limitando suas funções.

O tratamento gira em torno de até 30 dias, e é realizado com o uso de antibióticos para eliminar a bactéria. Além disso, indica-se o repouso com pernas elevadas para reduzir o inchaço, além da limpeza e tratamento das lesões e feridas. Em casos de erisipela de repetição, é necessário tratar com foco no fechamento da porta de entrada da bactéria, que são as feridas e lesões de pele. “Curativos especiais como a membrana regeneradora porosa Membracel, que atua como um substituto temporário da pele, contribuem para a cicatrização quando há feridas ou ulcerações. Dessa forma, previne complicações e melhora a qualidade de vida”, explica Antônio Rangel.

Isabela Teixeira da Costa