Coleções

A coleção de pratos  ganhou destaque na parede Foto: Henrique Queiroga
A coleção de pratos ganhou destaque na parede Foto: Henrique Queiroga

Para quem costuma colecionar objetos é importante saber como coloca-los na casa, de forma que não sobrecarregue o ambiente.

Admito quem faz coleção de alguma coisa. A pessoa tem que ser persistente, incansável e ter um espaço para guardar a coleção. Dependendo do que colecionar, gasta muito espaço. Pratos, bonecas, canecas, caixas, copos, jarras, quadros, corujas, elefantes, selos, papel de carta. Dá de tudo. Quando era adolescente colecionei Barbies e papel de carta. Era mais fácil de guardar, mas depois que fiquei mais adulta parei com tudo.  Algumas coleções podem – e devem – ser expostas, porém é preciso saber adequá-las corretamente nos ambientes da casa para não pesar os espaços e ficar uma bagunça.

De acordo com a arquiteta Simone Rocha, o primeiro passo para organizar as coleções em casa é identificar e separar os diferentes produtos ou objetos para que se tenha uma melhor disposição dos mesmos. “Esta divisão pode ser feita em função do tipo de objeto, das cores, materiais, tamanhos, origem ou qualquer outro parâmetro estabelecido pelo proprietário. Nesta etapa é importante ter a capacidade de se desfazer daqueles itens que não possuam valor – sentimental, histórico ou financeiro -, evitando assim um acúmulo desnecessário. Feita esta triagem, deve-se passar para a disposição das coleções nos ambientes, que dever variar conforme o tipo de objeto colecionado. Por exemplo: uma coleção de xícaras pode ser armazenada na cozinha ou espaço gourmet, enquanto louças e cristais ficam melhor na sala de jantar e os livros vão bem em escritórios, quartos ou salas de TV”, explica.

Que me desculpe a arquiteta, mas quem coleciona o faz visando ter uma coleção grande, diversificada e não tanto pelo valor financeiro. Não acredito que um colecionador vai querer desfazer de algum item da coleção porque não tem valor sentimental ou financeiro. Para a profissional, não há regra em onde exibir a coleção, principalmente quando é de objetos neutros, como quadros, obras de arte e adornos trazidos de viagem. O ideal é identificar e aproveitar espaços de destaque na decoração que permitam valorizar as coleções.

Peças de cristal foram postas na mesa de centro. Foto: Henrique Queiroga
Peças de cristal foram postas na mesa de centro. Foto: Henrique Queiroga

Os mobiliários mais apropriados para dispor as coleções são prateleiras, estantes com nichos e mesas de centro. De acordo com Simone, a criatividade também conta muito neste momento e as coleções podem até mesmo compor espaços inusitados e bem divertidos. “Se os objetos forem muito pequenos e em grande quantidade, o ideal é colocar em móveis com portas de vidro, que permitam a visualização, mas, ao mesmo tempo, protejam a coleção contra poeira e desgastes do tempo. Se a coleção for de itens maiores e em menor quantidade, podem ficar em espaços abertos. Dispor os objetos em carrinhos de chá, baús e penteadeiras também pode ser uma ótima opção, pois agregam charme e destaque ao ambiente. Na hora de definir o local, o importante é analisar a proporção entre os objetos e o móvel, buscando não encher muito. É preciso áreas ‘de respiro’, para se ter uma melhor visualização e maior destaque à coleção em si”, explica.

A altura dos móveis também é um fator que deve ser observado, pois mesas de centro e móveis mais baixos podem desvalorizar coleções de itens muito pequenos que acabam passando despercebidos por ficarem abaixo da linha do olhar. Outro ponto a ser considerado é a composição das cores. “Deve ser levada em consideração a paleta de cores do ambiente. No caso de coleções com cores muito diversificadas, procure dispor em ambientes que tenham tons neutros e tons pastel, de forma a valorizar os objetos. O uso de móveis leves, com vidro e transparência também ajuda a valorizar os objetos em si. Deve-se agrupar e separar as diferentes coleções e evitar a ocupação de todos os cantinhos com as mesmas, permitindo que o olhar foque distintos pontos de destaque. Caso o acervo seja muito grande, uma boa solução pode ser deixar parte das coleções guardadas e ir alternando os itens expostos periodicamente, de maneira a renovar sempre a decoração e evitar a sensação de um espaço visualmente carregado”, explica.

Isabela Teixeira da Costa