E a memória, como vai?

cerebro1Pessoas esquecidas podem, na verdade, estar com dificuldades de prestar atenção.

Existe uma linha de pensamento que considera que a falta de atenção é um fator que leva à falta de memória. Algumas das considerações que eles fazem são: Se sempre esquecemos onde colocamos as chaves, não nos lembramos do aniversário dos amigos ou não decoramos mais os números de telefone.

Para eles isto pode ser um sinal de que estamos com problemas de atenção e que isso impacta em maior dificuldade de memorizar dados ou eventos. Tudo bem, não sou especialista e meu papel aqui é apenas divulgar descobertas sobre tudo o que possa ser interessante e importante para nossa vida, porém gostaria de debater alguns desses questionamentos antes de prosseguir.

Os especialistas não levaram em conta o advento celular/smartphone. Isto não pode ser ignorado. Antes de termos um telefone nas mãos 24 horas por dia, com uma agenda e um calendário, guardávamos sim todas as datas de aniversário de irmãos, cunhados (as), sobrinhos, telefones das pessoas com as quais falávamos com mais frequência. Minha mãe era um fenômeno, sabia tudo de cor. Tinha uma agenda, mas não precisava abrir para ligar para ninguém. Porém, com o surgimento do celular, colocamos tudo ali, apertamos dois comandos e ligamos para quem quiser, então, a memória fica liberada para armazenar outras informações.

Com certeza saber onde colocou as chaves e outros pertences, o que fez no dia anterior e até mesmo na semana anterior, é muito importante. E é exatamente isso que todo neurologista, especializado em Alzheimer recomenda, exercitar o cérebro, portanto, devemos inventar moda e estarmos mais atentos.

Segundo a especialista em desenvolvimento das habilidades do cérebro Solange Jacob, diretora pedagógica da rede Supera – ginástica para o cérebro, o primeiro passo para melhorar a memória é exercitar a capacidade de atenção.

“Melhorar a atenção significa melhorar sua memória. A atenção é a porta de entrada para as informações que são captadas pelos vários sentidos do nosso corpo. Quando isto acontece, as informações que recebemos chegam ao cérebro e são selecionadas conforme a prioridade que serão processadas”, explica.

“Como o cérebro seleciona os estímulos que os nossos sentidos recolhem do exterior e do nosso interior? Esse processo de seleção atencional depende das memórias, do significado pessoal e emocional dos estímulos, das expectativas do que faremos com estes estímulos e também quais são os planos de ação que vão acontecer”, diz.

As informações ficam guardadas na mente tempo suficiente para usá-las, mesmo quando estamos fazendo outras coisas, como se fosse um depósito temporário. Para uma informação ser gravada mais facilmente como memória, precisa atenção, quando estamos muito concentrados, e quando são importantes para nós. Como podemos lembrar do que não prestamos atenção?

“Quanto maior a motivação e a emoção de um evento, maior a atenção que damos a esta situação e assim mais facilmente será o resgate em nossas memórias. Uma ampla circuitaria neuronal se comunica entre as várias áreas do cérebro, que distribuem as tarefas mentais entre eles para que consigamos fazer o mínimo de esforço e obtenhamos a melhor performance”, explica Jacob.

Segundo Solange, existem centros nervosos reguladores desse processo de modo que podemos, conscientemente, dirigir a atenção a determinados estímulos enquanto outros são ignorados. Nem todas as pessoas têm o mesmo tipo de amplitude de atenção. A forma de absorver informações depende da personalidade, dos interesses e das atitudes que temos em relação ao mundo.

Vejam as dicas que Solange Jacob dá para melhorar nossa atenção:

  1. Permaneça alerta: mantenha a mente aberta e esteja pronto para aprender coisas novas.
  2. Amplie seus interesses e sua curiosidade para diversas áreas. Defina o que é importante armazenar e o que não vai ser útil para você. Reserve espaço na memória para aprendizados consistentes.
  3. Faça planos e execute-os: todo projeto permite que você se desenvolva. Isso sempre motiva você a ficar atento, a melhorar a atenção, porque o mantém aberto para o mundo externo.
  4. Estimule consideravelmente a sua atenção mantendo uma boa rede de relacionamentos sociais. Selecionar uma ou duas áreas de interesse que lhe permitam encontrar outras pessoas é uma boa maneira de criar novas redes igualmente estimulantes.
  5. Exercite seu cérebro com novidade, variedade e desafio crescente: a ginástica cerebral é uma alternativa saudável para treinar a atenção.

Isabela Teixeira da Costa