Ontem, enfrentei mais uma fila de posto de gasolina, e me surpreendi, mais uma vez, com a atitude das pessoas.
Como disse outro dia, meu carro estava bem de combustível, mas sou amiga, companheira e tenho uma qualidade: paciência de Jó. Não foram poucas as pessoas, que na quarta-feira me falaram que iriam abastecer na quinta. Por ser feriado, teriam todo o tempo do mundo para esperar nas longas filas.
Fiquei imaginando como a cidade não ficaria. Filas e mais filas, horas de espera. Enfim, não era problema para mim, uma vez que estava com três quartos de tanque. Mas, amiga que é amiga ajuda, participa, faz companhia e foi exatamente isso que rolou.
Toda quarta-feira tem célula na minha casa. Para quem não sabe do que se trata, é uma reunião de estudo bíblico e oração. Minha amiga mais antiga – isso mesmo, amiga desde o berçário –, estava com o carro na reserva e sem tempo de enfrentar filas, porque é empresária e não pode se dar ao luxo de sair da empresa para ficar na fila. Então ela veio para a reunião e dormiu aqui em casa, e combinamos que no dia seguinte eu a levaria em casa e faria companhia na fila de abastecimento.
No caminho até a casa dela fomos observando qual posto estava aberto e com combustível. Pegamos achamos três com fila e optamos por um que era mais perto. Fiquei admirada porque as filas não estavam tão quilométricas como eu imaginava. Decidi ir no meu carro, assim, faria companhia, enquanto esperávamos ficaríamos batendo papo, e quando chegasse na bomba completaria meu tanque. Já que era para esperar, tiraria proveito.
Ficamos em uma fila há três quarteirões de um posto, e estava praticamente parada. Em 45 minutos de fila, vez ou outra andávamos pouquíssimo. Como ficávamos do lado de fora do carro conversando, uma mulher que subia a rua, vindo do sentido do posto, chegou até nós e disse que o posto estava fechado.
Oi? Como assim? Um monte de gente na fila de um posto sem combustível? Tudo bem que nós, e quem estava atrás, não sabíamos desse detalhe, pois entramos no rastro de quem estava por ali antes, mas e os que estavam perto do posto e viam as correntes? O que faziam ali? O que passa na cabeça de uma pessoa que faz isso, sendo que tem outros postos com combustível? A nossa gentil informante disse mais, que os frentistas estavam jogando baralho e que na Avenida dos Andradas tinha um posto abastecendo.
Claro que saímos na mesma hora e fomos para o posto da Andradas. A fila começava na Rua Niquelina, mas andava rápido. Em uma hora abastecemos. Eu fiquei com o tanque cheio, nem cheguei aos R$ 100. Minha amiga alcançou mais de meio tanque. Fomos comer uma pizza, perto do posto anterior, e não é a fila continuava lá, enorme.
Como sou uma palhaça, tirei foto com o frentista na hora do abastecimento. Ele riu muito, disse que ia ficar famoso. Enquanto esperava, já na entrada do posto, um dos funcionários chegou perto do coordenador e disse que estava doido para ir embora. Eu, intrometida como sou, disse na hora que ele não podia ir, que precisávamos muito deles, que eram muito importantes. Ele riu e respondeu: “Só agora né…”. E eu, prontamente respondi: “Não, pelo menos uma vez por semana, porque não andamos sem vocês”. Ele ficou todo feliz.
Mas é a pura verdade. Estes homens e mulheres, que trabalham dia e noite nos postos de combustíveis, estão em alta nestes dias de vacas magras, mas a verdade é que são muito importantes sempre. Infelizmente, muitos de nós não dão a eles o devido valor, pois estão sempre ali, à disposição.
Guardadas as devidas proporções é a mesma coisa com nossa saúde. Não damos muito valor à nossa saúde, não agradecemos todo dia quando acordamos bem. Porém, quando temos algum problema, lembramos como é bom ter saúde. Não lembramos que temos olho, a não ser quando surge dificuldade de enxergar.
Segundo informações, entre hoje e amanhã todos os postos da Grande Belo Horizonte estarão abastecidos, o que significa fim das filas. Tomara.
Isabela Teixeira da Costa