Sobre o cálculo da previdência

reformaprevidenciaRecebi retornos bem interessantes sobre o cálculo do recolhimento da Previdência.

Quando postei o cálculo do recolhimento da contribuição da Previdência, disse que não entendia nada sobre o assunto e que contava com comentários de leitores especialistas para nos ajudar a fazer uma análise mais adequada.

Também informei que o analista que estava sendo citado como responsável pelo cálculo existia, porém, que não tinha encontrado nenhuma prova que que ele tivesse sido o responsável por tal cálculo.

Diante dos dois comentários que recebi, que publico abaixo, penso que o cálculo não pode ter sido feito por um profissional renomado como o referido, a quem atribuíram a mensagem. Seguem os comentários para avaliação de vocês:

O leitor João Paulo escreveu:

“Prezada Isabela, existem muitas outras variáveis a serem avaliadas, mas a principal no seu texto, que você deixa de fora, é a inflação. Obviamente todo esse discurso e contas apresentado está errado, uma vez que não se considera a inflação do período, bem como os reajustes do salário mínimo ao longo dos anos. Lembre-se que apenas ano passado tivemos 10% de inflação!

Além disso, a previdência tem que arcar com os aumentos futuros do salário mínimo do aposentado, após ele se aposentar. Não se esqueça também que o juros futuro de aplicações financeiras não deve ser previsto como garantido, ou seja, a poupança, no exemplo dado, pode render menos do que 6% (caso a nossa taxa de juros continue caindo ao longo dos anos) e claro, é isso que queremos, para que o país prospere.

Ora, independente da vergonha política que passamos em nosso país, é fácil observar que estamos em rota de colisão, futura, com a previdência: enorme expectativa de vida, (hoje é comum as pessoas viverem até 80 anos) possibilidade de se aposentar muito cedo (compare com outros países) e, caso o país melhore economicamente, menores juros para pagar as aposentadorias. Some a isso menor quantidade de nascimentos, que aos poucos, podemos constatar (quem irá pagar pelas aposentadorias nossas e de nossos filhos, se, nas próximas décadas, tivermos cada vez menos filhos?).

Na minha opinião, existem bandeiras políticas mais importantes para serem defendidas, como a transformação de corrupção em crime hediondo ou inafiançável. O Brasil é um país constantemente roubado por nossos administradores e esse é nosso maior problema. A questão da previdência não chega a ser surpresa, todos os países tiveram que passar por medidas similares ao terem sua expectativa de vida aumentada, por que aqui deveria ser diferente?”

O leitor Ronaldo, acho que Ferreira, pelo email dele, também escreveu:

“É impressionante a quantidade de gente falando bobagem sobre previdência. Sou contador e auditor e há anos leio sobre o assunto e cada vez mais vejo que é um assunto extremamente complexo, coisa pra especialistas (atuários). Aí me aparece a jornalista Isabela com uma conta de padaria de um cientista político?!?! Esse artigo nem deveria ser publicado, no máximo serviria para uma mesa de buteco!”

Obrigada pelas considerações. Acho muito importante este diálogo.

Isabela Teixeira da Costa

  • É impressionante a capacidade de auto defesa das pessoas, isto é normal quando falamos de seres humanos.
    Com relação a previdência vários pontos devem ser considerados para efeito de comparação.
    A) Comparar a idade da aposentadoria lá fora com a do Brasil é uma vergonha visto que muitos brasileiros começam a trabalhar de forma informal antes mesmo de completar 16 anos, não é novidade e sem segredo para ninguém. Enquanto que a media da idade inicial de trabalho na Europa é por volta dos 24 anos;
    B) Nossa previdência está quebrada além da corrupção é por diversos fatores (Funcionalismo público que não tem teto, Militar que além de receber integralmente aposenta com idade vergonhosas (existe serviços dentro da corporação que eles possam executar com menos riscos), aposentadoria de políticos impossível comentar a vergonha desta, aposentadoria vitalicias altíssimas, entre outras);
    C) Porque somente o trabalhador que contrinbui de verdade (parte empresa e parte empregado) deve pagar a conta?
    D) Precisamos sim fazer algo, mas que todos contribuam, e não somente uma parte.

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