O prazer em fazer o mal

Foto arte Olly reprodução de www.sott.net
Foto arte Olly reprodução de www.sott.net

Tem gente que é perversa, pode ser doença, mas acho que os atos são conscientes.

Fico impressionada como tem gente que tem o prazer de fazer o mal aos outros. Como são manipuladoras e dissimuladas. Muitas vezes passamos anos a companhia dessas pessoas e não percebemos quem elas são.

Acho que a primeira vez que fui apresentada a um perfil parecido foi na novela Caminho das Índias, com a personagem psicopata vivida por Letícia Sabatela. Para quem assistia a novela e via a personagem por completa ficava pensando como ninguém percebia quem ela era, como as pessoas conseguiam ser tão bobas assim. Porém, isso é totalmente possível.

As pessoas que querem usar das outras são sedutoras, tem a arte de mentir e a dominam como ninguém. Mentem com tanta naturalidade que ninguém percebe ou imagina que estão mentindo. Os amigos as defendem com unhas e dentes pois as consideram as melhores pessoas do mundo e ficam indignados quando alguém ameaça falar algo contra elas. Só caem em si, quando se tornam vítimas.

Quem já as conhece acaba sendo vítima em suas mãos. Chantageiam, gritam, ameaçam de tal forma que a pessoa se sente presa a elas, como se tivessem um poder dominante que coloca a outra com sentimento de culpa se não ajudar. A pressão é tão grande que a vítima chega a adoecer enquanto a opressora consegue tudo o que quer e fica lépida e fagueira vivendo a vida numa boa.

Conheço uma pessoa assim. Sei do estrago que já fez na vida de várias pessoas, já ouvi contar várias de suas mentiras e a cada uma fico mais espantada com a sua criatividade. Cada um fala o que quer mesmo, resta ao outro acreditar ou não.

Me disseram que isso é perversidade. Não sei se é, não sou psicóloga nem psiquiatra, a única coisa que eu sei é que quem faz esse tipo de coisa, sabe direitinho o que está fazendo. Não entrou em um surto psicótico, não está ouvindo vozes e obedecendo seus comandos. Nada disso, age de caso pensado para alcançar objetivos preestabelecidos.

Por exemplo, precisa de um emprego, então inventa cursos e trabalhos que não fez, experiências que não teve, e, como mente muito bem, tira de letra as entrevistas. Se precisa de dinheiro para comprar algo que quer muito, ou até mesmo fazer uma viagem – para ver que não precisa ser uma coisa essencial –, inventa até doença para quem acha que pode lhe dar o dinheiro. Isso mesmo, dar, porque não tem a menor intenção de pagar.

Pessoas assim falam mal de todo mundo, fazem intriga inventando coisas sobre os outros. Criam verdadeiros infernos do nada, tudo inventado, e fico imaginando que depois ficam sentadas assistindo de camarote o circo pegar fogo, às gargalhadas. Já vi gente assim destruir uma família inteira. Temos que ficar espertos e alertas para não nos tornarmos vítimas.

Isabela Teixeira da Costa

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