O mundo é das mulheres

Para falar a verdade, acho que o Dia Internacional da Mulher já teve sua importância, hoje, não precisamos mais disso. Mesmo assim, é uma boa oportunidade de ressaltarmos nossas qualidades.

Mulher é batuta. Somos bacanas demais. Somos fortes e frágeis, guerreiras e delicadas, duronas e sensíveis, racionais e emotivas. Erra quem pensa que vivemos em dualidade, absolutamente, somos completas e complexas, cheias de nuances que nos colorem, nos dão o charme e a beleza de ser.

Um poeta desconhecido, ou simplesmente alguém inspirado, escreveu certo dia um texto como se fosse um diálogo entre Deus e um anjo, quando o Criador estava criando a mulher. Este diálogo rodou internet, mas alguns trechos descrevem com perfeição as características únicas desses seres fantásticos que somos.

“Ela deve ser completamente flexível, porém não será de plástico, deve ter mais de 200 partes móveis, todas arredondadas e macias e deve ser capaz de funcionar com uma dieta rígida, ter um colo que possa acomodar quatro crianças ao mesmo tempo, ter um beijo que possa curar desde um joelho raspado até um coração ferido. (…) Ela se cura sozinha quando está doente e ainda pode trabalhar 18 horas por dia. (…) É suave, porém, a fiz também forte. Não tens ideia do que pode aguentar ou conseguir. (…) Será capaz de pensar, de raciocinar e negociar, mesmo que pareça ser desligada ela prestará atenção em tudo o que for importante. (…) As lágrimas são sua maneira de expressar seu amor, sua alegria, sua sorte, suas penas, seu desengano, sua solidão, seu sofrimento e seu orgulho… (…) A mulher é verdadeiramente maravilhosa.

Sim, ela é! A mulher tem forças que maravilham os homens. Aguentam dificuldades, carregam grandes cargas físicas e emocionais, porém, têm amor e sorte. Sorriem, quando querem gritar, cantam, quando querem chorar, choram, quando estão felizes, riem, quando estão nervosas, lutam por aquilo que acreditam, enfrentam a injustiça, não toleram o ‘não’ como resposta, principalmente quando elas acreditam e percebem que há uma solução melhor. E ainda privam-se, para que sua família possa ter algo, vão ao médico com uma amiga que tem medo de ir sozinha, amam incondicionalmente, choram quando seus filhos não triunfam e se alegram quando suas amizades conseguem prêmios. Seu coração se despedaça quando morre alguém próximo, mas são ainda mais fortes quando parecem não terem mais forças. Porém, há um defeito, às vezes, elas se esquecem o quanto valem…”

Somos assim mesmo. E a prova disso é que cada vez mais ocupamos cargos que geralmente e tradicionalmente sempre foram ocupados por homens. Em Ibirité, temos a Michele Alves, de 35 anos, a primeira mulher operadora que controla sozinha o processo de lacre e etiquetamento de todos os botijões de gás da Copagaz. Mãe de sete filhos, Michele atua na unidade desde 2015 diz que nunca sentiu indiferença ou dificuldade em trabalhar com homens por sempre ter sido respeitada por eles. Além disso, não há qualquer distinção formal entre os salários praticados na Copagaz em função de gênero.

Outra que voou alto foi a Dina Barile, a única brasileira a ir para o espaço. Ela é jornalista, filha de imigrantes italianos que fugiram do caos pós-guerra, viveu uma infância bem humilde, quando dependia de boas notas escolares para conseguir bolsas de estudos para poder estudar. Hoje, fala quatro idiomas. Fascinada por novas experiências e por conhecer mais, embarcou recentemente em um caça MIG 29, na base de Sokol, na Rússia, e se tornou a primeira e única mulher brasileira a chegar à Estratosfera. No dia seguinte, realizou um voo em gravidade zero. Para nós, mulheres, não há limites.

Isabela Teixeira da Costa

Coluna publicada no caderno EM Cultura do Estado de Minas

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