Haja dor

faceitePassou dos 40, as dores chegam. É inevitável. Dói o ombro, o quadril, a coluna, ou o joelho – e por aí vai.

Sem contar a famigerada enxaqueca, se você for desse time. Eu sou, recebi essa herança da avó materna e parece que passei para a minha filha. Faço tratamento diário contra a “bendita”. Há alguns anos, ia parar no hospital pelo menos duas vezes por mês, tomava injeção, era uma sofreguidão. Depois, encontrei a santa doutora Renata Lysia Soares Lima Farneze, comecei a me tratar e agora acertamos. Raramente tenho crises; e quando elas chegam, consigo debelá-las em casa mesmo, por meio da medição.

Voltando à vaca fria: se depois da chamada idade do condor você acordar e nada doer, provavelmente morreu e não percebeu. Porém, há uma dor que, graças a Deus, nunca senti, mas sei que é terrível, como amigas e uma cunhada já me contaram. Trata-se da fasciite plantar, que ataca a sola do pé. Dói tudo – do calcanhar à base dos dedos. É danada, pois não dá para pisar e é o delicado pezinho que sustenta o nosso peso. E como abdicar de caminhar?

A causa é a inflamação de um tecido chamado fáscia plantar. Fibroso e localizado na planta do pé, liga o calcanhar à ponta dos dedos. Quando inflama, dói tudo. A fasciite plantar é um dos motivos mais comuns da dor no calcanhar, por isso pode ser confundida com esporão de calcâneo.

Algumas das causas podem ser a idade (lá vem ela outra vez); obesidade (grande vilã de quase todas as doenças que acometem pernas, joelhos e pés); exercícios físicos em excesso; calçados com solas macias ou que não oferecem apoio suficiente à curvatura do pé; deformidades do pé; tensão sobre o tendão de Aquiles; e jornadas de trabalho em pé ou caminhando.

Presidente do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral, o fisioterapeuta Helder Montenegro dá algumas sugestões de exercícios para ajudar a evitar esse mal. Se ele já estiver atacando, só mesmo fazendo tratamento, usando palmilha, etc. Assim, as dicas abaixo, úteis depois da cura, ajudam a evitar a reincidência.

Prevenir é fácil:

1) Ande descalço sempre que possível, pois isso favorece o alongamento da planta do pé.

2) Ao acordar, ainda deitado, aponte os dedos dos pés em direção a cabeça por 20 segundos, repita cinco vezes.

3) Alongue a planta do pé. Apoie os dedos dos pés na parede e o calcanhar no chão, então escorre os dedos devagar até que a sola encoste totalmente no chão. Repita o movimento oito vezes por dia em cada perna.

4) Alongue a panturrilha usando uma rampa. Enquanto uma perna descansa no alto da rampa, a outra fica na base, com o joelho esticado. Mantenha o calcanhar na rampa e aproxime o corpo do apoio. Deixe a coluna reta e segure a posição por 20 segundos. Faça esse exercício oito vezes em cada perna.

5) Caso queira fazer sua rampa em casa, use um pedaço de madeira com 30cm de largura por 35cm de profundidade e 12cm de altura. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

Crônica publicada no Caderno EM Cultura do jornal Estado de Minas, 9/2/16, na coluna da Anna Marina

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