Eu amo o Brasil, mas tem coisas…

Luiza Helena, apaixonada pelo Brasil. Foto extraída da internet
Luiza Helena, apaixonada pelo Brasil. Foto extraída da internet

Amo o meu país, mas algumas atitudes me dão um desânimo…

Eu amo o meu país, e conheço, a cada dia, mais pessoas que também o amam tanto quanto eu ou até mais. Este mês, tive o prazer de conhecer a Luiza Helena Trajano, proprietária da rede de lojas Magazine Luiza, e fiquei admirada com o amor que ela tem pelo Brasil.

Ela fundou em 2013, em São Paulo, com outras 50 empresárias de vários segmentos, um grupo para o qual deram o nome de Mulheres do Brasil, com o objetivo de discutir temas ligados ao Brasil. As integrantes têm em comum o propósito de serem protagonistas na construção de um país melhor, ajudando de forma prática, projetos e questões importantes existentes no país. Um dos pontos fundamentais do grupo é ser apartidário e apenas levantar a bandeira de uma causa: o Brasil.

O que começou com 50 mulheres, hoje está com mais de 3 mil e agora, já estão abrindo regionais, como é o caso do Ceará, Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais. Foi no lançamento do grupo em Minas que a conheci, ou melhor, fui apresentada a ela e tive a oportunidade de ouvi-la. E ela disse, abertamente, que vários amigos se mudaram do Brasil, mas que ela não sai daqui. Todas as segundas-feiras tem reunião geral em suas lojas, e a primeira coisa que fazem é cantar o hino do Brasil – fizemos o mesmo na reunião.

Pessoas assim contagiam a gente. Por outro lado, o dia a dia vai nos desestimulando. Não sou a favor do presidente Temer, afinal, ele estava associado ao PT e portanto, não teve o meu voto, e a maioria das pessoas não votou nele. Quem vota no vice ou por causa do vice? Um mínimo de pessoas. Porém, não sei se gostaria de mais uma desestabilizada no país, com a saída dele, e aí quem assumiria? Rodrigo Maia? Socorro!!!

E algumas atitudes que estão sendo tomadas por vários segmentos levam a gente a pensar que estamos vivendo no conto da carochinha.

Estão fazendo de tudo para ferrar mais uma vez o trabalhador mexendo de uma forma completamente atrapalhada na aposentadoria. Não digo que não precise de uma reforma, mas já disse aqui outras vezes, cobrem os bilhões de dívidas das grandes empresas com o INSS, e depois de ter os cofres cheios – se ninguém roubar o dinheiro –, aí sim, refaça os estudos e proponham uma reforma que não acabe que o trabalhador, que aposentará velho e nunca conseguirá receber o teto máximo.

Adriana Ancelmo, roubou do país e sai hoje da cadeia. Foto extraída da internet
Adriana Ancelmo, roubou do país e sai hoje da cadeia. Foto extraída da internet

A última veio do judiciário. Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ficará em prisão domiciliar para cuidar dos filhos de 10 e 14 anos, por que eles precisam dos cuidados da mãe. Será que ela é a única presa do Brasil que tem filhos que precisam dos cuidados da mãe e merece este privilégio? Eles não têm parentes? Por que os filhos de outras detentas ou são cuidados por parentes ou vão para o juizado de menores.

E na casa dela não poderá ter internet, telefone, celular e nem interfone. Com dois adolescentes? Se até na cadeia tem celular será que a justiça acredita mesmo que isso será possível? Os filhos vão estudar como? E como viverão neste século sem redes sociais? Provavelmente usarão dentro de casa ou ficarão fora o dia todo. Se for assim, de que adianta ela estar em casa? Para dormir com eles?

Belo truque da defesa que foi acatado pela justiça, e o povo continuam sendo enganado. Mas dessa vez, até a justiça será enganada. Vamo, que vamo!

Isabela Teixeira da Costa

  • A defesa de Adriana Ancelmo lançou mão do que é permitido por nossas leis. É absolutamente legal o que os advogados conseguiram para ela. As demais detentas certamente não contam com advogados interessados o suficiente em seus casos. Conta também o grau de ameaça que a detenta, se fora da cadeia, representa para a sociedade. Se forem autoras de crimes violentos ou tráfico de drogas, nem com ótimos advogados. Não adianta reclamarmos dos resultados de leis quando aplicadas.Temos que mudar as leis. E antes disso eleger gente realmente comprometida para nos representar ao fazê-las.

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