Atos que emocionam e fazem o bem

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Sérgio Botrel

Às vezes ouvimos casos que emocionam e percebemos que coisas que aprecem impossíveis, acontecem.

Na noite de sábado, recebemos um grupo de amigos para um jantar. Foi muito agradável. Encontrar amigos sempre é muito bom. Nossa prima Denise Boechat, de Governador Valadares estava aqui, minha amiga Raquel Faria, de Goiânia também. Bate papo variado, muito bom.

No vai e vem da conversa, nosso amigo Sérgio Botrel contou um caso que mais parecia coisa de novela. Por sinal, se assistíssemos isso na telinha, provavelmente diríamos que o autor tinha viajado na maionese. É numa hora dessas que percebemos que a ficção é mais parecida com a realidade do podemos imaginar. Acho que nada mais me surpreende.

IMG_4607Sérgio é médico anestesista. Certo dia sua secretária entrou em sua sala e perguntou se ele gostava de amor em pedaços e ele, sem entender a pergunta, como qualquer pessoa normal, munido de uma curiosidade natural, perguntou o porquê da pergunta. “Por nada, só quero saber mesmo se o senhor gosta do doce amor em pedaços”. Então respondeu que sim e a secretária continuou dizendo que em breve teria uma surpresa.

Neste momento a mulher de Sérgio, Tatiana, disse que chorou muito. Gente, minha cabeça deu uma volta de 360 graus. Fiquei imaginando que a secretária ia dar em cima dele, que Tatiana ia descobrir e sofrer e por isso teria chorado. Mas fiquei quietinha ouvindo atentamente.

Sérgio continuou. “Na semana seguinte, depois que acabaram as consultas, ela entrou na minha sala com uma bandeja com um prato com vários Amor em pedaços e uma caixa. Comi alguns doces – estavam muito gostosos –, agradeci e perguntei o que era aquilo se isso era a surpresa. Ela disse que a surpresa estava dentro da caixa. Tirei o laço abri a caixa e dentro tinha um caderno todo enfeitado desses bem antigos, tipo feito por criança, com várias coisas coladas na capa”.

IMG_4605“Quando abri estava escrito, na primeira página Amor em pedaços com a letra da minha mãe – a mãe de Sérgio já morreu a cerca de 6 ou 7 anos –, não entendia nada, quando virei a página tinha um papel dobrado e era uma carta que tinha escrito para minha mãe, quando era criança, aluno do Instituto Brasil”, contava ele.

Uma médica de Brasília tinha encontrado este caderno em um Sebo no Edifício Maleta e não sossegou enquanto não o encontrou para devolver a ele esta importante história e sua vida. Ele ficou extremamente emocionado, e só não recebeu diretamente das mãos da “benfeitora” porque estava de férias e ela teve que voltar para sua cidade. Mas entrou em contato depois para os agradecimentos e já se encontraram também. Quando ele chegou com o caderno em sua casa e Tatiana viu a letra de D. Olga e a cartinha dele, caiu no choro.

IMG_4608Sérgio foi ao Sebo, mas não descobriu como o caderno foi parar lá. Só pode ter ido, por engano, junto com as doações de livros, depois da morte de seu pai. Porém, no Sebo, ficou sabendo de um álbum de fotos de outra médica, que a dona do Sebo estava tentando achar há anos e não conseguia. Pois não é que ele comprou o álbum e não sossegou enquanto não achou a dona.

E olha aí mais uma coincidência. A médica foi colega de colégio de sua irmã Sandra, e disse que o álbum chegou em ótima hora em sua vida, pois está passando por um momento delicado de saúde.

Amei esta corrente do bem. E que parece enredo de novela, parece.

Isabela Teixeira da Costa

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