Esclerose múltipla: a doença começa mais cedo do que se imagina
Segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla a doença é diagnosticada principalmente a partir dos 20 anos.
Imagine um jovem saindo da adolescência, entrando na juventude, pronto para viver a vida, cheio de sonhos, de energia aberto para as novas descobertas da vida e, aos 20 anos ganha um grande desafio pela frente: o diagnóstico de que está com esclerose múltipla (EM), doença já atinge cerca de 2,3 milhões de pessoas no mundo. Tudo o planejou, o sonho de ser um profissional, casar ter filhos fica bastante ameaçado.
A EM não tem cura e ninguém descobriu ainda o que causa a doença, mas já se sabe que é uma das doenças mais comuns em adultos jovens no mundo. De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, 35 mil brasileiros são afetados pela doença. Apesar dessa incidência, muitos ainda a desconhecem, pois seus primeiros sinais são muito sutis e transitórios, dificultando o diagnóstico precoce. Idade, gênero, histórico familiar e outras doenças autoimunes são fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
Os sintomas mais comuns, que são a perda de equilíbrio e coordenação motora, distúrbios da sensibilidade (formigamento/dormência pelo corpo), perda de força muscular (paralisias) e de visão, visão dupla, cansaço, incontinência ou retenção urinária podem ser as primeiras manifestações da EM e ocorrem de forma isolada ou em conjunto, ou seja, com várias manifestações simultâneas de acometimento do Sistema Nervoso Central.
Cerca de 80% dos pacientes apresentam manifestações agudas ou subagudas e melhoram, ou remitem o quadro neurológico, e essa evolução é denominada “surto-remissão” ou “recorrente-remitente”. Para essa forma da EM os tratamentos atuais estão cada vez mais eficazes, mas a melhor resposta ocorre quanto mais cedo eles se iniciam, o que se conhece como “melhor janela terapêutica”, em que o diagnóstico precoce está associado à uma evolução mais favorável.
Para diminuir o impacto da esclerose múltipla o melhor caminho é a informação para que as pessoas fiquem atentas e consigam ter um diagnóstico precoce, nesta época de redes sociais e grande facilidade comunicação isso fica mais fácil. De acordo com Soniza Alves-Leon, chefe do Centro de Referência em Esclerose Múltipla do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ e pesquisadora CNPq sobre o tema, “uma geração que vive conectada, precisa saber que a esclerose múltipla vitima pessoas de todas as idades, mas especialmente, os indivíduos entre 20 e 40 anos que estão no auge da vida reprodutiva. Seus sintomas são imprevisíveis e nem sempre são levados a sério, por isso, a importância em atentar para qualquer um desses sinais”.
Apesar de não ter cura, existem tratamentos que minimizam os sintomas da doença. Os Interferons beta foram os primeiros medicamentos a surtirem efeito na EM, com grande eficiência. Entre as opções de tratamento adjuvante, está o Cognifit, uma ferramenta inteligente utilizada para minimizar alguns dos sintomas da esclerose múltipla e que pode ser acessado via computador, tablet ou smartphone. O mecanismo tem como função principal treinar e estimular os aspectos cognitivos, com jogos que permitem avaliar o estágio do comprometimento da doença e suas habilidades cognitivas. O dispositivo funciona como aliado na melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Isabela Teixeira da Costa