O dia do caos

Agência Brasil/Marcelo Camargo
Agência Brasil/Marcelo Camargo

O Brasil viveu ontem um dia de caos na política e isso refletiu nos ânimos de todos os brasileiros.

Toda quarta-feira à noite tenho célula na minha casa, uma reunião de estudo bíblico e oração, por isso, a partir das 19h, não vejo TV, nem entro no celular.  Nesta quarta não foi diferente. Quando terminamos a reunião – e esta semana demoramos mais que o normal –, uma das participantes disse “Brasília explodiu, e sobrou para todo mundo, Temer, Aécio, etc.”

Ficamos sem entender, perguntamos mais, mas ela não soube dizer. Apenas tinha lido uma mensagem recebida. Terminamos de ajeitar as coisas, despedir das pessoas e então fui ligar a televisão e tentar descobrir o que tinha ocorrido. Só ouvi que o presidente Temer tinha pedido ao presidente da JBS para pagar à Cunha, para ficar calado.  Claro que fiquei chocada, se é alguma coisa neste país ainda choca alguém. Mas, partindo de quem partiu, não é era impossível de acontecer.

Quando cheguei ao jornal, fiquei sabendo do caso do Aécio Neves e da prisão de sua irmã Andreia. Fiquei pensando o que passa na cabeça de um político investigado em uma operação da Polícia Federal, de procurar um empresário, também investigado pela mesma operação, por mais amigos que sejam, para pedir uma expressiva soma de dinheiro para pagar advogados. Será que não passou pela cabeça de Aécio que o seu “grande amigo” não procuraria a PF e contaria o que estava acontecendo? E que a PF não faria alguma coisa para pegá-lo com a boca na botija?

Burrice? Ingenuidade? Não acredito. Acho que está mais para um senso de inatingibilidade do que qualquer outra coisa. Um pensamento tipo “Posso fazer o que quiser que ninguém me pega”. Se o pedido foi um empréstimo pessoal, porque passar pela empresa de Perrela?

Não gosto do Temer, mas como já disse aqui, penso que o país já estava muito fragilizado depois do impeachment de Dilma, e que seria melhor o vice assumir e trabalhar seriamente. O Brasil deu pequenos sinais de melhora. E quando achamos que o país conseguiria sair da crise, ele funda mais ainda.

Penso que Temer deveria ter renunciado, mas, se não quer renunciar, e deixou isso bem claro em seu pronunciamento ontem à tarde, não sei como será daqui pra frente, pois teremos um governo frágil, com muita gente querendo o impeachment do presidente.

Clique aqui e veja o pronunciamento do presidente Temer.

Ontem, em todos os lugares o assunto só foi esse. Estava no pilates e um dos meus colegas disse uma coisa que achei bem sensata e vou compartilhar aqui. Para ele, uma boa solução seria a saída de Temer, e colocarem como presidente uma pessoa fora do meio político, como por exemplo, a presidente do Supremo, Carmem Lúcia, para conduzir o país até as próximas eleições diretas, em 2018. Mantendo a equipe econômica, e sem fazer reformas, simplesmente conduzir o Brasil com estabilidade.

Segundo meu colega, qualquer político que colocarem no cargo não vai agradar a todos e isso fragilizará ainda mais o país. Seu raciocínio tem lógica.

O fato é que estamos, de novo, envolvidos em uma grande crise, com a economia abalada, e o fôlego que começamos a tomar acabou e o país voltou a afogar. Que pena. Agora é ver como país vai acordar hoje e como será o dia.

Isabela Teixeira da Costa