O país parou

Existe uma categoria que em poucos dias consegue parar o país e afetar a vida de todos. Com essa força nem o Presidente da República contava.

Foto Paulo Filgueiras/ Estado de Minas

Os caminhoneiros conseguiram parar o país. Estamos no sétimo dia da greve e os reflexos começaram a serem sentidos no terceiro dia. Mesmo com este ato prejudicando a vida de muita gente toda a população está apoiando a atitude da categoria e torcendo para que suas reivindicações nos beneficiem.

Na quinta-feira começou a corrida por abastecimento nas grandes cidades do país, na sexta, eram raros os postos que ainda tinham algum combustível, e esses decidiram abastecer apenas ambulâncias e veículos de serviços de primeiras necessidades. Na quinta e sexta-feira o transporte público funcionou com horário de domingo e hoje, não estão rodando. As aulas foram suspensas na sexta.

Para segunda, o prefeito declarou ponto facultativo em Belo Horizonte, suspendeu as aulas e os ônibus circularão das 4h às 9h e das 16h30 às 20h, em horário normal, e nos demais horários, como domingo. Tudo isso para economizar combustível, pois não há previsão do término da greve.

As prateleiras dos supermercados estão ficando vazias, já falta oxigênio, materiais e medicamentos em hospitais, e mesmo assim continuamos apoiando os caminhoneiros esperando que esta paralização reduza o preço não apenas do diesel, mas também da gasolina e do etanol que estão exorbitantes.

Quem vai esquecer a imagem dos pescadores bloqueando os portos com seus frágeis barquinhos, impedindo que os enormes cargueiros entrassem? Ação em apoio ao movimento. Infelizmente, no acordo que assinaram esqueceram-se de nós. Tudo bem, alguém pode dizer que a categoria não tem que pensar na gente, é verdade, mas quando se percebe um apoio geral e uma força tão grande, acho que os interesses podem ser ampliados pelo bem comum.

Infelizmente, pelas atitudes que nosso presidente Temer tem tomado diante da situação, ou ele não entendeu a gravidade da situação e está subestimando a greve, ou se acha forte e importante demais para manter a postura de indiferença e querer parar a greve com o uso das forças armadas em um estilo “eu posso tudo”. Espero que eu esteja muito errada. Torço para que ele entenda a necessidade de reduzir esses impostos extorsivos não apenas nos combustíveis, mas em tudo neste país e que não retornam em aplicação para a população em geral. Basta enxugar um pouco a máquina púbica, diminuir os gastos que a redução não fará falta.

Vamos ver quanto tempo isso ainda vai levar.

Isabela Teixeira da Costa