Cuidado com o fogo

tiposQueimadura e incêndio é coisa séria aprenda e lidar com as situações.

Neste fim de semana, jantando com alguns amigos, no meio do bate papo agradável, saiu um assunto que me chamou atenção pelo desconhecimento de todos os presentes, exceto um deles, claro, por ser médico e acabar dando uma verdadeira aula para todos nós.

Domingo falei sobre ele como um amigo, hoje, terei que falar como profissional para que saibam que se trata de pessoa com conhecimento de causa. O médico anestesista Sérgio Botrel, do Hospital Felício Rocha e também médico 2º Tenente da Polícia Militar de Minas Gerais, instituição da qual acaba de aposentar.

Começamos a falar sobre queimaduras e ele disse que a primeira atitude é colocar na água gelada ou fria. Se for uma parte pequena do corpo, em uma torneira mesma, se for patê maior, correr com a pessoa para um chuveiro e abrir a água fria, e deixar a água correr alí, por bastante tempo.

Tenho um primo de segundo grau que foi vítima de acidente doméstico. Ele e os irmãos estavam brincando em casa. Já adolescentes e pré-adolescentes. Com todo cuidado do mundo, pegaram o álcool, e deixaram a garrafa bem longe deles, porém ela caiu, rolou e quando chegou perto de onde estavam, entrou em contato com o fogo e explodiu. Ele começou a se queimar. Como Deus é muito bom, alguém gritou para ele “a piscina” e ele pulou na piscina. Foi a salvação da lavoura. Ele se queimou feio. Ficou anos em tratamento, mas sua vida foi salva graças a ter mergulhado na piscina e ficado ali um bom tempo.

Um dos convidados questionou sobre tampar o fogo com o cobertor. A resposta foi: “Isto é apenas para abafar e apagar o fogo, depois coloque na água fria”. E a partir daí o assunto enveredou para tipos de queimadura e o Sérgio ressaltou um grande erro muito comum.

extintorapGeralmente, quando uma gordura pega fogo, normalmente as pessoas jogam água para apagar o fogo e este é o maior erro. A água faz a gordura quente pegando fogo explodir. Aí a coisa fica feia mesmo e a pessoa pode queimar.

Sérgio imediatamente ressaltou um erro grave que é muito preocupante: os extintores de incêndio que existem nos prédios. Todos eles são do tipo A, ou seja, à base de água, e por isso só podem ser usados em papel, madeira, plástico e couro.

Hello, qual o maior risco de incêndio em uma casa? Eletricidade e cozinha – fogo, óleo, etc –, e para este fim, se usarmos o extintor que está ao nosso alcance pioraremos o incêndio. Então por que é este tipo que é colocado nos andares? Simplesmente para constar? E na hora H a gente que se dane?

Para comprovar o assunto, fomos até o hall do andar e comprovamos. Vejam na foto. Está passando da hora de rever isso. Para comprovar, vejam abaixo os tipos de extintores existentes, a classe de fogo e casos e situações em que cada extintor deve ser usado.

Tipos de Extintores

São 5 os tipos de extintores disponíveis no mercado, a saber:
Base de Água: É aquele em que se projeta a água em jato ou pulverizada, possui recipiente recarregável e com capacidade entre seis e nove litros e sua descarga é feita por meio de um filtro;
Espuma: É uma mistura de espuma obtida com água, a qual se mistura com ar para ser descarregada através de agulhetas;
Dióxido de Carbono: ou também conhecido como Extintor de CO2. O armazenamento do conteúdo químico é feito sob pressão e a uma temperatura de 18° C, mas na vaporização essa mesma temperatura consegue abaixar para -78° C. O manuseio deste tipo de extintor deve ser realizado com o máximo de cuidado senão você poderá sofrer queimaduras graves;
Pó: Contem, em seu interior, pó químico seco. É um dos mais comuns e pode ser utilizado na maioria das classes de fogos.

tipodeextintorClasses de Fogo

Agora que você já conhece os tipos de extintores é importante que saiba qual é a classificação do fogo e/ou sua chama para saber como utilizar corretamente o extintor em caso de incêndio.
Classe A: São aquelas combustões comuns onde os materiais deixam resíduos como, por exemplo, papel, madeira, plástico e couro;
Classe B: São aqueles em que o fogo atinge os gases e líquidos inflamáveis como a gordura, gasolina e os solventes;
Classe C: São aqueles em se atingem os equipamentos elétricos e as fiações;
Classe D: Este tem menor ocorrência e atinge os metais que pegam fogo como, por exemplo, magnésio, bário, potássio, alumínio e titânio;
Classe K: Este ocorre em gorduras e óleos em geral como nas cozinhas industriais ou residenciais.

Casos e situações em que cada extintor é utilizado

Como você mesmo pode verificar cada tipo de incêndio é classificado de acordo com uma categoria especifica e para cada um existe um extintor adequado que você conhecerá agora:
Extintores da Classe A: São os mais indicados após a extinção do fogo para isolar o local do risco de propagação do incêndio já que possui a característica de resfriamento do material, o qual é facilmente penetrável;
Extintor da Classe BC: Utiliza-se o extintor de Dióxido de Carbono que remove o oxigênio dos focos de incêndio, não reage com a eletricidade e nem deixa os resíduos no local;
Extintor de Pó ABC: Pode ser utilizado na maioria das situações sem a necessidade de identificação do tipo de incêndio e pode ser operado por qualquer pessoa, inclusive aquelas que não têm treinamento;
Extintor da Classe C: Não conduz corrente elétrica;
Extintor de Pó Especial: É o único que deve ser utilizado em casos de incêndio da Classe D. É utilizado o cloreto de sódio para abafar o fogo e evitar o seu contato com o oxigênio, ou seja, há o abafamento.

 

Isabela Teixeira da Costa

Fonte: www.rwengenharia.eng.br