Planejar pra que?
Não adianta programar nada, porque imprevistos acontecem e mudam todos os planos.
A vida é engraçada e surpreendente. Organizamos e programamos o que faremos, e tudo vai por água a baixo quando menos se espera. Nem sei para que temos uma agenda com o que teremos que fazer. Às vezes acho que o melhor seria deixar a vida te levar, como diz a música, mas o trabalho não permite.
Há poucos dias contei aqui do imprevisto que tive em um dia cheio, quando o pneu do carro furou e atrasou tudo o que eu tinha que fazer. Pois ontem a história se repetiu, não com outro pneu furado, mas com mais um imprevisto.
Ontem foi o desfile de formatura dos alunos de moda da Fumec. Foi lá no Casa Tua, salão de festas localizado no Jardim Canadá. Cada aluno cria uma coleção, produz as roupas e monta o desfile e uma banca de jurados escolhe qual foi a melhor coleção. A assessora de imprensa do evento, minha amiga Heloisa Aline Oliveira, me convidou para compor o júri.
Acordei cedo para conseguir sair mais cedo do trabalho e dar tempo de me arrumar com calma e chegar ao local 15 minutos antes, como foi pedido. Tudo correu muito bem. Só ficava pensando no frio que estaria no Jardim Canadá, decidi comprar uma bota para combinar com a roupa mais quente que eu tenho, porém, quando estava na sapataria recebi um telefonema do meu irmão Camilo. Minha mãe tinha caído e pelo que tudo indicava, tinha quebrado a mão. Estavam a caminho de BH – minha mãe mora em Santa Luzia –, para o Hospital Mater Dei.
Pronto, olha o imprevisto aí. Fui ao encontro deles. A mão da minha mãe estava muito inchada, enorme, roxa. Durante o atendimento Camilo diz que tem um compromisso, que eu precisaria ficar com ela até as 20h30. Oi? Eu tinha que estar no Jardim Canadá às 7h45. A solução era pedir aos outros irmãos. Regina tinha cliente até 21h. Renato não podia porque era aniversário de seu filho e sairiam para comemorar. Liguei para minha cunhada para saber se ela poderia buscar minha mãe mais cedo, porém ela estava agarrada no trabalho sem hora para sair.
Isto sim é que é um imprevisto fora de hora e em um dia no qual toda a família estava agarrada de compromissos. Minha cunhada disse que poderia pegar minha mãe às 19h30. Liguei para a Heloisa, contei o que estava rolando e que tentaria chegar no horário, mas com atraso.
O raio X mostrou duas fraturas, uma na mão e oura no pulso. Tinha que engessar de um jeito diferente que demandou muito tempo. Enfim, só consegui chegar em casa com minha mãe às 20h. E não daria mais tempo de aprontar e chegar a tempo ao desfile.
É assim, podemos programar, mas isso não significa que tudo sairá como planejado. O que importa é estar aberto para viver esses imprevistos sem se abalar e desesperar. Os planos de Deus são diferentes dos nossos. O importante é que minha mãe está tratada e sem dor, e eu pude dar total atenção a ela.
Isabela Teixeira da Costa