Dermatite atópica na infância
A dermatite atópica é familiar e frequentemente está associada à asma, bronquite e rinite alérgica.
A dermatite atópica é uma doença crônica e não contagiosa que causa inflamações na pele e atinge mais crianças do que adultos. Segundo a dermatologista Joana Barbosa, da Clínica Dermax, a doença atinge 20% das crianças com menos de 7 anos e 18% com idade entre 7 e 16 anos. Já nos adultos, a incidência é de 10%. “Ela se modifica de acordo com a idade. Nas crianças menores (entre 3 meses e 3 anos), as lesões são mais avermelhadas e estão localizadas na face, no tronco e nas superfícies externas dos braços e pernas. Em crianças maiores (dos 3 anos até adolescência) e adultos, têm lesões principalmente nas dobras do corpo, como pescoço, cotovelo e atrás dos joelhos. Cerca de 60% das crianças apresentam redução ou desaparecimento das lesões antes da adolescência”.
De acordo com a especialista, os sintomas apresentados são coceira e lesões tipo eczema (descamação e vermelhidão) em diferentes partes do corpo. “Quanto mais o paciente se coça, maior o risco de contaminação das lesões e piora do quadro”, acrescentou.
Por se tratar de uma doença crônica, o quadro tem sua evolução em ciclos, onde há períodos de piora e melhora. “A dermatite atópica tende a aparecer ou a piorar quando a pessoa é exposta a certas substâncias ou condições. São fatores desencadeantes: pele seca, poeira, detergentes e produtos de limpeza em geral, roupas de lã e de tecido sintético, baixa umidade do ar, frio intenso, calor e transpiração, infecções, estresse emocional, certos alimentos”, explica Joana.
Tratamento e prevenção
Para controlar da dermatite atópica, a médica ressalta que é necessário reduzir ou evitar a exposição aos fatores desencadeantes e tratar as crises aguda. Veja algumas dicas:
- Uso diário e contínuo de cremes hidratantes com a pele úmida após o banho;
- O banho deve ser morno para frio, com uma duração média de 5 a 10 minutos, sem bucha;
- Use roupas leves, de algodão e evite tecidos sintéticos;
- Use sempre filtro solar;
- Evite contato com irritantes da pele;
- Mantenha as unhas curtas;
- Reduza o estresse.
“Nas crises, os cuidados com a pele devem ser mantidos. Além disso, deve-se iniciar o tratamento prescrito pelo seu médico. Os tratamentos mais utilizados são: os corticosteróides tópicos, antibióticos orais ou tópicos, anti-histamínicos, inibidores tópicos da calcineurina (pimecrolimus e tacrolimus). Já nos casos mais graves e extensos a fototerapia, talidomida, ciclosporina e metotrexate orais são algumas formas de tratamento”, cita Joanna Barbosa.