Crise dos 40

Crise dos 40 ou idade do lobo, é um problema do passado, que não se justifica mais na mulher e no homem moderno.

Papo Empreendedor Afirma

Desde a minha adolescência, ouvia dizer, sempre que um homem fazia 40 anos, que tinha entrado na idade do lobo. Não entendia o que aquilo queria dizer, e ninguém explicava. Quando me tornei uma jovem, entendi. Era a época em que o homem se sentia ameaçado na sua juventude, começava a se sentir velho e para provar que continuava cheio de sua virilidade, saia “pegando” todas as mulheres que apareciam pela frente. Não importava se ele fosse casado ou não. Tinha que provar que ainda dava conta de seduzir e finalizar.
Entre as mulheres a fala era outra. O temor era entrar na faixa dos “enta”. Hoje, já se referem como idade da loba, os novos trinta, etc. O fato é que entramos na época de mudanças físicas e hormonais. Surgem pés de galinha, cabelos brancos, alguns quilinhos a mais, a vista começa a ficar cansada e o óculos se faz necessário. E mesmo que o corpo esteja superenxuto, sarada mesmo, tipo corpinho de 30, a cabeça enche de caraminholas e balança a autoestima.
De acordo com a coach e analista comportamental, Hérica Santos, esse é um momento importante na vida. Hora de fazer uma faxina. “Com uma bagagem a mais, é hora de fazer o que realmente dá prazer, mudar hábitos e comportamentos. Não prometa que vai começar uma atividade física, comece; acorde mais cedo e curta o dia; se não estiver satisfeito com o trabalho, faça um planejamento para que mude; se o relacionamento não vai bem, resolva”.
Há muitos caminhos para se encontrar nesse momento da vida. Um deles explica Hérica é o coaching, mas também pode ser terapia, um planejamento para a vida e carreira. “Vale a pena rever valores, adotar novos comportamentos, se livrar de traumas já vividos, por exemplo. É o momento de viver os 40 e não uma crise. Sempre digo que a mulher dos 40 é uma nova geração, independente, mais informada e consciente. Mas, com o mesmo receio de há tempos, de perder o desejo do parceiro e a necessidade ou dependência dos filhos”.
No século passado, nos anos 70, 80, uma mulher de 40 poderia até se sentir velha, mas hoje? Uma pessoa nessa idade é jovem, bem informada, atual, está em plena atividade. Homens e mulheres de 40 ocupam academias, praticam corridas, pedalam. Estão em posição de comando nas empresas. São completamente ativos e participantes.
Fora isso, a medicina tem evoluído cada vez mais na área de tratamentos estéticos e preventivos. Da plástica ao botox, da academia a uma caminhada, além da reposição hormonal e da reeducação alimentar. O que não falta são boas opções para se ter, cada vez mais, uma melhor qualidade de vida. “É hora de aproveitar a maturidade para fazer e viver mais pra si. Essa fase não pode ser chamada de crise dos 40, porque crise é uma fase grave na evolução das coisas, dos sentimentos, dos fatos; do colapso e uma mulher de 40 não pode ser vista assim”, conclui Santos.
Lembro de ouvir, diversas vezes, mulheres dizendo: “quem me dera ter a cabeça de hoje com 20 anos”. Por que, naquela época, mulher de 40 era uma senhora. Hoje, mulher de 40 pode fazer o que quiser, com a cabeça que tem. Não existe impedimento, nem por limitações físicas, nem sociais, por preconceito da sociedade. A crise dos 40 só é vivida por quem quer. Por pessoas que não se dão o direito de serem felizes. Aquelas que preferem ficar murmurando e lamentando que nem a hiena Hardy, do antigo desenho de Hanna-Barbera, que tinha o bordão, lembrado até hoje: “Oh vida, oh céus, oh azar… isso não vai dar certo!”

Isabela Teixeira da Costa

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