Gestante deve malhar
Atividade física durante a gestação previne diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.
Muitas mulheres ficam na dúvida se podem continuar a fazer exercícios físicos quando engravidam, ou mesmo se podem começar a se exercitar. Até mesmo para se preparar para o parto. A boa notícia é que não só pode, como deve. “Não são poucos os benefícios de se movimentar durante a gestação, vão desde a prevenção de doenças, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, até maiores chances de o bebê nascer de parto normal’’, explica a fisioterapeuta e doutora em saúde da mulher, Vitória Goulart.
Segundo ela, “a gravidez é um processo biológico complexo que tem efeitos profundos no corpo da mulher. Pesquisas recentes indicam que mulheres grávidas saudáveis se beneficiam com a prática de exercício regular. O sedentarismo pode aumentar o risco do ganho excessivo de peso e das doenças cardiovasculares.’’
A profissional de educação física e especialista em saúde da mulher, Grazielle dos Santos, diz que “colocar o corpo em movimento libera mais endorfina” – essa é minha inimiga, nunca nos encontramos –, “e traz sensação de bem-estar para a futura mamãe, além de aumentar a autoestima. As mulheres no período gestacional tem uma carga hormonal elevada que pode durar até um ano pós-parto. As atividades físicas ajudam a controlar esses hormônios e com isso reduzir a probabilidade de uma depressão pós-parto, que é muito comum.”
Porém, não é aconselhável sair fazendo exercício de qualquer jeito, eles devem ser orientados e realizados de forma moderada para não competir com a demanda energética do bebê. Os mais recomendados são os de baixo impacto, como hidroginástica, ioga e pilates. “Caminhar meia hora por dia também é ótimo, porque melhora a função cardiorrespiratória da gestante”, diz Grazielle. “Vestir roupas leves, usar um calçado confortável, alimentar-se adequadamente e tomar bastante líquido para hidratar, tanto antes como depois dos exercícios, é fundamental.”
No puerpério ou pós-parto o papel do exercício físico é também de grande importância. Segundo Vitória e Grazielle, ele melhora a recuperação das mulheres no pós-parto, “reeduca a função respiratória, estimula o sistema circulatório, previne tromboses, restabelece a função gastrointestinal, retoma o condicionamento cardiovascular, reeduca a musculatura abdominal, otimiza o trabalho muscular necessário às adaptações do corpo da mulher para a amamentação e cotidiano postural com o bebê”, explicam.
O Projeto Mães em Movimento foi criado em 2015 visando devolver a autoestima à mulher, promover a conscientização em relação à saúde alimentar, física e mental e, principalmente, reforçar os laços entre mãe e filho e entre mulher e a família. Tudo isso é feito por meio da prática de atividades físicas da mãe com seu filho e família e da conscientização de hábitos saudáveis propagados em palestras educativas.
Isabela Teixeira da Costa