Hospitais do bem
É fato: o sistema de saúde brasileiro está caótico, o que já foi dito várias vezes aqui.
Também é sabido que muitos hospitais que atendem pacientes do Sistema Único de Sáude (SUS) trabalham no vermelho, porque recebem com atraso. E o que ganham não é suficiente para cobrir custos e dar conta de problemas que geram dificuldades financeiras. Apesar de tudo isso, é muito bom saber como as instituições de saúde lutam para prestar bom atendimento à população.
O Hospital Evangélico (HE), por exemplo, é referência em nefrologia, mas poucos sabem disso. Segundo a coordenadora clínica da equipe de transplante e nefrologia do HE, Lilian Pires de Freitas do Carmo, a instituição oferece várias modalidades de tratamento a portadores de doença renal crônica. Ele tem capacidade para receber 2 mil pacientes, em suas três unidades –80% do atendimento é reservado ao SUS e o restante a convênios e particulares.
“O Centro de Nefrologia do Hospital Evangélico é referência no estado para a realização de biópsias renal e óssea, pelo SUS, e em transplante renal. Na unidade de internação, o paciente é acompanhado diariamente por médicos do grupo de transplante e por profissionais da equipe multidisciplinar, que esclarecem os cuidados a serem seguidos depois do transplante”, explica Lílian.
O Hospital Evangélico mantém o projeto Saúde para Todos, modalidade de atendimento particular com tabela diferenciada, oferecendo preços bem baixos para quem não tem plano de saúde e não pode esperar até seis meses por uma consulta gratuita pelo SUS. Nesse programa estão incluídas as áreas de oftalmologia, dermatologia, ginecologia, urologia, além de exames laboratoriais e de imagem. Para completar, o HE tem escola de enfermagem.
Um hospital que não para de avançar em tecnologia é o Mater Dei. A última novidade é a ampliação do serviço de densitometria, com a abertura de nova sala de exames na unidade da Avenida do Contorno, para oferecer atendimento diferenciado e mais especializado ao paciente. O espaço está equipado com o densitômetro projetado para avaliar, além da massa óssea, a composição corporal dos pacientes. Com isso, é possível discriminar a quantidade de gordura dentro do abdome e subcutânea, além de avaliar a massa muscular, que pode ser medida e monitorada ao longo do tempo.
“Estes recursos permitem avaliar pacientes submetidos a condicionamento físico e atletas. O excesso de treinamento, conhecido como overtrainning, causa perda de massa muscular. Idosos e portadores de doenças crônicas, HIV e câncer também podem sofrer com a perda de massa muscular. Nesses casos, o exame, considerado padrão-ouro na avaliação da composição corporal, supera a bioimpedância na determinação regionalizada de músculo e gordura” explica Bruno Muzzi Camargos, coordenador do Serviço de Densitometria Óssea do Mater Dei. Além da quantidade de massa óssea, é possível medir a qualidade óssea do tecido do paciente.
Na prática, o exame permite identificar pessoas com risco para fraturas, mesmo na ausência de osteoporose. Quando o TBS está alterado, o médico está autorizado a iniciar tratamento mesmo em osteopenia, uma condição de perda óssea que antecede a osteoporose.
Está aí uma excelente notícia, principalmente para as mulheres, as mais afetadas com a osteoporose. Conheço algumas, mais idosas, que caíram enquando se levantavam, pois o fêmur se quebrou sozinho devido a osteoporose, enquanto estavam assentadas. Esse exame, ao permitir diagnóstico precoce e tratamento preventivo, é um avanço enorme. Salve, salve tecnologia! (Isabela Teixeira da Costa/Interina)
Crônica publicada no Caderno EM de Cultura do Estado de Minas, 10/2/14, na coluna da Anna Marina