Rede social vicia e toma muito o nosso tempo

viciorsEstar conectado no mundo virtual é muito bom, mas tem seus riscos.

A grande maioria das pessoas, atualmente, tem Facebook, Instagram e WhastApp, outras, somadas a essas, têm também Twitter, YouTube e Linkedin. Tudo é muito bom, te deixa conectado ao mundo e aos amigos e conhecidos, porém, paralelo a essas vantagens existem alguns problemas: o tempo que dispensamos a essas ferramentas e o risco do vício.

É um tal de postar foto de onde está, do que vai comer, da roupa que vestiu. Atualizar o perfil virou febre, se é Dia das Crianças, postamos foto de quando éramos pequenos; Dias dos Pais, com o nosso pai; em maio, com a nossa mãe, e por aí vai. Essa rotina virtual, às vezes, traz sérios problemas à vida real. Os efeitos negativos da internet já fazem parte do quadro de doenças contemporâneas e estão cada vez mais frequentes nos consultórios médicos.

Tem pessoas que não conseguem ficar 10 minutos sem olhar o celular. Começam a entrar em sofrimento, ficam inquietas, agitadas. Parece que estão perdendo algo de extrema importância na vida. Simplesmente porque ficaram sem ver o celular, sem tê-lo por perto por apenas 10 minutos.

A Psicóloga Aline Melo aponta que os principais problemas por conta do uso exagerado da internet são o afastamento social, alienação, isolamento e depressão. “As pessoas estão usando a internet como uma válvula de escape para distúrbios de personalidade e, até mesmo, para tentar fugir dos problemas da vida real”.

O vício em redes sociais é uma realidade e tem impactos impossíveis de serem ignorados. Por isso, segundo a especialista, é preciso cuidado, moderação e saber avaliar se o tempo que está dedicando ao mundo online afeta a execução das atividades no mundo real. “A internet possui o poder de distrair o indivíduo ao ponto de que ele não perceba o tempo passar, deixando de fazer outras coisas e de ser mais presente entre amigos e família para permanecer conectado” complementa. Esses efeitos negativos não são resultados apenas da quantidade de tempo perdido nas redes sociais, mas, também, de abrir mão de eventos para ficar na companhia da web. “Percebe-se o vício quando a pessoa deixa de fazer outras coisas para estar conectada à internet, jogando online ou checando mensagens”, explica.

O uso excessivo da internet, quando identificado como patológico, pode ter tanto poder quanto o vício da bebida e das drogas. “É uma doença que precisa ser diagnosticada e tratada o quanto antes, porque o prolongamento da situação acarreta problemas de saúde, psicológicos e sociais ao indivíduo, além de afetar a todos que convivem com ele, prejudicando seriamente suas relações interpessoais. Ao ter consciência de que você ou outras pessoas não estão mais conseguindo controlar esse tipo de comportamento, busque orientação médica” finaliza a profissional.

Isabela Teixeira da Costa

Luta contra o tabaco

no smokeHoje, 31 de maio, é celebrado mais um Dia Mundial de Luta Contra o Tabaco, considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável em todo o mundo.

A sociedade pressiona cada dia mais para que as pessoas parem de fumar. Outro dia, fui a uma festa na casa de uma amiga fumante. A maioria dos convidados fumava e todos estavam com seus cigarros acesos, a noite toda, dentro do apartamento. Depois que foi sancionada a lei que proíbe o fumo em ambiente fechado, ainda não tinha ido a nenhum local com tantas pessoas fumando ao mesmo tempo. Saí de lá defumada. Quando entrei no carro, tive que abrir a janela para não empestear tudo. Parecia que eu tinha fumado horrores. Lembrei-me da época em que todos os jornalistas fumavam na redação. Que alívio que não é mais assim.

A maioria dos governos toma medidas para combater o vício, como proibição de propaganda, embalagens com advertências quanto aos riscos do fumo – a maioria nem liga para as imagens e alguns até fazem piadas –, aumento dos impostos, campanhas antitabagistas, etc. Porém, para os fumantes, abandonar o vício parece uma missão quase impossível e, na maioria das vezes, desanimadora.

O ator Leonard Nimoy, o famoso Dr. Spock da saga Jornada nas estrelas, faleceu em fevereiro de 2015, aos 83 anos, depois de uma longa batalha contra várias doenças pulmonares ocasionadas pelo fumo, incluindo enfisema pulmonar, bronquite, asma e câncer de pulmão. Sua luta para alertar seus fãs a pararem de fumar durou mais de 30 anos. Ele disse: “Eu parei de fumar 30 anos atrás. Não foi cedo o suficiente. Não é fácil parar de fumar, mas tentem sempre até conseguir, quanto mais rápido, melhor.”

Tinha um amigo que morreu de enfisema pulmonar. Quando estava internado, com uso de oxigênio, tirava a máscara para fumar. Fumou até o último dia de vida. Outro dia, conversava com um primo, fumante inveterado. Disse-me com toda a certeza: “Se um médico me falar que estou doente e se parar de fumar terei dois anos de vida, se continuar terei oito meses, prefiro viver oito meses fumando.”

Fico impressionada com este tipo de opção. Nunca fumei. Talvez seja por isso, por não saber o que é ter um vício e tentar me livrar dele. Porém, tomo como base minha mãe. Fumou quase 50 anos. Uma vez, decidiu parar. Guardou um maço de cigarros na gaveta do criado e não acendeu mais nenhum. De repente. Depois de seis anos, voltou a fumar. Fumou por anos. Certo dia, começou com uma tosse, foi ao médico, fez exames e não deu nada, tudo limpo. O médico sugeriu que ela parasse de fumar. Obedeceu. Nunca mais fumou. Sempre foi determinada.

Conheço muitos ex-fumantes e todos eles falam que ainda sentem desejo de fumar. Também conheço muitos fumantes que dizem querer parar, porém só ter o desejo não adianta. É preciso ter força de vontade e, se necessário, ajuda de psicólogo, especialista e até mesmo medicação. Tudo isso porque a nicotina é a substância que produz a dependência química mais forte de todas as drogas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Um cigarro tem mais de 4.700 substâncias tóxicas que prejudicam a saúde. Elas não afetam apenas o fumante, mas também todas as pessoas que estão em volta: os fumantes passivos. Fumantes têm mais chance de ter câncer de pulmão, infarto, bronquite e enfisema pulmonar e derrame cerebral do qualquer outra pessoa.

O Inca sugere que a pessoa parar de fumar de uma vez, como minha mãe fez, é a melhor maneira. Mas também pode parar de forma gradual, reduzindo o número de cigarros ou adiando a hora de fumar o primeiro do dia. Porém, o método gradual não pode ultrapassar duas semanas.

Creio que vale a pena parar de fumar, porque sei que morte por falta de ar é muito dolorosa, e nenhum vício merece nos levar a isso. Ainda está em tempo.

 

Isabela Teixeira da Costa