Dentista ainda dá medo…

Dizem que medo de dentista é coisa do passado. Será?

Esse tabu assombra grande parte da população. Todo mundo conhece alguém com pavor de fazer uma simples visita ao consultório. Tomamos conhecimento dos avanços tecnológicos na área da medicina. Cirurgia hoje não demanda mais grandes cortes, com raras exceções; anestesia não dá mais aqueles enjoos desagradáveis. Na odontologia, podemos usufruir de implantes, o que é uma tremenda evolução, livrando-nos de pontes, rotes e até mesmo da dentadura. Porém, as agulhadas para aplicação de anestesia e o barulhinho aterrorizante do motor ninguém consegue mudar.
A dentista Daniela Yano revela o surgimento das câmeras intraorais, possibilitando realizar o checape preventivo digital para avaliações odontológicas. Com esse equipamento é possível ter imagens de toda a boca, ampliando em até 60 vezes o tamanho do dente e exibindo o que não é possível enxergar a olho nu. Isso é muito bom.
Mas a notícia boa é a de que existe anestesia sem agulha. Porém, ela não se aplica a todos os casos. Há outra carta na manga para esse procedimento: a anestesia computadorizada, um robozinho que controla a pressão com que o anestésico é depositado, permitindo que qualquer anestesia local seja realizada completamente sem dor. É tudo programado e controlado por computador. Um sonho para todos os pacientes. O supra sumo da novidade fica por conta das canetas odontológicas de alta rotação. Completamente silenciosas e precisas, elas substituem o motor, livrando-nos daquele barulhinho infernal.
De acordo com Daniela Yano, outro procedimento que causa muito desconforto é a moldagem dos dentes, aquela massinha que copia as estruturas bucais, muito usada em tratamentos com aparelhos e próteses. Isso também é coisa do passado. Hoje, pode-se usar o escaneamento digital, um escâner que copia toda a boca e transmite a informação diretamente para o computador. A partir daí, é possível fazer todo o planejamento das movimentações ortodônticas e, inclusive, prever exatamente a duração do tratamento.
No caso dos famosos alinhadores estéticos, aparelhos removíveis e transparentes, utiliza-se o escaneamento para criar o modelo virtual que servirá como base para a confecção dos alinhadores nas impressoras 3D com corte à laser. Isso torna o tratamento mais previsível, rápido, confortável e estético, sem intercorrências e restrição alimentar. Nos casos protéticos, o escaneamento substitui a moldagem e é usado para a confecção de coroas, lentes de contato dentais, facetas e outras peças.
Já ouviu falar em laserterapia na odontologia? Frequências de ondas permitem a melhor cicatrização dos tecidos, com ação anti-inflamatória e bactericida. Esse aparelho pode ser empregado para acelerar a cicatrização em casos cirúrgicos. Também melhora o desconforto e estimula a cicatrização em pacientes que sofrem com herpes e aftas.
A aplicação de laser pode reduzir edemas e até mesmo melhorar a sensibilidade dentinária. Não conheço nenhum desses novos equipamentos, mas confesso: estou bastante curiosa para ver se funcionam em todos os casos e se realmente são silenciosos e indolores.
A especialista informa que a área que mais ganhou com a evolução da tecnologia foi a estética. Hoje, os pacientes querem um sorriso mais bonito, mas, muitas vezes, não sabem exatamente o que estão buscando. Por isso, foram desenvolvidas técnicas que permitem desenhar o sorriso ideal para cada tipo de rosto e personalidade, podendo reforçar – ou camuflar – alguma característica subjetiva como autoridade, liderança ou timidez.
Isabela Teixeira da Costa

Tablet e smartphone faz bem às crianças

Fonoaudióloga comprova que mídias interativas podem desenvolver a linguagem em crianças pré-escolares.

Muita gente critica pais que dão tablets e smartphones para seus filhos ainda bebês, para mantê-los quietos, no lugar de dispensar atenção e tempo aos pequenos. Muitas vezes julgamos a cena, sem saber, de fato, qual é a relação e o real cuidado dos referidos pais com seus filhos. O fato é que as crianças que nascem atualmente, o fazem em um mundo no qual as mídias interativas existem, em forte escala, e não se pode negar que essas crianças irão mergulhar de cabeça neste universo.

Não estou aqui defendendo o uso indiscriminado desses equipamentos por crianças, mas também não se pode isola-las do mundo em que elas vivem. O importante é saber dosa esse uso e que ele seja supervisionado por um adulto, de preferência pelos pais, para que o conteúdo acessado seja adequado à idade do pequeno.

O que antes era criticado, agora virou ferramenta de desenvolvimento. Mídias podem ser utilizadas como um recurso capaz de estimular o desenvolvimento infantil desde que haja a supervisão dos cuidadores quanto ao conteúdo e ao tempo na utilização dessas tecnologias.
A partir da observação do uso precoce das mídias interativas, como smartphones e tablets, a fonoaudióloga Lívia Rodrigues desenvolveu um estudo pioneiro no Brasil sobre o desenvolvimento cognitivo e da linguagem expressiva (fala) em crianças pré-escolares a partir da exposição a essas mídias. A pesquisa foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências Fonoaudiólogicas da Faculdade de Medicina da UFMG.
De acordo com a pesquisadora, é consenso na literatura que várias habilidades adquiridas na infância perdurem pela vida adulta. “Por esse motivo, é importante investigar e saber o que ocorre na infância, seja para prevenir futuros danos, seja para otimizar o desenvolvimento da criança”, afirma.
Por meio da avaliação comparativa de três grupos de crianças foi possível concluir que aquelas que utilizaram as mídias interativas por maior tempo ao dia tiveram melhor desempenho nos testes cognitivos, que avaliaram as funções mentais superiores, e de linguagem expressiva. Esse resultado foi ainda mais significante no domínio linguístico.
Lívia destaca que as mídias têm potencial para favorecer o desenvolvimento infantil, sobretudo quando elas estão condicionadas a conteúdos adequados e à presença de um tutor. “Dessa forma, o acesso pode ser benéfico, desde que seja limitado em relação ao tempo e ao conteúdo”, esclarece.

Isabela Teixeira da Costa

Colônia de tecnologia é boa pedida para férias escolares

Nem só de brincadeira é feita as férias. Uma boa maneira de passar os dias de folga é divertir e aprender mais sobre o que as crianças mais gostam: tecnologia.

Por Rafaela Matos

O período de férias escolares se aproxima, época de passear, brincar, sair da rotina e, porque não, aprender? As colônias de tecnologia trazem oportunidades para as crianças adquirirem conhecimentos fora de sua zona de conforto, de uma maneira bem imersiva e com o ensino de habilidades fundamentais para seu futuro. E o recesso escolar pode ser ideal para esse aprendizado, porque os pequenos querem algo prazeroso para seus dias de descanso.

As mudanças tecnológicas têm transformado as oportunidades de carreira e mudado o futuro. Especialistas sugerem que cerca de 65% das crianças de hoje, quando se tornarem adultas, exercerão carreiras ainda inexistentes. É essencial equipar as crianças com a programação e novas capacitações agora, aproveitando que são naturalmente curiosas e aprendem de maneira muito mais rápida.

Durante o período letivo, as escolas não conseguem explorar diversas atividades extracurriculares. Por isso devemos despertar o interesse das crianças com tarefas completamente novas, que envolvam o domínio da tecnologia, criatividade e raciocínio lógico, buscando o entusiasmo com a oportunidade de fazer algo novo e, assim, descobrindo novas aptidões. Investir em programas de colônias de férias pode ser uma opção, pois são livres de distrações e é possível focar no encorajamento desses novos interesses. Dentre seus benefícios, podemos citar:

1- Aprendizado por meio de jogos: essas colônias são ideais para as crianças que demonstram interesse e curiosidade de saber mais sobre o mundo da programação. É a oportunidade de ter um primeiro contato com a tecnologia e inovação, e por meio dos seus jogos favoritos, elas podem entender como funciona o processo de programação, desenvolver uma facilidade de aprendizado e organização de pensamentos, aperfeiçoando a escrita, trabalhar em equipe, entre outros benefícios;

2- Benefícios das atividades unplugged: esse aprendizado valioso não está apenas na programação, mas em habilidades humanas que computadores não podem replicar, como a empatia e a resolução de problemas. As colônias também ensinam conceitos de ciências da computação fora do computador. A ideia, porém, não é eliminar a tecnologia, mas mostrar para as crianças que o computador é bom e deve ser usado, porém existem atividades relacionados a tecnologia, tão divertidas quanto, fora das telas;

3- Conhecimento por meio da socialização: ao longo do aprendizado, a socialização é o maior resultado obtido. É possível conviver e trabalhar com crianças que têm os mesmos interesses. A facilidade de se relacionar estimula novas amizades com confiança e independência, em atividades criadas para realmente exploram a criatividade, livre de julgamento, sem o medo de falhas, e com um acompanhamento pedagógico suportando todo esse processo.

As colônias também permitem a prática de regras de convivência. O ambiente é estruturado para que as crianças comportem de modo socialmente adequado no ambiente escolar, tratando com respeito os professores e colegas. São transmitidas normas que ajudarão a criança a aprender a conviver com os outros, respeitando e se integrando à sociedade, seja na família, na escola ou com os seus amigos. São atitudes importantes para que o seu filho seja um adulto feliz e saiba se relacionar com os outros de forma saudável e positiva.

Ainda que seja uma novidade no país, assim como o ensino de programação para crianças, as colônias de férias têm potencial para que gradualmente sejam adotadas pelas instituições de educação, que vêm desempenhando um papel importante de inovação e certificando que seus programas ajudem a desenvolver essas capacidades tão importantes. E aí, o que acha de investir nesse tipo de programa para as férias?

Investindo na qualificação dos profissionais

Hospital Felício Rocho tem forte setor de pesquisas que inclui área de treinamento em cirurgia de robótica para médicos do interior e de outros estados.

Ilustração Son Salvador

Todo e qualquer problema de saúde que tinha sempre me dirigia ao Hospital Mater Dei por vários motivos: meu plano de saúde cobria o atendimento naquele hospital, confio na equipe médica, é próximo da minha casa (quando estamos passando mal quanto mais rápido o atendimento, melhor), sou amiga da família Salvador, etc. Sempre fui muito bem atendida, com agilidade e qualidade.
Troquei de Plano de Saúde e o Mater Dei não faz parte dos hospitais conveniados. Tenho que confessar que fiquei arrasada. Só pensava em algum momento de urgência e para onde iria correr? Paciência. Fui pesquisar quais seriam meus socorros. Tinha o Hospital Life Center – que fica perto do meu trabalho e longe da minha casa – e o Hospital Felício Rocho, que também é relativamente perto de casa.
Não deu outra, tive cólica renal e corri para lá. Sou amiga desde a infância, de um anestesista de lá, dr. Sérgio Botrel – irmão de uma das minhas melhores amigas, Sandra –, mas não queria incomodá-lo. Só mandei mensagem depois de já ter sido atendida. Aquela máxima, seguro morreu de velho. Vai que passo aperto e preciso de ajuda… Porém, fui muito bem atendida sem nenhuma interferência superior. De lá não saí, pois o rim estava bloqueado com o cálculo e teria que passar por uma intervenção cirúrgica no dia seguinte.
Deus é tão bom comigo que me colocou nas mãos do chefe da urologia de lá, dr. Francisco Guerra, ou seja, o melhor. Só fiquei sabendo depois do procedimento, que deu certo. Mas precisei, depois de algumas semanas, de passar por uma segunda intervenção para retirada dos cálculos que estavam dentro do rim. O médico que tinha feito o ultrassom chegou a dizer que eram tantas pedras que se fossem esmeraldas eu estaria milionária. Pena que era tudo cascalho mesmo.
Quando fui ao consultório do dr. Francisco conversamos muito sobre o Hospital Felício Rocho e ele me contou algumas coisas que fazem por lá, no setor de pesquisas, que me encantou. No dia que fui retirar o cateter, tive o prazer de conferir ao vivo. Lá é um verdadeiro hospital/escola prática para médicos. Ao lado do grande auditório que transmite as cirurgias em geral, inclusive as de robótica – mais nova técnica utilizada nos melhores hospitais do mundo –, possuem três salas com equipamentos individuais usados em cirurgias de videolaparoscopia e robótica, para que profissionais do interior e de outros estados possam e treinar o manuseio por dias, em próteses que representam com perfeição partes do corpo humano. Em minha visita presenciei uma turma de cerca de 60 médicos treinando sutura com os braços mecânicos. Tenho que dizer que não é nada fácil.
Achei fascinante tal iniciativa, pois prepara os profissionais para os procedimentos mais modernos. Só quem já passou por uma cirurgia sem necessidade de grandes cortes no corpo sabe como a recuperação é muito melhor. Tanto por causa da rápida cicatrização (muito mais fácil 5 cortes pequenos do que um grande), quando por segurança para evitar possível entrada de infecção. Portanto, quanto maior o número de médicos preparados para as novas técnicas, espalhados Brasil a fora, melhor para a população. Só é necessário o governo equipar os hospitais e não deixar os equipamentos ficarem fechados por anos, envelhecendo e ficando ultrapassado, sem uso, como vemos, com frequência, em matérias veiculadas pela imprensa.
É impressionante o avanço da medicina, acho que só na odontologia que as coisas caminham mais lentamente. Tudo bem que já existe o implante, que é maravilhoso, mas a anestesia com aquela agulha enorme, e o barulho do motorzinho que aterroriza todo mundo já deveria ter sido revisto pelas novas tecnologias…

Isabela Teixeira da Costa