O drama do guarda-roupa feminino

Já ficou nervosa com a quantidade de roupa no seu armário que você não usa? Entenda o seu guarda-roupa.

São poucas as mulheres que não têm um guarda-roupa abarrotado. Não importa se são peças caras ou baratas, de grifes famosas ou sem etiqueta, o fato é que mulher gosta de comprar roupas, sapatos, bolsas, bijuterias, joias. Enfim, tudo para se enfeitar, afinal essa é uma qualidade exclusivamente feminina.
Depois que passei pela cirurgia bariátrica, emagreci muito e, consequentemente perdi todas as minhas roupas, mas todas mesmo, desde calça, saia, blusa e vestido até as peças íntimas e alguns sapatos. Sei que muita gente manda apertar as roupas, mas a redução foi tão grande que não daria certo. Fiz umas quatro malas para minhas sobrinhas gêmeas, duas para cada, cheias até na tampa, daquelas que dá para pagar excesso de peso em aeroporto.
Em compensação minha irmã fez uma limpa nas coisas dela e me presenteou com uma mala e alguns meses depois, me deu outra, com uma boa quantidade de variedade de peças. Uma ajuda valiosa para quem tem que renovar o guarda-roupa. E o que estava vazio – pela primeira vez –, se encheu novamente.
Fico pensando para que tanto. Até porque, quando estava dando a “limpa” no meu armário, vi uma série de roupas que não usava há anos e outras que nunca tinha vestido. Que loucura é essa? Entendi tudo, perfeitamente, depois de receber de uma amiga uma imagem que retrata com perfeição o guarda-roupa de uma mulher.
Percebi qual era o motivo do drama do armário de uma mulher, porque é drama mesmo. Por que enchemos o armário? Por que não usamos tudo o que temos? A resposta é simples somos desvairadas para gastar.
Se dividirmos o armário em 16 partes teremos a seguinte representação: 3 partes são preenchidas por roupas antigas, que não temos coragem de desfazer e que ficam ali, aguardando para usarmos quando a moda voltar. O problema é que a moda volta repaginada e as tais peças continuam ali, sem serem usadas.
Outras duas acomodam as roupas que precisam ser levadas para conserto. Mais duas partes que guardam aquelas peças que já usamos muito, amamos, e por alguma razão inexplicável parou de servir. Ficam ali esperando que a gente emagreça para podermos usar novamente. E de dois em dois o armário vai inchando.As outras duas partes são para as peças que compramos por impulso e que arrependemos totalmente, e ficam ocupando espaço e acumulando poeira.
E então chegamos a parte maior, seis, que maravilha roupas para usar! Só que não. Este espaço todo fica com as peças que compramos porque estavam baratas, mas nunca usamos e não conseguimos combinar com nada. Sou mestre em fazer isso. Já desisti de comprar roupa em liquidação e bazar, porque tudo que eu compro cai nesse buraco negro do guarda-roupa. Sinceramente, invejo mulheres que sabem comprar em bazar, precisa ter dom e talento. Não é o meu caso.
E então, sobra uma partezinha das dezesseis, e o que está nela? As roupas que a gente ama muito e usa. Preste bem a atenção, uma parte modesta do armário guarda o que usamos no dia a dia. Chocante e verdadeiro.
Isso sem levar em conta a sapateira, afinal, somos apaixonadas por sapato e os homens, tão insensíveis, não entendem a importância disso e debocham de nós perguntando se somos centopeias para termos tantos pares de calçados assim. Não, não somos, somos elegantes, gostamos de andar bem arrumadas.
Sinceramente, o problema não é ter muito, é ter o que não usamos. Deveríamos dar uma limpa e guardar apenas o que realmente é útil. O resto podemos doar. É impressionante, muitas das roupas que ganhei da minha irmã acho que ela não usava mais, e sempre que me vê com elas elogia e faz uma observação interessante. Diz que estou elegante e que usei a roupa de um jeito diferente, dei uma nova visão à peça.
Nada como reciclar.

Isabela Teixeira da Costa

Tempo desorganizado

Tem épocas da vida que nos atrapalhamos com excessos de trabalho e compromissos e não conseguimos nos organizar.

Preciso pedir desculpas aos meus leitores pela minha falta de assiduidade na publicação das crônicas. Infelizmente, nas últimas semanas não tenho conseguido fazer posts diários, o que me incomoda muito, porém tem motivo.

Não sei se alguém já passou por isso, mas sabem aquela época que vocês se desorganiza totalmente, envolvida por excessos de atribuições? Por mais que tente me programar fazendo uma agendo de horários para deixar tempo para tudo o que preciso fazer, ela vem sendo literalmente furada.

Começou quando a editora do Caderno Feminino & Masculino do Estado de Minas decidiu sair uns 10 dias de “férias” – entre aspas mesmo, porque foi mais um descanso para ela do umas férias mesmo –, e eu assumi suas atividades. Ninguém imagina o tanto que ela trabalha. Tem a edição dos cadernos, o Feminino e o Degusta, além das crônicas diárias no caderno EM Cultura e a coluna social de domingo. À parte disso, ela recebe um volume de e-mails que só para limpar toma um tempo enorme do dia, mas isso faz parte do trabalho diário.

Além disso, tenho duas colunas semanais que eu faço e estava organizando a Festa de Natal da Jornada Solidária Estado de Minas, que foi no dia 25 de novembro. E semanalmente tenho uma célula de estudo bíblico e oração na minha casa, para a qual tenho que preparar um estudo, e ainda estou fazendo visitas semanais na casa de uma família, o que também demanda tempo para preparar o estudo.

Mas não acaba aí, minha filha que mora fora veio passar uns dias, teve casamento para irmos com dia da noiva em nossa casa, e uma amiga e eu estamos investindo e dedicando tempo a um novo projeto sobre o qual falarei em breve.

Muitas noites estou chegando em casa de madrugada e acordando cedinho para conseguir dar conta de tudo, mas infelizmente as 24 horas do dia não estão sendo suficientes e como não posso publicar qualquer coisa aqui, o site acaba ficando “furado”.

Ainda não consegui organizar esta agenda de horários. Só para terem uma noção maior ainda do problema, como já disse aqui, estou sem carteira de motorista porque em 2012 tive mais de 20 pontos em multas e agora eles abriram um processo contra mim. O prazo da punição já passou e eu não tive tempo para estudar, pela internet, para fazer a prova e receber minha carteira de volta.

Já parei para pensar se eu que estou desorganizada ou se realmente é excesso de atribuições. Pensando bem, acho que um pouco de tudo. Com o volume de atividades, me desorganizo e com isso o tempo fica curto.

Acho que preciso de uma ajuda profissional de organizador de tempo. Existe este tipo de profissional? Sabem, igual aos organizadores de casa e de guarda-roupa, um para ajudar a organizar o nosso tempo e jogar fora algumas coisas que dedicamos tempo sem necessidade. Eu não conheço, mas acho que estou precisando de um.

Isabela Teixeira da Costa

A convivência a dois e a organização da casa

Arquiteta e personal organizer, Margô Belonni dá dicas para casais aprenderem a lidar com as diferenças na divisão de tarefas cotidianas.

O amor é um sentimento inexplicável e todos concordam que estar apaixonado é uma das melhores sensações do mundo. Quando se ama não há defeitos no outro, tudo é perfeito, mas com a convivência, o casamento e a vida a dois, começam os problemas com a organização ou a falta dela. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em um período de 10 anos (2004-2014), os divórcios aumentaram 160% no Brasil. A arquiteta e personal organizer, Margô Belloni acredita que as pessoas normalmente sentem atração e acabam formando pares com outras  muito deferentes delas. “A beleza dessas uniões está justamente nas diferenças que ao serem trabalhadas podem ser tornar pontos positivos no relacionamento”, diz.

O namoro é um ótimo período de testes para observar como será a organização na vida juntos, convivendo todos os dias, já que muitos casais dormem um na casa do outro aos finais de semana e mantém uma rotina muito próxima. “Uma das dicas é pedir para pessoa amada resevar um espaço no guarda-roupa para o parceiro. No entanto, é preciso deixar claro que aquele lugar deve permanecer organizado. Por mais que a bagunça irrite, não faça a tarefa pelo outro. O bagunceiro deve entender que cada um tem que ser responsável por aquilo que gera, seja de bagunça ou de lixo, os tempos de privilégios e mágicas da roupa limpa ficaram pra traz”, esclarece.

Através da sua experiência a Margô constatou que em um casal sempre há um mais organizado. A pessoa mais disciplinada gosta de tomar a frente de todas as tarefas, entretanto sabemos que o dia a dia de uma casa é bastante pesado para alguém tocar sozinho. Além disso, com a crise e a economia em baixa, muitas pessoas deixaram de ter um funcionário doméstico. Para ela, os afazeres podem e devem ser divididos, pois por mais que uma pessoa goste de fazer o trabalho, um dia ela pode se sentir cansada e bastante sobrecarregada, abrindo precedentes para discussões.

Casamento é sinônimo de união, a vida de um casal sofre inúmeras mudanças e adaptações que pedem a participação efetiva de ambas as partes. O diálogo e o planejamento também são fundamentais para evitar brigas desnecessárias. Margô diz que a pessoa mais organizada deve ser o encarregado de planejar a organização e dividir as tarefas. Os trabalhos mais importantes e complexos ficam com a pessoa menos bagunceira, como o pagamento de contas de e o supermercado. A pessoa menos organizada pode ficar com as tarefas que não envolvam datas e vencimentos, como recolher o lixo, lavar louça, lavar roupas, passear com o cachorro. Cada um deve cuidar da própria roupa, principalmente da suja que precisa ser colocada no cesto todo santo dia.

Viver junto é saber ceder e fazer concessões, por isso, por mais que você adore organizar a casa e ver tudo arrumado tem que entender que isso não faz parte do universo da outra pessoa.  O caminho para evitar atritos segundo a personal organizer é moderar as cobranças e conversar muito. É necessário mostrar ao desorganizado que quando ele colabora isso deixa você feliz e se sentindo respeitada. A organização é um hábito de saúde e coletivo, a prática requer a ajuda de todos para fazer tarefas básicas como tirar o lixo, recolher os carregadores das tomadas. Para conseguir isso em casa não precisa ser um especialista, basta querer ter um espaço de convivência harmônico e leve.