Chef lança projeto para crianças

Merenda EscolarJuliana Muradas, especialista em nutrição, estimula crianças e famílias a criar um vínculo sólido com a alimentação saudável.

Ainda dentro do assunto que tenho falado tanto aqui, que é dos riscos e perigos da obesidade infantil, vou destacar um projeto muito bacana que será lançado no próximo dia 25, pela chef Juliana Muradas.

Descomplicar a relação das crianças com a comida e mostrar a importância de fazer escolhas conscientes sobre o que ingerimos foram o ponto de partida para que a chef de cozinha especialista em nutrição saudável, escritora e mãe de gêmeos, Juliana Muradas, criasse o projeto educacional e cultural Inhame Inhame. A iniciativa nasceu da preocupação em discutir de forma aprofundada a questão da nutrição infantil, e o resultado foi a produção de um site e do primeiro livro da série Inhame Inhame, “Merenda Escolar”, escrito por Juliana com ilustração de Carla Irusta.

Chef Juliana Muradas / Divulgação
Chef Juliana Muradas / Divulgação

Juliana percebeu a ausência de uma abordagem sistêmica com nuances comportamentais e psicológicas, fundamentais para ajudar crianças e famílias a estabelecer um vínculo sólido e duradouro com a alimentação saudável. “As crianças são levadas, através da popularidade do tema, a conhecerem o universo das receitas e seu preparo, o que é de fundamental importância. Entretanto, um passo de relevância imensurável está se perdendo nesse caminho, que é a aproximação direta da criança com o alimento, com o semear, o adubar, o colher, o saber”, descreve a especialista.

Durante o lançamento terá uma mesa de oficina sensorial para as crianças experimentarem novos sabores. Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 60% dos bebês entre 6 meses e 2 anos consomem verduras e legumes, 43% deles já consomem sucos industrializados e 48% tomam refrigerante. Nos últimos 15 anos, o número de crianças obesas dobrou: de 7,5 milhões para 15,5 milhões. No Brasil, a taxa de obesidade entre as crianças é superior à média mundial e chega a 8%. Para inverter a tendência, a OMS alerta que governos terão de adotar medidas concretas para a redução diárias de calorias e implementação de propostas com a meta de evitar que crianças sejam sedentárias.

Por isso Juliana salienta que a alimentação saudável deve ser uma prioridade. “Colocar em prática bons hábitos é uma dificuldade para muitas famílias, mas é indiscutível que uma alimentação equilibrada resulta em uma vida saudável. Queremos que o Inhame Inhame ajude crianças e famílias a estabelecer um vínculo sólido com a alimentação saudável, um hábito a ser adotado desde cedo”, explica. Ela ainda lembra que a legislação brasileira avançou muito no que diz respeito à melhoria da qualidade do lanche fornecido pelas escolas, mas seu projeto visa reforçar ações que estabelecem uma mudança de hábitos e percepção sobre a forma de se alimentar.

 

Serviço

Lançamento do projeto Inhame Inhame

Data: 25 de abril, terça feira

Horário: de 18 às 21 horas

Local: Galeria Casa Mirador (Rua Inconfidentes, 900, Savassi)

Valor do livro Merenda Escolar: R$ 40,00

Onde encontrar os livros: Feira Aproxima e Feira Fresca. Em breve no site.

Salvar

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O perigo das dietas restritivas para as crianças

Nutricionista explica o risco de eliminar nutrientes importantes para o organismo dos pequenos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está, há alguns anos, alertando o mundo para os altos índices de pessoas obesas. Não são poucas as campanhas que alertam para o problema e também que divulgam a importância de uma alimentação saudável e da necessidade de exercícios físicos. Porém, a preocupação maior da OMS nos últimos anos tem sido a obesidade em crianças.

Com base no relatório da OMS, pelo menos 41 milhões de crianças com menos de cinco anos são obesas ou estão acima do peso no mundo. No Brasil, a tendência também preocupa, com um terço das crianças acima do peso ou obesas. Segundo o médico e pesquisador da área da nutrição, Patrick Rocha, a falta de uma orientação e educação alimentar é um dos grandes problemas. As crianças estão comendo pior, cada vez mais sedentárias e adoecendo com mais frequência.

Com isso vem outro problema, a dieta restritiva, que acaba retirando nutrientes importantes para as crianças que estão em fase de crescimento. Uma série de informações é divulgada diariamente dividindo os alimentos em “vilões” e “mocinhos” o que acaba causando confusão no consumidor e se estendendo aos exemplos passados às crianças.

De acordo Livia Artico, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) é importante entender a necessidade de uma alimentação equilibrada.

“Cortar carboidratos, doces e gorduras, por exemplo, é uma atitude muito comum e pode ser vista como protetora para os pequenos, mas, ao invés de aprender a ingerir alimentos de forma equilibrada, as crianças acabam acreditando que existem alimentos bons ou ruins, refletindo em comportamentos alimentares inadequados no futuro”, explica a nutricionista.

O carboidrato, por exemplo, é um alvo constante de restrição das dietas da moda e na infância é ainda muito pior. As crianças estão em fase de crescimento e desenvolvimento e precisam de energia e nutrientes adequados para realizarem suas tarefas do dia a dia como estudar, brincar e praticar esportes.

Por isso é necessário ficar atento a essas “dicas saudáveis” e dietas populares. Ensine ao seu filho que alimentos como brigadeiro, bolo, pães e massas podem fazer parte de um dia a dia saudável respeitando regras como frequência e quantidade e que esses alimentos não devem se sobrepor a outros alimentos saudáveis como: hortaliças, frutas, carnes, peixe e cereais. Dessa forma, toda família ganha mais qualidade de vida.

Isabela Teixeira da Costa

Cuidados com a obesidade infantil

obesidadeinfantilA Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta: cerca de 41 milhões de crianças menores de 5 anos estão com excesso de peso.

O relatório “Pelo Fim da Obesidade Infantil” (Ending Childhood Obesity), de 2016, traz números alarmantes sobre a obesidade infantil. Segundo o documento, nos últimos 25 anos, o sobrepeso de crianças saltou de 31 milhões (4,8%) para 41 milhões (6,1%).
Diante desses números, a nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios, Ana Paula Del´Arco, esclarece cinco questões sobre a obesidade infantil e dá orientações sobre alimentação adequada para um desenvolvimento saudável.

1- Durante a fase láctea a criança tem um apego emocional com o momento de tomar o leite, ao acordar e na hora de ir dormir, que precisa ocorrer. Após esta fase, muitas crianças passam a não querer mais beber o leite com toda esta carga de significado, pois remete à caracterização da criança como bebê, rompendo este estigma. Neste momento, se os pais não incentivarem, a criança pode migrar do leite para as bebidas açucaradas (sucos, refrigerantes e outras não tão saudáveis).

2- Leite não engorda. Na verdade, os lácteos ajudam na prevenção do ganho de peso desordenado. Vários estudos  envolvendo 46 mil crianças e adolescentes, apontaram que aquelas com maior consumo de lácteos estavam 38% menos propensas a ter excesso de peso na infância, e que pode haver redução do risco de sobrepeso e obesidade em 13%, com o aumento do consumo de 1 porção de leite ao dia.

3- Não é porque os pais são obesos que o filho também será. De fato pais obesos incorrem em grandes chances de terem filhos obesos, mas não por fatores genéticos e sim por fatores comportamentais. Apenas 5% dos casos de obesidade são genéticos, em torno de 10% de causas hormonais, que são tratáveis, e o restante derivados de maus hábitos de vida, sejam alimentares e/ou de atividade física. É importante que os pais deem o exemplo de alimentação saudável e prática de exercícios.

4- Não se deve pular nenhuma das refeições na alimentação da criança, em especial o café da manhã. A criança deve tomar café da manhã, almoçar e jantar, bem como consumir frutas, hortaliças e leite, alimentos estes que deixam de ser consumidos pelas crianças quando não incentivados pelos pais.

5- O sobrepeso do filho deve ser preocupação desde cedo. A obesidade não é uma questão de estética, pois traz graves problemas. Desde doenças cardiovasculares, renais, gastrointestinais até distúrbios psicológicos como depressão e distúrbios alimentares. Pais devem ficar atentos e fazer acompanhamento médico para que tenham alimentação equilibrada e um crescimento saudável.