Elevando o espírito

Louvar é uma ótima atitude para elevar o espírito e aliviar a alma das angustias do momento em que estamos vivendo

Para esta época de isolamento social por causa da pandemia, que tem deixado muitas pessoas angustiadas, uma boa pedida é se voltar para Deus. O jovem músico Gabriel Guedes tem várias opções de louvor em seu canal no youtube, com programas de 1, 2 e 3 horas de música gospel.

Com cerca de 1,34M inscritos no YouTube, o jovem paulista Gabriel Guedes, de 27 anos, acaba de lançar mais um trabalho em seu canal, o álbum Santo. Gabriel é filho dos  pastores Carlos Alberto e Tania de Almeida, fundadores da igreja  Corpus Christ.

Orgulho Mineiro

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais comemora em fevereiro, cinco anos da Sala Minas Gerais

Creio que não existe um mineiro sequer que não sinta um enorme orgulho da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Tomando como base os que já ouviram falar dela, mesmo nunca tendo tido o prazer de assistir algum de seus concertos. Tenho certeza que os leitores desta coluna sabem bem do que estou falando. Em todas as rodas de conversa nas quais se fala da arte e cultura do estado, a Filarmônica é destaque e sempre com os maiores e mais altos elogios. E todos eles são mais que merecidos. Conseguimos criar de 12 anos uma orquestra de excelência que ganhou projeção internacional. E isso não é fácil.
No final de cada ano eles colocam à venda um passaporte com entrada para todos os concertos programados para o ano seguinte. Uma forma de captar recursos e já garantir um número cativo de audiência. Nunca adquiri o passaporte, porque vida de jornalista é cheia de compromissos e nem sempre posso ir às apresentações, mas minha irmã é apaixonada pela Filarmônica e compra, anualmente, seu bloco de ingressos. Várias vezes fui com ela.
Minha filha é outra que não esconde sua paixão pela orquestra. Mora fora de Belo Horizonte e todas as vezes que em à cidade e coincide de ter concerto nos dias que está aqui, corre para comprar seu ingresso. Em dezembro, teve que vir aqui justamente nos dias do concerto de Natal. Ficou arrasada porque estava esgotado. Recorri aos meus amigos que fazem parte do Conselho do Instituto Cultural Filarmônica – claro que só pedi um ingresso para ela, nem ousei pedir um para mim, porque sabia que a casa estava lotada. Ela ficou radiante. Foi, se emocionou, chorou. Chegou em casa numa alegria só.
Não esqueço a primeira vez que fui assistir um dos concertos na Sala Minas Gerais. Desde a entrada do prédio já fui tomada por uma emoção, e quando entrei na sala de apresentação fui envolvida totalmente. A música entra dentro de você e o desejo é de registrar aquele momento para sempre, mas por normas da casa, este registro fica na memória, uma vez que celulares são terminantemente proibidos lá dentro. Os seguranças e recepcionistas não dormem no ponto. Nada, pode distrair o público é realmente um mergulho no universo da música clássica. Precisamos de mais lugares assim. O mais interessante é que já voltei lá várias vezes, e em todas elas o sentimento, a emoção e o prazer são os mesmos.
A orquestra foi fundada em fevereiro de 2008, e este ano está em festa, porque comemoram cinco anos da inauguração da Sala Minas Gerais, aquela maravilha, que acomoda com conforto e uma acústica perfeita quase 1.5 mil pessoas, projetada pelo arquiteto José Augusto Nepomuceno. A programação – que já está pronta para todo o ano – começa com o concerto de comemoração do aniversário para brindar a data.
Claro que o apoio dos conselheiros – todos eles empresários que admiram e consomem a música de qualidade – é fundamental, o presidente, toda a equipe que está à frente do Instituto com um trabalho de excelência também, mas não podemos deixar de ressaltar com muito aplauso o maestro Fabio Mechetti, diretor Artístico e regente titular desde o início dos trabalhos. E cada músico que compõe a Filarmônica com todo o seu talento e competência técnica.
Já somos referência internacional e graças à programação diversificada com apresentações gratuitas ou a preços populares, estão cada vez atrainda mais público. Entre elas estão os Concertos para a Juventude, os Clássicos na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música erudita.
A programação de 2020 começa nos dias 13 e 14 de fevereiro, com Ressureição. Em março serão dez concertos. Ao todo, serão 69 apresentações no ano, e várias delas varão parte do Festival Beethoven, em comemoração aos 250 anos do grande compositor. Com certeza este é um programa imperdível, que todas as pessoas devem fazer pelo menos uma vez no ano.

Isabela Teixeira da Costa

Filarmônica de Minas Gerais tem programa Amigos

Contribuição individual para a Programação Educacional da Orquestra pode ser feita por meio do programa Amigos da Filarmônica

Uma coisa boa que temos em Belo Horizonte é a Filarmônica de Minas Gerais. E tudo que pudermos fazer para ajudar este programa musical de excelência a se manter vivo e atuante, devemos fazer. A Filarmônica lançou a edição 2017 do programa “Amigos da Filarmônica”. Com essa iniciativa, o Instituto Cultural Filarmônica busca o apoio de pessoas físicas em favor da programação educacional da Orquestra, por meio de contribuições diretas ou incentivadas. As contribuições diretas podem ser feitas em qualquer época; já as incentivadas, que são declaradas e abatidas no Imposto de Renda Pessoa Física 2018 (ano-base 2017), precisam ser feitas até o dia 29 de dezembro de 2017.

Este é o terceiro ano do programa. Nas primeiras edições, 348 pessoas responderam a esse chamado, e suas contribuições foram fundamentais para a execução dos quatro programas de cunho educacional que têm como foco a formação de público para a música clássica, o incentivo a novos compositores e o aprimoramento de jovens regentes. Nesse período, 163 escolas municipais e estaduais participaram dos Concertos Didáticos, permitindo a mais de 8 mil crianças um primeiro contato com a música clássica; 17.916 pessoas assistiram, em família, aos Concertos para a Juventude; 61 compositores brasileiros participaram do Festival Tinta Fresca, enviando suas obras para a banca examinadora, sendo que as 9 obras selecionadas foram apresentadas ao público em concertos gratuitos; e 69 jovens regentes se inscreveram e 29 participaram do Laboratório de Regência, visando o aprimoramento de seus talentos.

O programa Amigos da Filarmônica é uma forma de permitir que admiradores da Orquestra contribuam diretamente para suas ações educacionais. Ao colaborar com a Filarmônica de Minas Gerais, o Amigo recebe contrapartidas como ingressos para alguns concertos da Orquestra, acesso aos ensaios abertos e visita guiada à Sala Minas Gerais.

A inscrição no programa e a contribuição podem ser feitas pela internet ou pessoalmente, na Sala Minas Geral, em dias de concerto, e também por depósito bancário. As pessoas interessadas podem acessar o site da Orquestra (filarmonica.art.br), enviar um e-mail para amigos@filarmonica.art.br ou ligar para (31) 3219-9029.

Formas de contribuição

  1. Incentivada, abatendo o valor do Imposto de Renda de Pessoa Física. A legislação brasileira permite a destinação de até 6% do imposto devido para projetos culturais. As contribuições a serem declaradas no Imposto de Renda de 2018 (ano-base 2017) precisam ser feitas até o dia 29 de dezembro de 2017.
  2. Direta, sem abatimento no imposto de renda, podendo ser feita em qualquer época do ano.

 Sempre Viva

 

Letícia Coelho / Foto: Rena Costa

Letícia e Trio Macela Nova se apresentam em turnê que começa em Belo Horizonte e segue para Mariana, Viçosa e Juiz de Fora.

O projeto musical Letícia e Trio Macela Nova realiza turnê em Minas Gerais entre os dias 13 de julho e 6 agosto. Ele apresenta canções da musicista e compositora mineira Letícia Coelho (compositora, percussionista, cantora, dançarina e rabequeira), que traz uma poética popular e provocativa nas composições produzidas ao longo de suas andanças pela música de rua, rural e urbana, junto à mestres da cultura tradicional. A capital mineira abre a agenda  da compositora e do trio nesta quinta-feira, dia 13, com uma apresentação no Suricato Bar, localizado na R. Souza Bastos, 175, bairro Floresta, com um couvert no valor de 10 reais. Já no domingo, o grupo sobe ao palco no Teatro de Bolso do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro), com ingressos a 20 reais inteira, e 10 reais meia entrada.

Letícia Coelho que canta, toca rabeca, percussão e samples, se apresenta acompanhada pelo trio instrumental composto por Carol Miranda (bateria e percussão), Tom Cykman (guitarra) e Mateus Romero (baixo). O projeto começou em 2016, quando a cantora convidou o trio para acompanhá-la em uma apresentação no Festival Sonora, em Florianópolis, onde a compositora mineira reside atualmente.

“As composições surgem praticamente prontas, e costuro minhas propostas de arranjo com o Trio. Eles são meus tradutores dentro da linguagem de seus instrumentos, e é muito legal, porque eles absorvem minha linguagem musical e traduzem junto com suas linguagens para a minha música” destaca Letícia.

Letícia e Trio Macela / Foto: Rena Costa

As composições trazem uma mistura de Brasil profundo e purpurina carnavalesca para a música autoral brasileira. “São músicas únicas porque misturam um pouco de tudo que eu já vivenciei. Venho de uma formação da música popular tradicional e agora estou também estudando música na universidade. Tem canções que se aproximam do brega, outras que a rabeca e a guitarra soam juntas e outras que flertam com o rock. Elas são bem diferentes” explica a compositora.

Para Letícia, o não enquadramento das composições em um gênero específico revela sua busca artística por tirar a música de um lugar inatingível, e aproximá-la do nosso cotidiano e de outras musicalidades possíveis. “As músicas têm muito da cultura popular pelas sonoridades e linguagens musicais que uso e por poéticas que falam do agora mesmo que falando de um outro tempo, como acontece nos festejos de Congadas” enfatiza.

A turnê independente “Sempre Viva Tour” ainda passa por Mariana, no dia 20 de julho, no Sagrada. Em Viçosa, a apresentação acontece no dia 4 de agosto, no Teatro DAC, da UFV. A cidade de Juiz de Fora fecha turnê, no dia 6 de agosto, com show no Arteria.

Show de Bebel Gilberto

Bebel Gilberto Foto João Wainer
Bebel Gilberto Foto João Wainer

Bebel Gilberto abre nova edição da mostra Cine Theatro Brasil Vallourec com novo show acústico.

Nos dias 8 e 9 de abril, o show acústico íntimo e muito pessoal, Bebel Gilberto Trio estará abrindo a programação da Mostra Cine Brasil Teatro e Música. Acompanhada por dois músicos no violão acústico e percussão, Bebel Gilberto diz estar amando o show e a reação das diferentes plateias por onde tem se apresentado, na Europa, Japão e Estados Unidos, o que não poderia ser diferente uma vez que o repertório do show foi escolhido à dedo entre os maiores sucessos de sua carreira.

No show, a cantora apresenta alguma das canções do seu último CD, “Tudo”, lançando pela Sony Music no Brasil em 2014.

SERVIÇO:

SHOW “BEBEL GILBERTO TRIO” – MOSTRA CINE BRASIL TEATRO E MÚSICA

Dias 8 e 9 de abril – Sábado, 21h, domingo, 19h

Local: Cine Theatro Brasil Vallourec

Endereço: Praça Sete – Belo Horizonte – MG.

Bilheteria: Av. Amazonas, 315 – Centro – Belo Horizonte – MG

Telefone: (31) 3201-5211

Ingressos:

INTEIRA – R$ 50,00 | MEIA – R$ 25,00

Filarmônica

filarmonicaFilarmônica interpreta peças de Stamitz, Grofé, Mignone e Barber e recebe violonista Philippe Quint.

Nos dias 23 e 24 de março, a Filarmônica de Minas Gerais celebra três importantes aniversários: 300 anos de Johann Stamitz, por meio da Sinfonia pastoral em Ré maior, op. 4, nº 2; 125 anos de Ferde Grofé, com sua Suíte Grand Canyon; e 120 anos de Francisco Mignone, com a Sinfonia tropical. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, o violinista Philippe Quint retorna a Belo Horizonte para interpretar o Concerto para violino, op. 14, de Samuel Barber.

Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que falam do repertório. Na celebração dos 120 anos de Francisco Mignone, o pianista e professor Paulo Sérgio Malheiros dos Santos expõe sua visão sobre a Sinfonia tropical.

O violinista Philippe Quint é natural da Rússia, estreou com uma orquestra aos nove anos. Estudou com Andrei Korsakov, na Escola Especial de Música de Moscou para Talentos, e, nos EUA, obteve Bacharelado e Master’s Degrees na Juilliard School. Entre seus mestres, estão Dorothy Delay, Cho-Liang Lin, Masao Kawasaki, Isaac Stern, Itzhak Perlman, Arnold Steinhardt e Felix Galimir. Participou nos festivais de Lucerna Zaubersee, Verbier e Colmar. Pelo selo Avanti Classic, lançou nova gravação dos Concertos de Glazunov e de Khatchaturian, com a Bochumer Sinfoniker, sob direção de Steven Sloane. Seus dois álbuns com os Concertos de Korngold e de William Schuman receberam nominações ao Grammy.

Os concertos começam às 20h30, na Sala Minas Gerais. Ingressos R$ 40 (Balcão Palco e Coro), R$ 50 (Mezanino), R$ 62 (Balcão Lateral), R$ 85 (Plateia Central) e R$ 105 (Balcão Principal). Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Mais informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Ouvir música alta faz mal aos ouvidos

Foto Marlos Ney Vidal
Foto Marlos Ney Vidal

Ouvir música muito alta traz prejuízos à audição, se for no carro é infração grave.

Atualmente, a maioria das pessoas – principalmente os jovens – passa o dia ouvindo música nos fones de ouvido. Seja na caminhada a pé, dentro dos ônibus, na academia ou até mesmo viajando de carro com a família, se isolam no seu mundo musical particular. Até aí, tudo bem, afinal, música faz bem, relaxa, anima, marca a nossa vida, faz o tempo passar mais rápido. O problema é o volume da música nos ouvidos.

O ouvido é um órgão extremamente sensível. Tem a função de transformar os sons em impulso nervoso que vai ser decodificado e interpretado pelo cérebro. Por exemplo, se alguém grita “cuidado” atrás de você. O cérebro entende esta palavra como um sinal de alerta iminente e faz seu sistema endócrino liberar adrenalina. Imediatamente, em segundos, você se vira para entender o que aconteceu já com o coração batendo mais rápido e a respiração acelerada. Isso significa que a audição deflagrou um sinal que provocou esta cascata de acontecimentos neuroendócrinos e cardiovasculares. Assim, para que esta decodificação dos sons ocorra direito, o nosso aparelho de audição deve estar funcionando muito bem.
Qualquer som muito alto por tempo prolongado gera uma energia sonora que, quando intensa e contínua, lesa a delicada estrutura anatômica auditiva. Isso pode gerar um zumbido desagradável  e/ou perda auditiva progressiva irreversível. Isso pode ocorrer em qualquer idade. E o som alto no fone de ouvido agride mais ainda.
Outro ambiente em que a música é muito ouvida é no carro, porém, pode virar um problema quando o volume do som é alto demais. Pode acarretar danos irreversíveis à audição. O risco triplica quando se trata de carros com aquelas caixas enormes que se coloca, que tem como objetivo ouvir a música com o carro parado e todo aberto, mas com todos do lado de fora. Infelizmente, a maioria das pessoas que possuem este sistema de som anda de carro com o som no volume máximo, o que aumenta mais ainda o efeito no ouvido.

Isso ocorre porque o alto volume em ambientes fechados fica concentrado, não se propaga. E, acima de 85 decibéis, o mal se agrava, causando danos às células ciliadas do ouvido e aos nervos internos da orelha, ao longo do tempo. Quanto mais repetimos esse hábito, pior.

A perda de audição é cumulativa. Pode não se manifestar imediatamente, mas seus efeitos serão sentidos mais tarde. Pesquisas apontam que a exposição ao som alto todos os dias, durante apenas uma hora, ao longo de cinco anos, já pode causar perda auditiva de grau leve.

“O som entra pelo conduto auditivo até chegar à cóclea, onde ficam as células ciliadas do ouvido, que são os receptores sensoriais do sistema auditivo. Com a exposição intensa a altos volumes sonoros as células vão morrendo e, como não são regeneradas pelo organismo, a audição vai diminuindo de forma lenta, mas progressiva”, explica a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.

“Quanto mais alto o volume do som, maior é a pressão sonora em ambientes fechados. Mas quem gosta de música não precisa perder o hábito de ouvi-la ao volante. Basta manter o volume dentro do limite seguro, de até 85 decibéis. Para saber se a altura do som está dentro do indicado o motorista precisa conseguir ouvir o que os outros passageiros falam, inclusive no banco de trás, além de escutar bem os barulhos externos ao veículo”, orienta a fonoaudióloga.

O que pouca gente sabe é que ouvir música alta dentro o carro é considerada infração grave, segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Além de prejudicial à saúde, o som alto atrapalha e incomoda os outros motoristas e pedestres, além de perturbar o trabalho em escolas, hospitais, etc. A multa pode ser aplicada quando o som do carro está audível do lado externo do veículo, independentemente do volume ou frequência. São cinco pontos na carteira e multa de R$ 127,69.

Se você tem a sensação de pressão ou ouvido tampado, dores de cabeça, zumbido ou tem dificuldades para escutar e entender o que as pessoas falam, já pode estar com algum grau de perda auditiva. Nesse caso, vá ao médico e faça uma audiometria, para ver o quanto sua audição está comprometida e qual o tratamento indicado.

Isabela Teixeira da Costa

O que a música diz sobre as pessoas

musicaMúsica faz parte do dia a dia, mas qual o peso ela tem em nossas vidas?

 

Por Alvaro Fernando*

 

Na ciência você adquire conhecimento primeiro e depois vem a fé, na espiritualidade a fé vem primeiro e depois vem o conhecimento. Na música nós temos uma adorável combinação de experimentar a fé e o conhecimento simultaneamente.

Podemos perceber com facilidade o que a música diz sobre alguém se prestarmos atenção em quem a “faz”. O consagrado pianista americano Herbie Hancock declarou que estamos em um tempo onde as pessoas não se interessam por música, elas gostam é das pessoas que as fazem. Uma identificação com aquele que aparece, canta, dança, namora, veste e dá entrevistas, sendo o som em si, algo cuja a importância não é essencial.

Alvaro Fernando / divulgação
Alvaro Fernando / divulgação

A escuta mudou! Se você ainda tiver um equipamento três em um que existia na casa de seus pais ou avós, perceba que ele tem uma qualidade de som bem melhor do que o melhor equipamento à venda na loja especializada de sua cidade.

Ouvir música era uma atividade sensorial. Qualquer aparelho tinha caixas acústicas com graves, médios e agudos gostosos. O som entra pelos ouvidos, pela pele e pela barriga.  Hoje, a relação é de identificação com o artista. Como dizia o velho provérbio – que muitos pensam ser bíblico, mas não é: “diga-me com quem andas e te direi quem és”. No caso da música, “diga-me quem ouves e te direi quem és”. E você? O que tem ouvido ultimamente? Com quem tens andado?

São músicas instrumentais ou canções? Instrumentais tendem a conduzir ao contato com seu ser, uma viagem de relaxamento e autoconhecimento, aumenta a autoestima e traz o foco.

Você tem ouvido canções? Com letras em inglês ou português? (já que em todo o planeta, e não só no Brasil, há o desconhecimento de músicas cantadas em outras línguas, ouvimos 99% das letras em português ou em inglês). Se for em inglês: você entende o que as letras dizem? Se for em português: o que as letras dizem?

A música diz muito sobre as pessoas e, assim como as companhias, um bom hábito é saber o que ouvir, pois é uma maravilhosa fonte de paz e energia. Sugiro “andar com fé eu vou” contra “um tapinha não dói”, sugiro “gente fina, elegante e sincera” a “que descem e rebolam, afrontam as fogosas”, proponho “basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo” a “os mano tá tipo bomba e as mina bumbum granada“ invista em “ o amor é o calor que aquece a alma” em vez de ”não sei se dou na cara dela ou bato em você”.

Este ano, ofereci a um amigo que teve sua primeira filha uma roupinha de bebê com o desenho de uma guitarra e a frase “a revolução começa aqui”. Ela pode começar também no seu aparelho de som. Ou como eu já ouvi dizer: “diga-me com quem andas e daí eu te direi se vou contigo…”

 

*Alvaro Fernando é  compositor de trilha sonora, vencedor de três leões em Cannes, duas medalhas em New York Festival e três estatuetas no London Festival.

Filarmônica em novembro

Confira a programação da Filarmônica no mês de novembro

A Filarmônica de Minas Gerais é sem dúvida um dos melhores programas musicais de Belo Horizonte. O maestro Fábio Mechetti conseguiu uma coisa muito difícil: alcançar excelência na orquestra. Os concertos ficam lotados, as pessoas têm prazer em acompanhar a programação e até os mais jovens já estão adquirindo esta cultura musical, o que antes não se via por aqui.

Por isso, faço questão de colocar toda a programação do mês de novembro da Filarmônica aqui, para ninguém perder nada:

mechetti
Maestro Fábio Mechetti / Divulgação

5/11 – Encerramento do laboratório de Regência

  • Fabio Mechetti, regente
    Cibelle J. Donza, regente
    Flávio Lago, regente
    Hilo Carriel, regente
    Nilton Soares, regente

18h – Programa: Rossini – Guilherme Tell – Abertura

Brahms – Sinfonia nº 4 em mi menor, op 98

Entrada franca com retirada de convite antecipada

 

Maestro Cláudio Cruz / Divulgação
Maestro Cláudio Cruz / Divulgação

10 e 11/11 – Explorando Dvorák e Bartók

  • Regente convidado: Cláudio Cruz
    João Carlos Ferreira, viola

20h30 – Programa: Villa-Lobos – Bachianas Brasileiras nº 9

Bartók – Concerto para viola

Dvorák – Sinfonia nº 6 em Ré maior, op. 60

 

Cláudio Cruz é regente titular e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo e diretor artístico da Oficina de Música de Curitiba – Música Erudita. Com a Orquestra Jovem participou do Festival MDR Musiksommer e Festival Young Euro Classic, na Alemanha; Festival Berlioz na França e Grachtenfestival na Holanda. Em 2015 realizou concertos no Lincoln Center e no Kennedy Center. O maestro tem atuado como regente convidado em muitas orquestras, entre elas a Osesp, OSB, Petrobras Sinfônica, Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo, sinfônicas de Porto Alegre, Brasília e Curitiba. Em outros países, regeu as orquestras de Câmara de Osaka e de Toulouse, Sinfônica de Avignon, Sinfonia Varsovia, Royal Northern Sinfonia, New Japan Philharmonic, Jerusalem Symphony Orchestra, entre outras. Em sua discografia estão três álbuns com a Orquestra de Câmara Villa-Lobos, um deles consagrado à obras de Edino Krieger. Violinista consagrado, foi spalla da Osesp entre 1990 e 2014.

 

João Carlos
João Carlos / Divulgação

Violista principal da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2009, João Carlos Ferreira começou seus estudos de música aos oito anos de idade em Juiz de Fora, MG. Foi violinista da Orquestra Sinfônica Brasileira entre 2004 e 2008. Como membro do Quarteto Radamés Gnattali, fez turnê nos Estados Unidos, participou de estreias em bienais de música contemporânea e foi agraciado com o Prêmio Rumos Itaú Cultural. João Carlos já se apresentou junto à Sinfônica do Espírito Santo e às orque stras das escolas de música da UFMG e da UFRJ. Pela segunda vez, atua como solista junto à Filarmônica de Minas Gerais. João Carlos tem se apresentado com outros grandes nomes do cenário brasileiro e internacional, como Roman Simovic, Claudio Cruz, Márcio Carneiro, Matias de Oliveira Pinto e o Quarteto Bessler. Tem participado como professor em diversos festivais. Atualmente é diretor musical do Trio Villani. O grupo foi contemplado no edital Natura Musical e acaba de lançar o CD Três Tons Brasileiros.

 

Marcos Arakati / Divulgação
Marcos Arakati / Divulgação

20/11 – Sobre tema e variações

  • Concertos para a Juventude
  • Regente Marcos Arakaki

11h – Programa: Haydn – Sinfonia nº 103, “O Rufar dos Tambores”: II. Andante piu tosto allegretto
Brahms – Sinfonia nº 4, op. 98: IV. Allegro energico e passionato – Piu allegro
Elgar – Variações Enigma, op. 36

 

Marcos Arakaki é regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais. Tem conduzido importantes orquestras no Brasil e também nos Estados Unidos, México, Argentina, República Tcheca e Ucrânia. Vencedor do I Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2001) e do I Prêmio Camargo Guarnieri (2009), foi regente titular da Sinfônica da Paraíba e da Sinfônica Brasileira Jovem, com grande reconhecimento da crítica especializada e do público. Gravou a trilha sonora do filme Nosso Lar, composta por Philip Glass, com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Natural de São Paulo, é Bacharel em Violino pela Unesp e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts.

 

Antti Siirala / Divulgação
Antti Siirala / Divulgação

24 e 25/11 – Um romântico Mendelssohn

  • Regente Marcos Arakaki
    Antti Siirala, piano

20h30 – Programa – Webern – Passacaglia, op. 1
Mendelssohn – Concerto para piano nº 2 em ré menor, op. 40

Wagner – Tristão e Isolda: Prelúdio e morte por amor

Mendelssohn – Sinfonia nº 4 em Lá maior, op. 90, “Italiana”
Classificado em primeiro lugar em três concursos internacionais de piano, incluindo a prestigiosa Competição de Leeds, o finlandês Antti Siirala se estabeleceu como um dos melhores pianistas de sua geração. Já se apresentou com as sinfônicas de São Francisco, da BBC de Londres, de Birmingham, de São Petersburgo, de Viena; orquestras do Festival de Budapeste, da Rádio Finlandesa, da Rádio de Frankfurt, Nacional Real Escocesa; Deutsches Symphonie-Orchester; Sinfônica NHK; entre outras. O pianista esteve sob regência de nomes como Herbert Blomstedt, Semyon Bychkov, Thierry Fischer, Neemi Järvi e Esa-Pekka Salonen. Também teve colaborações de sucesso com pianistas como Emanuel Ax, Yefim Bronfman, Hélène Grimaud e Ivo Pogorelich. Siirala foi um dos quatro artistas selecionados pela série de recitais de piano da Filarmônica de Berlim, junto com Pierre Laurent Aimard, Lang Lang e Martin Helmchen. Tocou no Kölner Philharmonie, no Concertgebouw, Festival de Lucerna, Tonhalle de Zurique e Wigmore Hall, além de salas em Bruxelas, Milão, Detroit e Nova York. Seu álbum de estreia com trabalhos de Schubert para a Naxos e sua gravação de Brahms para a Ondine foram escolha do Editor da revista Gramophone. Em 2013, tornou-se professor de piano no Hochschule für Musik und Theater, em Munique.

ITC

 

CCBB

Hoje, temos três dicas muito legais para dar, todas no CCBB, que fica na Praça da Liberdade. São duas exposições e uma peça teatral. Anotem:

Exposição Mondrian e o movimento De Stijl

Obra da exposição Mondrian e o Movimento De Stijl (1921) Credito Gemeentemuseum, Dan Haag
Obra da exposição Mondrian e o Movimento De Stijl (1921) Credito Gemeentemuseum, Dan Haag

Já está aberta em Belo Horizonte, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a mais completa exposição sobre Mondrian e o movimento De Stijl já realizada na América Latina, organizada pela Art Unlimited, patrocinada pelo Banco do Brasil, com apoio do Banco Votorantim.

A mostra apresenta 100 obras (sendo 30 delas de Mondrian) e uma seleção de múltiplas manifestações do movimento De Stijl, compondo o mais completo conjunto desse período já exibido no Brasil. A maior parte do acervo é procedente do Museu Municipal de Haia (Gemeentemuseum, Den Haag), da Holanda, que reúne a maior coleção do mundo de obras do artista.

Quando se fala em Mondrian, logo visualizamos retângulos de cores primárias delimitados por grossas linhas pretas. Porém, como tantos outros mestres das artes, Mondrian não se manteve a vida inteira no âmbito dos seus trabalhos mais conhecidos. Nos quase 30 anos que antecederam a esse despojamento, Mondrian produziu paisagens carregadas de cores escuras, e às vezes sombrias, que caracterizavam a pintura holandesa do século XIX. Com o tempo, ele foi se aproximando dos movimentos artísticos que ocorriam na Europa. Seus tons foram clareando e suas composições ficando mais ousadas à medida que se aproximava dos pós-impressionistas franceses, enchendo-se das cores e pinceladas vigorosas de Van Gogh, ou experimentando o pontilhismo de Seurat. Após uma influência temporária do cubismo, procurou formas de abstrair a realidade e buscar a essência da imagem. Piet Mondrian (1872-1944) chegou à sua obra mais famosa – Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul – em 1921, depois de uma trajetória que iniciou em 1892, ao ingressar na Academia Real de Artes Visuais de Amsterdã.

Composição com Oval em cores planas II (1914) Crédito Gemeentemuseum, Den Haag
Composição com Oval em cores planas II
(1914) Crédito Gemeentemuseum, Den Haag

Mondrian e o movimento De Stijl é uma exposição que vai além da história artística de Piet Mondrian. Há outra abordagem, igualmente relevante para compreender o que aconteceu no período (1917-1928), que retrata a agitação provocada pela revista De Stijl (O Estilo), meio escolhido para que um grupo de artistas, designers e arquitetos, incluindo Mondrian, defendesse o neoplasticismo e a utopia da harmonia universal de todas as artes. Mondrian acreditava que sua visão da arte moderna transcendia as divisões culturais e poderia se transformar numa linguagem universal, baseada na pureza das cores primárias, na superfície plana das formas e na tensão dinâmica em suas telas. Seus companheiros da De Stijl não só tinham visão semelhante, como aplicaram esses conceitos a todo tipo de arte.

No design, por exemplo, é representativa desse movimento a cadeira Vermelha Azul, que Gerrit Rietveld criou entre 1917 e 1923. O mesmo Rietveld levou o De Stijl para a arquitetura, ao desenhar e construir em 1924 uma casa para Truus Schroder-Schrader em que aplicou a paleta de cores primárias privilegiando espaços abertos, luminosidade, ventilação e funcionalidade, rompendo com convenções arquitetônicas da época.

Na exposição será possível acompanhar, por intermédio de obras originais, maquetes, mobiliários, fotografia, documentários, fac-símiles e publicações de época, essa forma de ver o mundo e as artes que era revolucionária em 1917 e continua moderna até hoje.

A entrada é franca e a mostra poderá ser vista até 26 de setembro, no CCBB de Belo Horizonte, depois segue para o Rio de Janeiro.

Gerrit Rietveld, Cadeira Vermelha Azul (1917-1923) crédito Gemeentemuseum, Den Haag
Gerrit Rietveld, Cadeira Vermelha Azul (1917-1923) crédito Gemeentemuseum, Den Haag
SERVIÇO

CCBB Belo Horizonte
Abertura ao público: 20/7/2016 a 26/9/2016
Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – (31) 3431-9400
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas

CCBB Rio de Janeiro
Abertura ao público: 12/10/2016 a 9/1/2017
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – (21) 3808-2020
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas

Cláudia Garcia Elias

Exposição Musica Brasilis “INTERAGIR>>> TOCAR, OUVIR, CRIAR

Mesa de compor desenvolvida em colaboração com o compositor Tim Rescala
Mesa de compor desenvolvida em colaboração com o compositor Tim Rescala

Ao visitar a exposição Mondrian e o movimento De Stijl, no CCBB, você ainda terá a oportunidade de ver outra mostra muito interessante: a Musica Brasilis “INTERAGIR>>> TOCAR, OUVIR, CRIAR”, aberta 22 de julho, e aborda a música brasileira de todos os tempos, desde os cantos tupinambás até os dias de hoje, por meio de totens interativos, jogos e realidade aumentada, traçando um panorama de cinco séculos de práticas musicais brasileiras de todos os tempos e gêneros. A mostra reunirá instrumentos indígenas, europeus e africanos, vídeos e instalações digitais.

Com curadoria da cravista e doutora em Informática Rosana Lanzelotte, o projeto se apoia nos conteúdos reunidos ao longo de sete anos para o portal Musica Brasilis (www.musicabrasilis.org.br), que realiza um relevante trabalho de resgate e difusão de música brasileira.

Com entrada gratuita, a exposição exibe o vídeo Imagens da Música, que mostra desde a reconstituição dos cantos tupinambás, anotados por Jean de Léry em 1557, passando pelos carros alegóricos que desfilaram no Carnaval de 1786, gravuras de Debret e Rugendas retratando escravos e suas práticas musicais, até grafites do século XXI. São seis as instalações interativas desenvolvidas em colaboração com a SuperUber:

Contemplada no edital de cessão de espaço do CCBB, a mostra integra o VII Circuito BNDES Musica Brasilis, que esse ano realiza 14 espetáculos multimídia nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Aracaju, Paraty, Campinas e Belém.

SERVIÇO:

CCBB BH
Praça da liberdade, 450 – Funcionários – Belo Horizonte
Visitação: 22 de junho a 25 de julho
De quarta a segunda, das 9h às 21h
Entrada gratuita

CGE

Estudo para missa para Clarice

O diretor e ator Eduardo Wotzik Foto Ricardo Brajterman / Divulgação
O diretor e ator Eduardo Wotzik Foto Ricardo Brajterman / Divulgação

Pode ser visto até 8 de agosto, também no CCBB, a peça Estudo para missa para Clarice, que traz a temática do “sagrado” na obra de Clarice Lispector, do aclamado diretor Eduardo Wotzik, Clarice Lispector, questionadora e completamente entregue à sua crença, revela em sua obra a sua maneira de se conectar com seu Deus, traçando com clareza sua relação particular com o Sagrado. “A salvação é pelo risco”. O espetáculo reúne textos extraídos e editados da obra de Clarice, proporcionando a união do espaço físico do teatro e toda sua capacidade de encantamento ritualístico ao poder da palavra – uma das manifestações primordiais da humanidade e o refúgio da autora em questão – para uma reflexão sobre a condição humana. Além da direção e criação, Wotzik atua e divide o palco com Cristina Rudolph e Natally do Ó.

FICHA TÉCNICA:

Da obra de Clarice Lispector
Edição e Texto Final: Eduardo Wotzik
Direção de Arte: Analu Prestes
Iluminação: Fernanda Mantovani e Tiago Mantovani
Elenco: Cristina Rudolph, Natally Do Ó e Eduardo Wotzik
Música: Henryk Gorécki
Dramaturg: Vittorio Provenza
Diretores Assistentes: Carla Ribas, Daniel Belmonte, Alexandre Varella
Direção de Produção: Michele Fontaine e Jessica Leite
Direção Geral e Concepção: Eduardo Wotzik

SERVIÇO:

Estudo para Missa Para Clarice – Um espetáculo sobre o homem e seu Deus
De 14 de julho a 8 de agosto – de quinta a segunda
Horário: 19h
CCBB BH – Praça da Liberdade, 450 – Funcionários
Ingressos: R$ 20/inteira e R$ 10/meia entrada (à venda na bilheteria do CCBB e pelo site: http://culturabancodobrasil.com.br)
Classificação Indicativa: 14 anos

CGE