Saúde da mulher em pauta

esteticaintima1Menopausa e estética íntima estão em pauta esta semana, em BH.

O campo da pesquisa na área da saúde é no mínimo intrigante. Nunca sabemos em qual doença ou setor vão investir. Atualmente, câncer parece mais uma epidemia, pra todo lado que olhamos tem alguém que se tornou vítima dessa doença. Dizem que já existe um remédio que cura o câncer e não lançam por interesse do setor farmacêutico. Custo a acreditar que, para não perder dinheiro com a venda de remédios paliativos caros, uma minoria de empresários prefere deixar milhares de pessoas morrerem.

O mesmo ocorre com a odontologia. Não inventam nada para tirar o barulho insuportável do motor angustiante, nem para inventar uma anestesia menos dolorida do que a injeção na gengiva. E no caso do Mal de Alzheimer? Será que eles se interessam em investir na cura? Ou não compensa o investimento para curar idosos? Essas questões sempre me perturbaram.

Thelma de Figueiredo
Thelma de Figueiredo

Mas, pelo visto, resolveram investir na saúde da mulher. À medida que envelhecemos nossa área íntima também envelhece e fica flácida, necessitando de tratamento para voltar às condições normais. A ginecologista e obstetra Thelma Figueiredo e especializou em estética íntima feminina e trouxe para Belo Horizonte a SmartXide Touch. Trata-se de um sistema avançado de laser que faz tratamento, de forma rápida e eficaz, problemas de atrofia e flacidez vaginal, incontinência urinária, trauma pós-parto, cirurgia funcional e estética com laser.

Outro tema que também deixa a mulher fora do prumo é a menopausa, que mexe com todos os hormônios e traz muitas dúvidas. No próximo dia 12 de maio, sexta-feira, será realizado em Belo Horizonte o X Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia, no Auditório Ouro Preto do Hotel Ouro Minas. E terá uma programação especial para leigos, ou seja, para todas as mulheres, as pacientes, que são as maiores interessadas nos assuntos que envolvem sua saúde.

Haverá um fórum sobre menopausa que abordará temas de problemas que todas as mulheres que entram nessa época da vida sofrem com eles, como ressecamento vaginal, dor nas relações sexuais e sintomas urinários.

Das 11h às 12h30, as médicas Ana Lúcia Ribeiro Valadares (mineira), Adriana Orcesi Pedro (paulista) e Thelma de Figueiredo Silva (mineira), especialistas no tema, falarão e debaterão os assuntos, abrindo espaço para perguntas.

Na parte da tarde – a partir das 13h30 – o médico paulista Luiz Gustavo Oliveira Brito falará sobre como prevenir e viver melhor com a incontinência urinária.

Mais informações pelo site www.cmgo2017.com.br

Isabela Teixeira da Costa

Salvar

Reposição hormonal: um tema controverso

Dr. Walter Pace / Divulgação
Dr. Walter Pace / Divulgação

É fato: a mulher precisa fazer reposição hormonal.

Porém, não é tão simples assim. Normalmente a reposição se torna necessária quando a mulher entra na menopausa, porém aumenta a chance de ter câncer de mama.

Fica a pergunta: A reposição hormonal é vilã ou amiga da mulher moderna? Segundo o dicionário Houaiss, “hormônio é uma molécula produzida por glândulas endócrinas ou células especializadas e secretada em pequenas quantidades na corrente sanguínea, exercendo um efeito fisiológico específico sobre uma ou mais partes do corpo”.  O ginecologista Walter Pace, professor de ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, explica: “hormônios são substâncias produzidas pelo próprio organismo e não são remédios. Assim, como o nosso corpo tem uma vida útil determinada, com os hormônios não acontece diferente, principalmente para as mulheres. Dessa forma é natural que, com os anos, haja uma queda na produção dessas substâncias. Isso acontece quando a mulher entra na menopausa, fase da vida em que os ovários deixam de ser aptos a produzir adequadamente os hormônios esteróides tais como: o estrogênio e a testosterona, hormônios que desempenham importantes papéis em sua vida”.

Como consequência, além de não poder mais engravidar, a mulher passa a apresentar sintomas característicos que estão intimamente ligados à falta desses hormônios, como onda de calor, mal-estar, irritabilidade, baixa da libido, vitalidade da pele, cabelo e unha.

Infelizmente, muitas mulheres não sabem que essas coisas ocorrem pela baixa hormonal. Tenho uma conhecida que me contou sobre o perrengue que está passando com o marido. Ele sempre querendo “namorar” e ela reclamando e brigando com ele pelo excesso de desejo. Na hora dei uma chamada nela: “Acorda, Alice”. Quantas mulheres estão sofrendo por abandono do marido que não querem saber de sexo e ela rejeitando? Isso não é normal. Disse que deveria estar com baixa de libido, e que deveria procurar seu médico, pois existem medicamentos para isso. Ela não tinha conhecimento que tal coisa poderia ocorrer.

É possível devolver à mulher esses atributos naturais e possibilitar que os sintomas gerados por essa nova situação sejam amenizados. Segundo Walter Pace, “a terapia de reposição hormonal é o tratamento ideal para repor os hormônios que a mulher deixa de produzir depois de um determinado tempo de vida. E pode ser feito de várias formas. Atualmente, têm sido empregados os hormônios idênticos àqueles produzidos pelo organismo feminino e que, por via periférica (subcutâneo, pele, etc.), por meio de implantes e cremes hormonais, funcionam como o próprio ovário. Essa ação faz com que os sintomas, causados pela falta dessas substâncias, sejam tratados, mas cada caso tem sua peculiaridade. Por isso, cada paciente será adaptada ao tratamento que precisa de acordo com suas necessidades”.

Para Pace, estima-se que a maioria das mulheres que estão na menopausa, ou passaram por ela, tem necessidade de fazer a reposição hormonal com estrogênio para manter a harmonização do organismo. De acordo com o ginecologista, o Women’s Health Intiative (WHI), patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde e Sociedade de Menopausa dos Estados Unidos, verificou, em uma análise inicial, que o emprego do estrogênio com progesterona aumentaria a incidência de câncer de mama. Porém, em uma análise realizada posteriormente, constatou-se que o emprego isolado do estrogênio reduziu o câncer da mama.

“A terapêutica hormonal é uma grande aliada da mulher, quando não existem contra indicações, através de um tratamento mais fisiológico e individualizado”, conclui Walter Pace.

Mesmo com os novos estudos, mulheres que tiveram muitos casos de câncer na família não se sentem confiantes para fazer a reposição. Como é o meu caso, por exemplo. Prefiro ficar com baixa hormonal a arriscar ter um câncer de mama. Que me desculpe o meu amigo Walter Pace.

 

Isabela Teixeira da Costa