LowCarb: a moda que veio pra ficar

A dieta Lowcarb está na moda há um bom tempo e tem ganhado cada dia mais adeptos, o importante é não cortar todo o carboidrato pois o organismo necessita dele para um bom funcionamento.

Criadas na década de 90, as dietas lowcarb são programas alimentares que restringem o consumo de carboidratos, muitas vezes, para o tratamento de obesidade ou diabetes. O termo “dieta pobre em carboidratos” é geralmente aplicado às dietas que restringem a ingestão de carboidratos para menos de 20% do total de calorias, mas, também podem referir-se às dietas que simplesmente restringem ou limitam os hidratos de carbono a menos que as proporções recomendadas (geralmente menos de 45% do total de energia proveniente de carboidratos).

O carboidrato em excesso inflama e pode promover excesso de peso. Apesar disso, nosso corpo precisa desse nutriente, mesmo que em pouca quantidade, para gerar energia, ajudar na recuperação dos músculos e manter a mente alerta. Então daí surge a aposta da lowcarb, que consiste em montar um cardápio especifico para que o organismo utilize outra fonte de reserva –  de preferência gordura – para gerar energia. Segundo a nutricionista Pâmela Sarkis, a base da lowcarb se resume em reduzir a porção de carboidratos no plano alimentar para 10 a 20%, seja para emagrecer ou não.

“A maioria dos alimentos naturais, mesmo os que não são fontes, contém um teor mínimo de carboidratos seja na casca ou em alguma parte. Por isso, não tem como obter uma dieta isenta 100% de carboidratos e saudável ao mesmo tempo. Uma dieta normal tem entre 50 e 60% e quando trabalho com a lowcarb com meus pacientes utilizo entre10 e 30%, teor nada prejudicial em relação à energia”, conta Pâmela.

É necessário subir 20 lances de escada para queimar as calorias de uma fatia de pão. Algo tem que ser feito para ajudar a queimar o que a pessoa ingeriu se esse for o objetivo. E, mesmo estando numa dieta como a lowcarb, os exercícios também são necessários quando o foco é perda de peso.

Para Pâmela, o exercício potencializa muito os resultados de emagrecimento. “Quem não associa a dieta a uma atividade física deve reduzir o carboidrato e o valor calórico total para ver resultados em perda de peso. Isso é importante para que o corpo tenha menor estimulo de liberação de insulina, hormônio associado com ganho de peso, liberado pelo pâncreas principalmente quando consumimos carboidratos”, diz.

Existem vários tipos de dieta LowCarb, mas, as mais conhecidas são Atkins, que fez um sucesso estrondoso na década de 90, e foi aderida por muitas estrelas de Hollywood, e mais recentemente a Dukan, que é bem parecida, mas um pouco mais flexível que a primeira. Ambas receberam os nomes de seus criadores.

Em uma revisão de vários estudos, os cientistas constataram que 1.797 voluntários submetidos a uma alimentação com baixo carboidrato (cerca de 20%), por até dois anos, tiveram uma redução nos riscos de doenças cardiovasculares, além de apresentar melhora na glicemia e na qualidade do sono, comenta o endocrinologista Pedro Assed, pesquisador do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares (Gota).

Quando atingir seu objetivo com a dieta, e já tiver uma estabilidade no peso desejado, faça o processo inverso da lowcarb: volte lentamente a consumir porções maiores dos carboidratos nas suas refeições, mas não tanto quanto antes. Exames clínicos mostram que entre 25 e 40% por dia do carboidrato é o necessário. “Prefira os carboidratos integrais ou os que têm uma absorção mais lenta, como batata doce, inhame, mandioca e cará”, acrescenta a nutricionista.