Quando os irmãos se encontram

Patrícia, Renato, Camila, Leonardo, Jussara, Camilo Filho, Regina, Isabela, Álvaro e Paula
Patrícia, Renato, Camila, Leonardo, Jussara, Camilo Filho, Regina, Isabela, Álvaro e Paula

Fizemos o primeiro encontro oficial dos irmãos. Lembramos de casos e nos divertimos muito.

Ontem, fizemos um encontro dos irmãos, ideia da Regina que deu super certo. Foi delicioso. Somos seis irmãos, quatro do primeiro casamento do meu pai e dois do segundo. Nos amamos muito, mas encontramos pouco e decidimos dar um basta nisso.

A família estava quase toda reunida. Quase porque o um dos filhos do Camilinho trabalha em São Paulo e só chega hoje de lá hoje, minha filha virou missionária e está morando no sertão da Bahia e a filha mais velha do Renato mora no Canadá. E meu ouro sobrinho, Henrique deu o bolo, perdeu!

Regina cozinha bem demais e decidiu fazer um festival de Cheeseburger gourmet, tudo preparado por ela. Fez um mineirinho, com queijo de minas e um molho de goiabada com pimenta, que estava dos céus.

Álvaro, meu irmão caçula tocou violão, cantamos até, contamos muitos casos, rimos muito, porque o que não falta nesta família é gente engraçada. Mas também são pessoas maravilhosas, pessoas que amam, que não têm preconceito, que aceitam as pessoas como são porque o que importa é o caráter porque defeitos todos nós temos. E devemos aprender a conviver com as diferentes personalidades e temperamentos.

Entre os casos da família começamos a falar dos carros do meu pai. Falei do opala SS Cupê verde limão com listras pretas, inesquecível, que apelidamos de periquito, foi nele que nosso pai ensinou Regina a dirigir e segundo ela, deu muito rolé com a amigas paquerando naquele opala. Uma coisa é certa, todo mundo olhava para elas, porque chamava atenção.

1949mercurycoupe
Mercury

Renato lembrou do Mercury um carro enorme. Segundo ele, só o motor devia ter três metros de comprimento era verde escuro. Gostou tanto que depois trocou por um verde claro. Bem, quando eu tinha cerca de 1 aninho, pai colocou 11 pessoas dentro do Mercury (disse que cabia, acho deu superlotação), e foi para Santa Luzia assistir Vasco e Santa Cruz, que iam jogar na terra natal do meu pai. Perto da igrejinha do Bonfim, veio um outro carro em sentido contrário e bateu de frente com nosso carro.

Pai desceu, e o motorista também, começaram a brigar e quando o homem ameaçou a chamar pai de ignorante, no “ig” pai deu um soco no meu da cara dele. Aí a coisa esquentou. O vizinho da frente desceu com uma cartucheira para defender meu pai – em vez de separar a briga, dá para acreditar? –, neste ponto do caso já estávamos dobrando de rir. E não sei como separam a briga.

No acidente eu quebrei minha clavícula, a maçaneta do carro enfiou no braço do Joca – meu tio por parte de mãe –, tio Felipe teve um corte feio na testa e estava todo sangrando muito. Tia Dulce machucou o joelho e minha mãe quebrou o dedo do pé. Renato, Camilinho, Regina, Thais e Belkis saíram ilesos.

Quem conheceu meu pai, Camilo, sabe que ele não era de briga, porém, quando chegou em Belo Horizonte ligou para o motorista do outro carro para encontrar e resolver o problema dos prejuízos. Marcaram no Mercado Central. Pai, preventivamente levou sua pistola Walter calibre 765, alemã da época da segunda guerra, que nunca foi usada na vida (esta arma ele deu de presente para o Camilinho, mas foi roubada). Penso que mais para se proteger.

Chegando no Mercado, começaram a conversar e a beber. O fim da história já era esperado, à medida que bebiam foram se conhecendo, ficaram amigos e saíram de lá bêbados.

Isabela Teixeira da Costa

Dia do irmão

Os irmãos: Camilo Filho, Renato, Regina, Isabela, Camila e Álvaro, com nosso pai Camilo.
Os irmãos: Camilo Filho, Renato, Regina, Isabela, Camila e Álvaro, com nosso pai Camilo.

Existe o Dia do Irmão, apesar de pouco divulgado, é hoje, 5 de setembro.

 

Me deu uma vontade muito grande de escrever sobre minha irmã. Aí pensei que deveria existir um Dia do Irmão, e se não existisse, que deveria ser criado. Porém, antes de propor tal coisa, decidi fazer uma pesquisa, e não que é descobri que o dia existe.

Apesar de todas as fontes que pesquisei informarem que tal data não existe de forma oficial em nenhum país, descobri que a data foi escolhida no 10º aniversário de morte da Madre Teresa de Calcutá, e teve aprovação da irmã Nirmala, superiora geral das Missionárias da Caridade e sucessora da madre, e também do padre Miguel Elias Alderete Garrido, em 1999.

Por ter sido criada em homenagem a ela, a data é celebrada tanto por irmãos consanguíneos, ou seja, filhos de mesmo pai ou mãe, como também por grandes amigos, que se consideram irmãos. Como diz na Bíblia em Provérbios 18:24: “existe amigo mais chegado que um irmão”. E muitos irmãos em Cristo também comemoram a data.

Fiquei feliz em ver que, apesar de discreta, o dia existe. E é merecido. Sei que irmãos brigam, mas na hora do aperto, é com eles que contamos. Escuto muitos casos de pessoas que não se dão bem com seus irmãos e principalmente de problemas entre irmãs. Sei de casos de extrema rivalidade, de irmãs que deixaram de se falar por causa dos maridos, ou mesmo de competição entre elas porque uma é mais bem-sucedida que a outra. Casos impensáveis, que parecem inverossímeis, mas que são pura realidade.

Não entendo como isso pode ocorrer. Quando ouço caso de briga por causa de herança me arrepio dos pés à cabeça. Custo a crer até onde vai a ganância do ser humano que chega a ignorar laços sanguíneos por causa de dinheiro.

Agradeço a Deus por meus irmãos. Tenho cinco, três irmãos e duas irmãs. Um casal do segundo casamento de meu pai que infelizmente não convivemos muito durante o crescimento, mas nos damos muito bem. São espetaculares. Os outros três, do casamento do meu pai com minha mãe também. Somos bem unidos e nos amamos muito.

Regina e eu
Regina e eu

Porém, com minha irmã Regina é diferente. Êta irmã boa. Combinamos muito, e olha que somos bem diferentes, tanto fisicamente quanto em gostos, e personalidade, mas nos completamos. Sempre que preciso de ajuda ela está a postos, e vice-versa. Por sinal, parece que adivinha quando preciso de ajuda, porque de forma sutil e delicada aparece e começa a ajudar. É preocupada, não deixa de falar comigo quando percebe que estou fazendo algo errado.

Moramos no mesmo prédio, uma em cima da outra, porém nunca desrespeitamos a privacidade de cada uma. Na hora do aperto sei que posso contar com ela. Regina cozinha muito bem, vira e mexe faz uma coisa diferente, especial e sou a primeira a ser chamada para experimentar.

Quando decidiu reformar seu apartamento passou uma temporada na minha casa. Foi ótimo. Que delícia tê-la em minha casa. A companhia foi das mais agradáveis e minha filha e eu passamos bem, porque todo dia tinha uma comidinha diferente para almoço ou jantar.

Não existe disputa, rivalidade, competição. Só amor, amizade e cumplicidade. Fico pensando como as pessoas perdem tempo na vida, tempo que não pode ser recuperado, revivido. Amor de irmã, essa vida de amizade é uma história linda para contar para filhos e netos. Exemplo para dividir, que quem não teve, simplesmente perdeu, pois isso gasta tempo construindo, é a história de uma vida.

Agradeço a Deus, todos os dias, por meus irmãos, e em especial pela Regina.

Feliz Dia do Irmão a todos.

 

Isabela Teixeira da Costa