Mortes da pandemia

Infelizmente muitas pessoas já se foram, vítimas da COVID-19, o mais triste é saber que ainda não acabou. O vírus está aí e a vacina não chegou.

Vou tocar em um assunto delicado, provavelmente, mas não posso mais ficar calada diante desta pandemia. Quem me segue sabe que sou jornalista, e apesar trabalhar em um veículo de comunicação, não cubro a editoria responsável por este tema. Mesmo assim, ajudo na coluna da jornalista Anna Marina, e lá, sempre falamos do novo coronavírus, mesmo em curtas notas.

No início da pandemia recebi por WhatsApp uma piadinha que se referia à forma de cobertura da mídia sobre a COVID-19. Era a imagem de um dos animais da Era do gelo em duas situações, representando dois canais de televisão, em um deles ele estava triste dizendo “nós vamos morrer” em outro, alegre, dizendo “nós vamos viver”. Tenho acompanhado a cobertura com frequência e percebo que, infelizmente, cada um puxa sardinha para o seu interesse, e dependendo do canal que assistimos é exatamente assim que nos sentimos.

Vou tentar ser o mais isenta possível na minha colocação. No sábado, dia 8 de agosto, ultrapassamos a marca de 100 mil mortos. Isso é terrível e lamentável. Fico pensando em como estão estas famílias que, além de perder um ente querido não puderam receber um abraço de conforto e consolo de seus amigos. Morrer sozinho deve ser péssimo, enterrar quem amamos na solidão, também.

Nesta cobertura globalizada, fiquei muito contente quando vi, no programa local da TV Alterosa, meu colega Stanley Gusman, citando o número de quantas pessoas se salvaram. Ele faz isso diariamente quando dá o balanço da pandemia em Belo Horizonte. Tenho que confessar que a primeira vez que ouvi, senti um alento no meu coração.

Amo estatística, mas me lembro bem da aula na qual meu professor disse claramente para termos muito cuidado na hora de analisar os dados, e redigir os resultados, porque cada um pode interpretar dentro do viés que mais lhe convier. Cada um chama a atenção para o fato que preferir. Isso não quer dizer que a pesquisa foi errada, mas que se destacou o que quis que as pessoas gravassem.

Temos muitos contaminados no Brasil, mas também temos uma população muito grande, como ocorre nos Estados Unidos. Penso que o números deveriam ser ditos também em equiparação percentual, de acordo com a população geral do país. De forma alguma isso é para desmerecer ou desvalorizar nenhuma das mortes. Para mim, uma morte por um vírus já é demais. Mas gostaria de saber em qual país o cenário foi realmente pior.

Perder vida pela dengue, H1N1, chikungunya, malária, sarampo ou outra doença qualquer que pode ser evitada é absurdo. Surgir um vírus por causa da falta de higiene em um país e contaminar todos o mundo, é mais absurdo e revoltante ainda. E ninguém pode fazer nada. Estamos todos aguardando ansiosamente pela vacina, que graças a Deus já está em fase de testes.

Do mesmo jeito que perder vida por violência também é terrível. Este ano, de janeiro a maio já morreram 19.357 pessoas vitimas de violência aqui no Brasil. Em 2019 foram quase 42 mil pessoas. Não podemos ficar indiferentes a estes dados.

Decidi então fazer a tabela por percentual de contaminados, curados e mortos de alguns países, e coloquei em ordem pelos países que, percentualmente, morreu mais pessoas: (abaixo da tabela tem um link para o mesmo documento em pdf, que pode ter uma leitura melhor)

Tabelapaises