Uma bodas diferente

Iáskara Garcia, Ana Maria, Ênio Costa, eu e Sandra Botrel

Ontem, fui a uma Bodas de Ouro diferente: descontraída, divertida, animada e deliciosa.

Sabe aquele casal que foi referência de amor e vida a dois, desde a sua adolescência? Pois é, eu tenho um casal que sempre foi isso para mim, Ana Maria Mazoni Costa e Ênio Costa. Ontem, eles comemoraram suas Bodas de Ouro e o fizeram com perfeição.

Entrei para a Igreja Batista Central de Belo Horizonte aos 13 anos, e Ana e Ênio estavam lá, nos recebendo com a maior alegria, delicadeza e muito amor. Eles foram fundadores da igreja. Este casal era admirável, profundos no amor de um pelo outro e no amor a Deus. Eram eles que nos aconselhavam, orientavam e ensinavam e víamos, claramente, a harmonia entre os dois. A maioria de nós queria ir morar com eles de tão bacanas que eram. Existia uma pontinha de inveja dos seus filhos, que conheci quando ainda eram crianças e alguns ainda nem existiam. Ana faz questão de citar que eu fui a primeira pessoa a visitar seu filho Ênio Marcos, no hospital.

O coral improvisado que foi sucesso

Claro que muita gente vai ficar impressionada quando eu contar como foi a comemoração das bodas, mas dentro do nosso histórico de vida, não poderia ter sido melhor. E o mais legal, foram os dois que programaram a festa, e não os filhos, então saiu tudo com do jeito que eles são: descomplicados e com muito amor.

Existe um grupo internacional e interdenominacional em Belo Horizonte, a Mocidade para Cristo (MPC), ou Youth For Christ, que está comemorando este mês 65 anos no nosso país. Ana e Ênio participaram da MPC desde a década de 60, e foram muito amigos do casal missionário que veio para o Brasil e tocou o trabalho por longos anos: Jane e Paul Overholt.

A MPC tem um acampamento onde tem programação nas férias e feriados prolongados. O primeiro acampamento era na Lagoa dos Ingleses, onde hoje é o Alphaville. Hoje, fica na região de Macacos. A primeira vez que fui ao acampamento foi só para levar minha irmã, eu tinha 11 anos. Não existia nada, eram barracas e o banho era na lagoa. Estavam construindo tudo, tanto que eu fiquei brincando de Barbie com a June, filha dos missionários um pouco mais nova que eu.

Mauro Gualberto e seu tropeiro

Em 1973, fui pela primeira vez para acampar. Foi no feriado de finados. Só quem participou dos acampamentos da MPC sabe o que é. Foi delicioso e divertido, fiz muitas amizades. Uma programação equilibrada com esporte, brincadeiras, gincana e o principal, reuniões de estudo bíblico. Retornei em janeiro de 74 para mais uma semana como acampante e já na segunda semana comecei a trabalhar lá como equipante, e todas as férias foram assim. Foi uma adolescência muito rica. Conto os casos em outra hora.

Ana e Ênio escolheram comemorar suas Bodas de Ouro na descontração. Foi de dia e no acampamento da MPC. Começou com um café da manhã e só foi terminou por volta das 18h, depois de um delicioso almoço. Pediram que ninguém mandasse ou levasse presente, informando que o presente era a nossa presença. E o traje era esporte, e ainda reforçavam: o mais esporte possível. Queriam que ficássemos à vontade, sem salto alto e sem roupas formais, para que a festa ficasse agradável. E assim foi.

Depois do café da manhã teve um culto com muito louvor e agradecimento a Deus, relatos de histórias da vida deles e uma palavra linda do sobrinho deles, o Pastor Paulo Mazoni. Troca de alianças, novos compromissos, e nova benção. E as músicas que cantávamos na nossa adolescência. Até improvisaram um coral com todos as pessoas presentes que já tinham, em algum  momento da vida, cantado no coral da igreja. Foi muito bom.

O almoço foi assinado pelo chef Mauro Gualberto, que fez costelas na brasa, churrasco e um tropeirão feito ao vivo. Doces mineiros e bombons de sobremesa. E o tempero melhor: reencontro, muito papo e boas lembranças.

Fico pensando se tivessem optado por um culto na igreja, seguido de um coquetel, ou mesmo um jantar. Com certeza não teria sido tão agradável, e provavelmente a formalidade e o desconforto dos saltos altos e das gravatas reduziriam muito o tempo da diversão.

Parabéns Ana e Ênio, que Deus continue abençoando vocês por mais 50 anos.

Isabela Teixeira da Costa