Mindful eating e as nove fomes

Especialista ensina a perceber os sinais do corpo através da prática de atenção plena para a alimentação, para reconhecermos os gatilhos que nos fazem querer comer

O Mindful é muito mais do que uma meditação, é sair do estado de falta de consciência, da ação por piloto automático e viver uma vida consciente do momento presente, dos seus sentimentos e sensações. É passar a fazer as coisas prestando atenção nelas. E saber se perceber e saber o momento que precisa parar para respirar fundo, esvaziar a mente de problemas e distrações, focar em você e então conseguir se sentir e relaxar.

E existe Mindful para uma série de coisas, uma delas é o Mindful Eating, ou seja, atenção plena na alimentação, que permite escolhas e experiências alimentares mais conscientes, o que é fundamental para a promoção da saúde.

Segundo a especialista Luiza Bittencourt, instrutora de Mindful Eating pelo Protocolo Eat For Life, é possível mudar sua relação consigo mesmo e com a sua alimentação, tornando-a mais saudável e prazerosa. Ao praticar, você para de se alimentar no piloto automático e se torna livre para decidir o que comer. Vejam o que ela explica no texto abaixo:

“A prática tem inúmeros benefícios, como trabalhar o comer emocional (identificação de gatilhos emocionais e como lidar com eles, gerenciando melhor suas emoções), melhorar a relação com seu corpo (fim de dietas restritivas e alimentos proibidos, além da redução do comer compulsivo), e aumentar a sensação de bem estar, além de melhorar a digestão e absorção de nutrientes, e ajudar na redução de estresse e ansiedade. Os benefícios são muitos tanto para saúde física quanto mental.

O objetivo é ter uma relação mais saudável com a comida, de uma forma mais tranquila e satisfatória. Temos nove fomes que são despertadas a partir de certos gatilhos, são elas: fome de ouvido, do tato, a celular, dos olhos, do nariz, do estômago, da boca, da mente e do coração. Cada uma delas tem relação com o que está a em volta e/ou também com o que sentimos, além do que se passa na mente.

  1. Fome de Ouvido:Barulhos também servem como gatilhos para a fome. Pacote abrindo, pipoca estourando, o som de alguém comendo. Perceba os sons de cada alimento e note quais sons te atraem, observando como isso influencia nas suas escolhas. É possível comermos apenas pelo barulho muitas vezes, já que isso também faz parte da experiência de comer.
    O que satisfaz essa fome?Sons de natureza, ouvir música e conversar com quem você gosta podem ser opções. Repare no que você anda ouvindo e pense se está te nutrindo (TV, conversas e etc). Uma dica mindful aqui é refletir se existe algum alimento que você come por puro prazer de ouvir o barulho ao mastigar, e perceber a quantidade que você consome desse alimento.
  2. Fome do Tato:A primeira exploração é feita com as mãos, como uma criança aprendendo a comer. Sentimos a temperatura, a consistência do alimento. Percebemos se a fruta está madura e notamos que algumas comidas são mais gostosas se comemos com as mãos (petiscos, pizza, sanduíches, etc.). Observe texturas como a casca da fruta, por exemplo. Toque, manuseie a comida e perceba quais toques te atraem. É importante sentir a aversão também, as sensações do tato que te desagradam como mãos sujas ou meladas, por exemplo.
    O que satisfaz essa fome?Cozinhar é uma boa opção. Uma dica mindful aqui é perceber se algo muda quando você come um sanduíche (ou outro alimento que goste de comer com as mãos) usando garfo e faca.
  3. Fome Celular: Comer o que o corpo está de fato pedindo, o que ele precisa. Quando não damos atenção a essa fome, podemos sentir cansaço, dores de cabeça, tontura e irritação. Perceba os sinais de fome no corpo, o que ele está dizendo e respeite essa sabedoria interna, pense no que te faz bem. Exemplo: se estou com azia, devo tomar café depois do almoço? Se estou com dor de cabeça, o que posso comer para ajudar?
    O que satisfaz essa fome?Essa fome se satisfaz de nutrientes, elementos essenciais para o organismo (existe uma variedade de alimentos do tipo). Dica mindful: Aprenda a ouvir seu corpo.
  4. Fome dos olhos:A visão tem uma enorme influência no que comemos. Mesmo já satisfeitos, pedimos uma sobremesa se ela está nos chamando atenção. Aqui, também somos muito influenciados pela TV e redes sociais.
    Esse tipo de fome é satisfeita pela beleza. Ou seja, você pode nutrir a fome dos olhos apreciando uma bela paisagem e a natureza, por exemplo. Você também pode preparar um prato visualmente bonito e arrumar a mesa. A dica mindful aqui é olhar bem a refeição/o alimento antes de consumi-lo. Procure notar algo novo naquela comida que talvez nunca tenha reparado antes. Cores, texturas, formas. Observe as escolhas que fez e reflita se foram conscientes ou não.
  5. Fome do nariz:Note aromas, cheiros e fragrâncias. Aromas agradáveis despertam essa fome, que possui conexão com memórias afetivas. Perceba quais aromas de alimentos te atraem (pão de queijo assando, pipoca, bolo, temperos, café, etc).
    A fome do nariz é satisfeita com fragrâncias, chás, e até essências para o ambiente.Uma dica mindful é levar a comida perto do nariz antes de colocá-la na boca. Feche os olhos e perceba o cheiro, repare como seu corpo responde.
  6. Fome do estômago:Quais são os sinais de fome? E de saciedade? Barriga roncando nem sempre é sinal de fome, pode terrelação com ansiedade ou nervosismo, que também podem provocar sensações no abdômen. Apenas 20% das pessoas consegue deixar comida no prato (por questões culturais, familiares, históricas, etc.). O tamanho do nosso estômago pode variar de 50 ML até 4L, e nos satisfazemos entre 1L/ 1,5L. Existem 3 níveis para o estômago: vazio, o “posso comer mais” e o cheio. A autorregulação vem com o corpo se você estiver em contato com ele. Não se esqueça de fazer o check in da sua fome: antes de comer, no meio da refeição e ao final.
    O cérebro leva 20 minutos para registrar a saciedade, então desacelere um pouco na hora de comer. Essa fome é satisfeita pela quantidade certa de alimento consumido. A saciedade é diferente da satisfação. Saciedade envolve sensação física, volume, fome do estômago, já a satisfação envolve emoção, contentamento, paz interior, fome do coração. Dica mindful: Repare nos sinais que o corpo dá ao longo do dia, assim como o estômago. O que acontece quando está realmente com fome? Para ajudar, lembre-se de fazer o check in.
  7. Fome da boca:Observe texturas e sabores, perceba a salivação, a mastigação e os movimentos da língua. Muitas vezes repetimos o prato porque não sentimos o gosto do primeiro direito. Isso ocorre por estarmos sempre comendo correndo e desatentos no momento das refeições. A boca também quer participar da festa, e se a boca não participa, pois sua mente estava no passado ou no futuro, vendo TV ou dirigindo, é como se você não tivesse comido, e aí você repete.
    Essa fome é satisfeita pelas sensações.Se a fome da boca não é satisfeita, ela leva à compulsão. Uma dica mindful aqui é perceber que o nosso paladar também muda, então é importante estarmos sempre abertos a experimentar, dando novas chances aos alimentos.
  8. Fome da mente:Essa fome é baseada em nossos pensamentos e no que ouvimos no dia a dia. Regras de dietas, “devo ou não devo?”, “é saudável?”, entre outras. Envolve o que acreditamos (“deveria comer menos carboidrato”, “preciso comer de 3 em 3 horas”) e também o merecimento (“hojeo dia foi difícil, mereço um doce.”). Quando praticamos mindfulness, vamos abandonando as crenças limitantes conforme a prática nos dá essa abertura, ensinando a lidar melhor com nossos pensamentos.
    O que satisfaz essa fome? A informação, investigar com curiosidade e abertura os pensamentos, por exemplo: ao pensar que “não está dando conta”, responda que está dando conta sim, que isso é apenas um pensamento. É comum acharmos que não é o suficiente, mas está tudo bem. Devemos encarar o momento presente e aprender a lidar com ele da melhor forma possível, de uma forma saudável. Dica mindful: note se os pensamentos ligados à comida fazem bem para você. Lembre-se sempre de que pensamentos são só pensamentos, e que não são seus inimigos. Não precisa brigar com eles, mas sim aprender a não comprar todas as suas ideias.
  9. Fome do coração:O que você come para se confortar? Quais são as comidas que nutrem seu coração? Quais as emoções que estão envolvidas quando come (tristeza, ansiedade?). O comfort food não precisa ser apenas chocolate. Pode ser um café, um chá quentinho, uma fatia de bolo comum, ou alguma comida da sua infância (que traz memórias afetivas). Aqui a satisfação está na conexão com tudo que fazemos na vidae a prática de mindfulness traz essa conexão. Momentos de carinho, relaxamento, descontração, amizades. Tudo isso nutre a fome do coração também.
    Verificar o que tem por trás da emoção envolvida, e saber o que você realmente está buscando é importante. Às vezes tomar um banho quente, receber uma massagem, conversar com um amigo ou até meditar podem satisfazer essa fome, mas você precisa estar presente no que está fazendo. Não há mal em usar a comida para alterar um estado de ânimo, é a quantidade consumida que fará a diferença aqui. Cuidado para não “comer” suas emoções e criar um novo problema (culpa por ter comido).”

http://www.luizabittencourt.com .

A difícil tarefa de mudar os hábitos alimentares

Para emagrecer e manter o peso ideal é preciso mudar os hábitos alimentares, uma coisa bem difícil de fazer.

Todo mundo sabe que para emagrecer é preciso fazer uma dieta reduzindo calorias, com uma alimentação equilibrada e praticar alguma atividade física para gastar calorias. A fórmula é bem simples, ingerir menos caloria e gastar mais. Se é simples assim e todo mundo sabe, por que é tão difícil emagrecer e mais difícil ainda permanecer magro?Por que a grande maioria das pessoas que lutam contra o peso passam a vida no efeito sanfona?
São várias as respostas para essas perguntas, mas a principal é: essas pessoas não mudam os hábitos alimentares. Isso mesmo, fazem uma dieta restritiva intensa – por sinal algumas completamente malucas que acabam por prejudicar a saúde –, emagrecem e quando chegam ao peso desejado, liberam geral. Voltam a comer tudo o que havia sido radicalmente cortado da alimentação e com isso, engordam novamente. Não levando em conta a utilização de remédios “naturais” que ajudam no emagrecimento, e quando são suspensos, o usuário ganha muitos quilinhos de novo.
Mas por quê é tão difícil fazer essa reeducação alimentar para o resto da vida? Se livrar de um comportamento ruim vai além da força de vontade. Existe um componente de peso testando a persistência sempre que resolvemos mudar: o cérebro. Ele colabora para que a gente sinta melhor cultivando os velhos hábitos, do que tentando se livrar deles.
Segundo o psicólogo clínico Weslley Carneiro, existe uma área dentro da nossa cabeça chamada de “cérebro reptiliano”, que é basicamente responsável pela nossa sobrevivência e que foi formada nos tempos das cavernas, mas que nos acompanha até hoje. “Não tendo uma maneira de conservar a carne de um animal abatido e sabendo da escassez até que surja uma nova oportunidade de caça, a mensagem enviada pelo cérebro era: coma tudo o que puder e garanta a sua sobrevivência, você não sabe quando comerá novamente. A questão é que ainda hoje, reagimos aos alimentos como se não fôssemos ter acesso a eles nunca mais”.
De acordo com o especialista, o papel que a comida ocupa na vida de alguém que sofre de compulsão alimentar não tem muita diferença da droga para um adicto, porque ambos ocupam o papel de um “amortecedor” para o sofrimento, mas que tem um alto risco de manutenção, já que o alimento é algo de fácil acesso. Por isso, cabe a mudança de hábitos e busca de ajuda profissional, uma vez que a situação de obesidade pode se instalar gradativamente sob os olhos de todos a nossa volta e de forma silenciosa.
Para quem quer adotar novos hábitos e não consegue, a psicoterapia é uma ótima aliada, porque ela trata da causa do leva a pessoa consumir coisas que engordam. Por meio das sessões é possível, por exemplo, identificar um padrão comportamental que sucede a um episódio de ansiedade. De posse dessas novas informações, o paciente pode seguir a sua trajetória com maior clareza e adotar uma nova postura que vá de encontro ao que realmente deseja, seja uma vida saudável ou qualquer outro propósito.
Weslley ressalta que não é necessariamente na balança que o paciente percebe os resultados do tratamento da melhor maneira. Para ele, vincular o êxito a apenas um número, pode significar fazer um bom trabalho, que talvez não tenha garantias a longo prazo e que com frequência pode gerar grande sentimento de frustração. Porém, quando um paciente experimenta uma roupa que antes não lhe servia ou se sente mais confiante em se comprometer a trabalhar pela sua melhor versão é notória a sua satisfação e realização pessoal.

Isabela Teixeira da Costa

Crônica publicada no caderno EM Cultura do Estado de Minas

Boa alimentação garante energia

Calor e a falta de tempo para se alimentar corretamente pode deixar o corpo sensível e aumentar as chances da ressaca.

A chegada do carnaval, acompanhado das altas temperaturas e de toda a folia de prévias, ensaios e bloquinhos de rua, pede aquela atenção a mais com o corpo para aguentar os quatro dias de festa e manter o pique. O indicado por profissionais é apostar em uma alimentação saudável e refrescante, tanto para a preparação, quanto para a recuperação de toda a agitação.

Saídas longas, calor e pouco tempo entre os bloquinhos? De acordo com os especialistas, refeições mais completas e energéticas podem ser a saída para nutrir o corpo durante o período em que ele ficará apenas com os lanches fora de hora. “Na folia, castanhas, frutas secas e barrinhas de cereais ou de proteínas podem ser opções bem práticas. A hidratação também não pode ficar de lado”, recomenda a nutricionista Gabriella Alves, da Corpometria, mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB).

Nutricionista Gabriela Alves

Ela explica que a ingestão de água durante o consumo das bebidas alcoólicas é imprescindível para hidratar o corpo e evitar os sintomas da ressaca. Sucos com alimentos termogênicos, por exemplo, podem ser aliados para curtir a folia. “Uma das melhores apostas é o suco de melancia com canela. A fruta irá fornecer carboidratos e energia, enquanto a canela auxiliará no ânimo para as longas folias.” Para produzi-lo, é fácil: basta bater a fruta com canela em pó a gosto e tomar antes de sair. “Para aqueles que sentem-se indigestos com a melancia, outra boa opção, que dá os mesmos efeitos, é o suco de abacaxi com gengibre”, afirma a profissional.

Mas se depois de todos os cuidados veio aquela indisposição, boca seca e dores fortes na cabeça, é possível que a ressaca tenha dado o ar das graças. “Nessa situação o melhor é consumir alimentos que auxiliarão na destoxificação do organismo e hidratação. Assim, abuse de água e água de coco. Também podem ser consumidos isotônicos e suco verde, produzidos em casa”, indica.

A nutricionista dá algumas dicas para lidar com a ressaca e cansaço pós carnaval:

Cinco dicas para evitar a ressaca:

1) Hidrate-se;

2) Consuma alimentos protetores hepáticos, como alho, agrião e açafrão;

3) Alimente-se bem durante o consumo de bebida alcoólica;

4) Durma bem;

5) Pratique exercícios físicos.

Evite:

De acordo com a especialista, a falta de uma alimentação adequada pode piorar o quadro da ressaca. “Alguns alimentos também podem intensificar a enxaqueca, tão comum. Por isso, evite chocolate, café e até mesmo as frutas ácidas”, finaliza Gabriella.

Dicas para transformar metas de saúde em realidade

Muita gente traça meta para emagrecer na passagem do ano. Segue orientação de especialistas e dicas práticas para conseguir transformar este objetivo em realidade.

O ano acaba de começar, as férias estão acabando, e inicia também a disposição para mudar de vida e cuidar um pouco melhor da saúde. A adoção de uma alimentação mais saudável e a prática regular de atividades físicas são os maiores aliados e, para conseguir alcançar as metas desejadas, é importante seguir a orientação de especialistas.

O clínico geral e nutrólogo da Unimed-BH, Flavius Marinho Vieira, recomenda: as mudanças na rotina devem ser gradativas e combinar alimentação e comportamento. “É preciso trabalhar a melhoria dos hábitos alimentares, sem entrar em dietas mirabolantes, pois elas podem desencadear problemas como distúrbios hormonais ou metabólicos”, alerta. Segundo o especialista a adoção e o comprometimento com novos hábitos são determinantes para transformar esse sonho em realidade. “É preciso ter cuidado com as permissões e compensações que fazemos diariamente, pois incorremos no risco da auto sabotagem”, explica, reforçando a importância da hidratação diária.

Outro ponto fundamental para quem deseja chegar ao fim de 2018 com essa resolução cumprida é a inclusão de uma atividade física na  rotina. O educador físico Diogo Fiorin, recomenda que o início da prática seja planejado e prazeroso. “Essa fase inicial é determinante para o sucesso da meta. É preciso encontrar algo que você realmente goste e que seja possível de agregar à sua rotina. Comece com atividades com intensidade leve a moderada. Se a princípio vai ser uma vez por semana, não faz mal. O importante é ingressar no mundo da atividade física, só depois alteramos variáveis dentro do conceito FITT  – frequência, intensidade, tempo e tipo – para que o exercício continue dando resultados e melhore sua aptidão e estado de saúde”, orienta.

Segundo Diogo, um dos grandes desafios na busca por esse objetivo é manter a motivação do aluno ao longo do ano. A busca por resultados de curto prazo é outro fator que deve ser esquecido por quem deseja ter uma vida mais saudável. “Fazer atividade física não é algo natural, mas é necessário.  Somos enganados frequentemente por programas e aparelhos que prometem resultados em pouquíssimo tempo. Os resultados são diários, mas, muitas vezes, não são aparentes fisicamente no início. Logo depois do treino você já percebe alterações positivas em indicadores importantes para a saúde, como a pressão arterial e a glicemia.”, afirma.

Nove dicas para a adoção de uma vida mais saudável:

– Combine alimentação, atividade física e comportamento;

– Não adote dietas milagrosas, elas trazem riscos;

– Hidratação é fundamental;

– Cuidado com as permissões diárias no cardápio;

– Invista em uma modalidade que você gosta;

– Busque o apoio e a companhia de pessoas do seu convívio – isso ajuda a persistir;

– Coloque a atividade física dentro da sua rotina: escolhendo o melhor horário e local;

– Comece devagar;

– Busque orientação profissional.

 

Alimentação correta pode ajudar na prevenção da depressão?

Depressão é uma doença terrível, que precisa ser tratada clinicamente por psiquiatras e psicanalistas, estudos indicam que a alimentação correta ajuda na prevenção.

Depressão é um mal terrível que só quem já passou por ela, ou convive com que sofre da doença pode saber o quão devastadora ela é. Para o um tratamento eficaz é preciso de um psiquiatra para entrar com a medicação e tirar o sofrimento momentâneo e um psicanalista para, junto com o paciente para descobrir a causa e assim curar e evitar novas crises. Porém, existem estudos que apontam que a alimentação correta pode ajudar na prevenção da doença.

O nutricionista Felipe Hadad, da Clínica Be Light Estar Bem, fez uma ampla pesquisa sobre o tema. Segundo o nutricionista, é necessário compreendermos a depressão como um processo de neuroinflamação. “Temos aqui o principal ponto a se considerar. O aumento da inflamação, que se associa principalmente a mecanismos relacionados ao ganho de gordura corporal e maus hábitos alimentares impede nosso corpo de formar a serotonina (neurotransmissor que precisa estar em equilíbrio para que não ocorra a depressão). Para que a serotonina seja produzida precisamos do aminoácido triptofano (castanhas, lentilha, semente de abobora, chocolate amargo, abacate), mas o triptofano não é tão facilmente absorvido, já que em nosso sistema nervoso central ele precisa de transportadores específicos que competem com outros aminoácidos. E aqui faço uma observação para o uso de suplementos como o whey protein, rico em leucina, isoleucina e valina (bcaa´s). Na depressão a administração de suplementos ricos em bcaa´s deve ser analisada com cautela, já que dificultam a absorção do triptofano”, explica.

“É muito importante também a oferta adequada de nutrientes, em especial magnésio e vitaminas do complexo B (rúcula, agrião, espinafre, brócolis, – vegetais verdes amargos, em geral – nozes, amendoim, castanhas) e zinco (feijão, castanhas de caju, grão de bico). Para controle da inflamação temos uma excelente opção na cúrcuma longa, e antioxidantes como a quercetina e o resveratrol e alimentos fontes de vitamina C e E.

“A atividade física é uma excelente aliada no controle da depressão por aumentar a liberação de serotonina, dopamina, beta-endorfina e noradrenalina, além de promover uma maior captação muscular de bcaa´s e aumentar os ácidos graxos livres no sangue, mecanismo que aumenta o triptofano livre sanguíneo. Por fim, a dieta deve estar estruturada de forma a favorecer um maior controle sobre o hormônio cortisol (hormônio do stress) e observando o ritmo circadiano.

Alimente-se bem! Com a depressão não se brinca”, conclui Hadad.

#felipehadad #teambelight #belightestarbem #depressao

Escola ensina alimentação saudável

Colégio Batista Mineiro ensina alunos a ter uma alimentação saudável e equilibrada e tem horta escolar para estimular as crianças.

Outubro é um mês voltado para a saúde alimentar. Dia 11 é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade e dia 16, é a vez do Dia da Alimentação. Especialistas estão cada vez mais empenhados em disseminar a importância e necessidade de educar as crianças sobre os hábitos alimentares. O que pode parecer uma conversa nova, já é papo antigo no Colégio Batista, em BH.

Um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade, que já era preocupante pelo crescimento dos casos em adultos, vem alertando médicos e pais para a obesidade infantil, assunto que já abordei diversas vezes por aqui. Projeções apontam que em 2025 haverá mais de 700 milhões de adultos e 75 milhões de crianças obesas em escala mundial. O que é um absurdo.

Já no Brasil de hoje, alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, esse número chega a 15%. Penso que um dos fatores que tem contribuído para esse crescimento, além da alimentação errada, é o fato da valorização da obesidade. Deixa eu explicar. A vida inteira pessoas obesas foram vítimas de bulling. Posso dizer de cadeira porque a vida inteira fui acima do peso. Mesmo que a afronta não seja direta, tem a indireta. De um tempo pra cá, os gordinhos passaram a se aceitar, a aumentar a autoestima.

Ótimo, acho sim que a pessoa tem que ser feliz e se aceitar o jeito que é, porém, não deve achar lindo estar obesa, ignorando os problemas de saúde que isso pode provocar. Eu precisei ter minha saúde afetada para cair a ficha, perceber o quão prejudicial à minha saúde foi ser gordinha e sedentária à vida inteira. Glicose alta, colesterol aumentado, princípio de artose nos dois joelhos. Mas isso é assunto para outro artigo.

Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, a obesidade gera vários riscos à saúde, como: aumenta a incidência de doenças cardiovasculares, doenças cerebrovasculares, doenças respiratórias, doenças osteoarticulares, hipertensão arterial, insuficiência vascular periférica, trombose, cálculo biliar, cálculo renal, distúrbios hormonais, diabete, câncer de rim e câncer hormônio dependente, como mama, próstata e pâncreas, entre outras doenças.

Segundo Mercedes Maria Campolina, coordenadora do serviço de nutrição do Colégio Batista Mineiro, uma criança obesa tem grandes possibilidades de se tornar um adulto obeso. Por isso, os pais devem ficar atentos à alimentação de seus filhos. “O melhor ensino é o exemplo! As crianças não herdam apenas a genética dos seus pais, mas, também, seus hábitos alimentares. Portanto é muito importante que a família desenvolva práticas alimentares saudáveis em casa, no dia a dia. Eventualmente não há problemas no consumo de alimentos fora deste padrão quando na rotina diária a alimentação é adequada. Costumo dizer que podemos resumir os cuidados alimentares em três regras: o alimento certo, na hora certa e na quantidade certa!”, explica a nutricionista, que acredita que a escola é uma das grandes parceiras da família na construção de diversos valores, inclusive os alimentares.

Em 2015, o Batista implantou o Serviço de Educação Integral na unidade Floresta, e com ele, o projeto Horta Escolar, um exemplo de ação que visa incentivar e conscientizar as crianças sobre a importância de uma boa alimentação.

Focado nos alunos de 2 a 6 anos, a iniciativa proporciona às crianças uma vivência concreta e prazerosa do estudo das plantas, observando seu crescimento, as variedades de frutas e hortaliças, noções de plantio, sustentabilidade e preservação da natureza.

“Um fato interessante é que as hortaliças e legumes cultivados na horta escolar são usados na alimentação escolar com muito sucesso. Todos querem provar, porque são fruto do trabalho deles”, conta Edi Soares Moura, coordenadora do SEI Plus.

Edi revela que os resultados obtidos nesses anos de Horta Escolar são ótimos, incluindo melhor aceitação das verduras e legumes e conscientização da importância de uma alimentação saudável e nutritiva. “A horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo, que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas. Unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxilia no processo de ensino, aprendizagem e estreita a relação por meio da promoção do trabalho coletivo”, revela.

Edi destaca ainda que os alunos, mais conscientes da boa alimentação, tornam-se defensores e incentivadores dos bons hábitos em casa. “Os pais apoiam a ideia e acham fantástica a iniciativa! Os alunos levam para casa as mudas produzidas por eles, e junto com a família cuidam até o momento da preparação”, finaliza.

 

Isabela Teixeira da Costa

Glúten: vilão ou modismo?

glutenA questão sobre comer ou não glúten está em alta e com muita polêmica, porque nem todo mundo tem a doença celíaca. Segundo estatísticas, o número é bem baixo, porém, muita gente está cortando o glúten e afirmando ter melhorado a saúde. Recebi este artigo e decidi publicá-lo na íntegra, já que não entendo do riscado. Assim, as polêmicas, críticas e discussões ficam no âmbito dos profissionais.

Profissionais da Clínica Dr. Walter Minicucci comentam se é mesmo necessário retirar o glúten da alimentação

Exemplos de dietas sem glúten que prometem benefícios e emagrecimento rápido se multiplicam pela internet e, por conta própria, muita gente começou a cortar os alimentos com glúten do cardápio. Ao mesmo tempo, há quem se pergunte se eles são mesmo tão prejudiciais na alimentação.

Para quem tem a chamada doença celíaca, o glúten, de fato, precisa ser banido do cardápio, mas é importante ressaltar que a intolerância ao glúten não é tão frequente como vem sendo divulgado, conforme explicam os profissionais da Clínica Dr. Walter Minicucci, de Campinas.

Dr. Walter Minicucci
Dr. Walter Minicucci

Segundo o médico, “a doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína presente em vários alimentos, como trigo e cevada. Nos portadores da doença, o organismo tem dificuldade de absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água. Os sintomas mais graves são diarreia, vômito, perda de peso, inchaço nas pernas, anemia, alterações na pele, fraqueza das unhas, queda de pelos, diminuição da fertilidade, alterações do ciclo menstrual e sinais de desnutrição”.

A nutricionista Maria Caroline Souza Netto explica, “por ser uma doença auto imune, ela pode aparecer em qualquer idade e os sintomas podem se manifestar em diferentes intensidades.  O diagnóstico em muitos casos é tardio justamente porque a pessoa acaba apresentando sintomas mais brandos, como cólicas e desconfortos abdominais”.

O diagnóstico preciso é feito por meio de exames de sangue juntamente com endoscopia com biópsia, procedimento necessário para detectar mudanças na parede do intestino delgado. O tratamento é cortar o glúten da dieta, o que é um desafio, já que ele aparece em alimentos como trigo, aveia, cevada, centeio e todos os seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, entre outros. “Evitar o glúten é uma tarefa difícil, pois ele está presente em muitos produtos, mas hoje já existem muitas opções, alternativas e até receitas para serem feitas em casa”, explica a nutricionista.

Para pessoas com sintomas muito severos, qualquer contato com o glúten precisa ser evitado, por isso é preciso ter muito cuidado ao se alimentar fora de casa. Há quem passe mal somente pela contaminação indireta do alimento, que pode ocorrer durante a preparação, em que traços ou mesmo apenas partículas de glúten de outros alimentos contaminam o prato. A chamada ‘contaminação cruzada’, aliás, pode ocorrer até mesmo nas etapas de  colheita, armazenamento e transporte dos alimentos.

Pacientes com diabetes tipo 1 têm maior risco de desenvolver a doença celíaca.

Pacientes portadores de diabetes tipo 1 apresentam maior risco de desenvolver a doença celíaca, pois ambas são consideradas doenças autoimunes, ou seja, há produção de anticorpos pelo próprio organismo. No caso do diabetes, o organismo produz anticorpos contra as células do pâncreas; no caso da doença celíaca, contra algumas proteínas e enzimas relacionadas à absorção de nutrientes pelo intestino delgado.

Menos de 10% dos portadores de diabetes têm o diabetes tipo 1, em que o pâncreas deixa de produzir insulina. Geralmente a doença aparece na infância ou adolescência, mas seu surgimento não depende de dieta, sedentarismo ou algum fator claramente sabido. Deve ser tratada com insulina, dieta específica e atividades físicas. “Em portadores de diabetes, a doença celíaca não tratada aumenta o risco de hipoglicemia, e leva à piora geral do controle do diabetes, além de prejudicar o desenvolvimento das crianças, aumentar o risco de doenças como osteoporose na vida adulta e outras deficiências de vitaminas e minerais”, alerta Walter Minicucci.

Mas afinal, o que é o glúten?

Habitualmente encontrado no trigo e outros grãos relacionados, tais como a cevada e o centeio, o glúten é um composto formado a partir de várias proteínas e confere textura, sabor e mastigabilidade para os alimentos.

Cortar o glúten da dieta emagrece?

Segundo a nutricionista, a perda de peso ao eliminar o glúten do cardápio, na verdade, está ligada a menor ingestão de calorias e carboidratos. “Para eliminar o glúten, as pessoas naturalmente cortam da dieta uma série de alimentos como pães, massas, doces, então, na verdade, ela está emagrecendo porque está ingerindo menos calorias”, explica a especialista, mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela Unicamp.

Para pessoas que precisam mesmo restringir o glúten da dieta, a nutricionista orienta que se busque ajuda profissional. “Quando é preciso adotar uma dieta muito restritiva, por motivos de saúde, como é o caso das pessoas portadoras da doença celíaca, é importante ter um auxílio profissional para que de alguma maneira a pessoa faça ingestão das vitaminas e nutrientes necessários e conheça quais substituições saudáveis ela pode realizar. No mais, já se sabe que o ideal, para todos, é adotar uma alimentação equilibrada, pensando na adoção de hábitos saudáveis em longo prazo.  Manter o controle do peso é sim, importante, pois sabemos que a obesidade é fator preponderante para uma série de doenças, como o diabetes, mas dietas radicais não costumam dar resultados a longo prazo e podem até prejudicar a saúde”, alerta a nutricionista.

 

Cuidados com a obesidade infantil

obesidadeinfantilA Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta: cerca de 41 milhões de crianças menores de 5 anos estão com excesso de peso.

O relatório “Pelo Fim da Obesidade Infantil” (Ending Childhood Obesity), de 2016, traz números alarmantes sobre a obesidade infantil. Segundo o documento, nos últimos 25 anos, o sobrepeso de crianças saltou de 31 milhões (4,8%) para 41 milhões (6,1%).
Diante desses números, a nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios, Ana Paula Del´Arco, esclarece cinco questões sobre a obesidade infantil e dá orientações sobre alimentação adequada para um desenvolvimento saudável.

1- Durante a fase láctea a criança tem um apego emocional com o momento de tomar o leite, ao acordar e na hora de ir dormir, que precisa ocorrer. Após esta fase, muitas crianças passam a não querer mais beber o leite com toda esta carga de significado, pois remete à caracterização da criança como bebê, rompendo este estigma. Neste momento, se os pais não incentivarem, a criança pode migrar do leite para as bebidas açucaradas (sucos, refrigerantes e outras não tão saudáveis).

2- Leite não engorda. Na verdade, os lácteos ajudam na prevenção do ganho de peso desordenado. Vários estudos  envolvendo 46 mil crianças e adolescentes, apontaram que aquelas com maior consumo de lácteos estavam 38% menos propensas a ter excesso de peso na infância, e que pode haver redução do risco de sobrepeso e obesidade em 13%, com o aumento do consumo de 1 porção de leite ao dia.

3- Não é porque os pais são obesos que o filho também será. De fato pais obesos incorrem em grandes chances de terem filhos obesos, mas não por fatores genéticos e sim por fatores comportamentais. Apenas 5% dos casos de obesidade são genéticos, em torno de 10% de causas hormonais, que são tratáveis, e o restante derivados de maus hábitos de vida, sejam alimentares e/ou de atividade física. É importante que os pais deem o exemplo de alimentação saudável e prática de exercícios.

4- Não se deve pular nenhuma das refeições na alimentação da criança, em especial o café da manhã. A criança deve tomar café da manhã, almoçar e jantar, bem como consumir frutas, hortaliças e leite, alimentos estes que deixam de ser consumidos pelas crianças quando não incentivados pelos pais.

5- O sobrepeso do filho deve ser preocupação desde cedo. A obesidade não é uma questão de estética, pois traz graves problemas. Desde doenças cardiovasculares, renais, gastrointestinais até distúrbios psicológicos como depressão e distúrbios alimentares. Pais devem ficar atentos e fazer acompanhamento médico para que tenham alimentação equilibrada e um crescimento saudável.

Reaprendendo a comer

Minha filha e eu, 30 dias depois de operada
Minha filha e eu, 30 dias depois de operada

Depois da cirurgia bariátrica é um reaprendizado.

Como disse ontem, decidi operar e operei. Não foi uma tomada de decisão difícil. Só faltava a oportunidade, já que a cirurgia não é barata e no meu caso o plano de saúde não autorizava, porque não era obesa mórbida.

A primeira semana eu achei que ia ser enlouquecedora. Uma semana sem mastigar? Quem aguenta isso? E só bebendo líquido, tipo água rala? Daria uma fome danada. Que nada. Não dá fome nenhuma e de vez em quando, muito em quando mesmo, dá vontade de mastigar e tem uma coisa que o médico liberou: picolé de fruta – desde que não leve leite –, limão, uva, abacaxi. Sopa no mel.

Só bebia em um copinho descartável de café, daqueles de 50 ml. Gente, tranquilo demais. Não dá fome nenhuma. A cada meia hora bebia um, de gole em gole. Vale frisar que os goles eram bem pequenos. Então, cada “refeição” era demorada, degustada. A sopa era feita com tudo, bem rica, sem óleo, e só bebia a água da sopa. Quando entrava aquele caldinho quente e salgado era muito gostoso. Mas apenas aquele copinho satisfazia. A semana passou voando. Não pensei que fosse ser tão tranquilo.

Claro que tinham os gases e a cada duas horas eu fazia uma caminhada de 15 minutos dentro da minha casa mesmo. Criei um circuito que dava dois minutos então eu sabia quantas vezes tinha que repetir. Foi tranquilo e isso ajudava com os gases. Vale ressaltar que esses gases não doíam, só estavam lá. E saíam por todos os lugares normais de saída, então, quanto mais rápido elimina-los, melhor. E o santo luftal fazendo o seu papel.

A segunda semana chegou. Dr. Marcos Martins me liberou para trabalhar e dirigir. Na alimentação, o que era líquido passou a ser batido no liquidificador. Também pude comer banana e mamão amassadinhos e maçã raspadinha. Que delícia. A sopa já era grossinha. Na primeira vez coloquei uma concha e achei pouco demais, então coloquei duas conchas no prato. Não consegui comer nem meia. Ri demais.

No jantar, troquei a concha por uma concha de molho, que é bem menor e me servi apenas uma vez. Fiquei chocada com a quantidade que estava no prato. Pensei com meus botões “vou passar fome”, que nada, dei conta de comer a quantidade servida e fiquei satisfeita por mais de quatro horas.

Na terceira semana já podia carne moída, frango desfiado, arroz cozidinho e purê de batata. Biscoito de polvilho, creme cracker, queijo polenguinho e café. Sucesso. Porém, quando fui almoçar, que decepção. Sentia a comida descer. Pesou no estômago. Comi um pingo. Graças a Deus não entalei, apesar de não saber o que isso significava.

Várias pessoas que eu tinha conversado já me falaram que eu poderia entalar, e neste caso a solução era vomitar para aliviar, e que eu poderia ter dumping, e neste caso tinha que sentar ou deitar e esperar passar.

Segui minha vida numa boa, redescobrindo a alimentação e como era ingerir alimentos sólidos depois da cirurgia. Comer devagar, pequenas garfadas, mastigar muito. Um dia, do nada, a comida parou na altura do peito. Doeu como se fosse ar preso. Fiquei com vontade de arrotar. Fui para o banheiro, o arroto não saía, e quando saiu, não era arroto e sim um pouco da comida. O alívio foi imediato. Pronto, descobri o que era entalar.

O por que, não sei. Posso ter comido depressa, mastigado pouco. O fato é que passei pela primeira de muitas experiências de entalo que todo operado passa. Bem-vinda ao clube. Dumping eu nunca tive.

Hoje, 35 dias depois de operada, 9 quilos mais magra, já posso comer quase tudo. Estou muito bem, obrigada, e sei que a cirurgia bariátrica pode ter os seus riscos, mas afirmo que não é nenhum bicho de sete cabeças. O bem que ela faz para a saúde e a autoestima, só a pessoa pode avaliar. Porém, é preciso estar nas mãos de excelentes profissionais como eu estive e estou.

Isabela Teixeira da Costa

Salvar

Falta de carboidrato pode causar baixa autoestima

carboidrato
Reprodução internet

Nutricionista explica que a falta do carboidrato provoca alterações no humor e sensação de tristeza.

Existem dois times de pessoas: as que amam carboidratos e as que não comem carboidratos. As que amam chegam a colocar três, quatro ou até cinco tipos no prato em uma única refeição, quem não come, fica com muita vontade, mas faz o sacrifício para não ganhar peso.

O problema é que as pessoas não sabem que a falta deste tipo de alimento faz mal à saúde. Tenho uma prima que faz regime a semana inteira, seu almoço e jantar se resume a uma carne e salada com legumes, porém, na maioria das vezes a salada é feita de folhas. Arroz, feijão, batata, pão e massa não faz parte de seu cardápio.

Ela resolveu ir a uma nutricionista para ver se conseguiria emagrecer mais uns quilinhos, aqueles dois ou três que sempre ficam resistentes. Não é que descobriu que estava subnutrida. Levou o maior susto e teve que inserir na sua alimentação diária feijão e um carboidrato no almoço.

Agora, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) apontou que retirar o carboidrato da alimentação pode causar baixa autoestima e trazer danos ao organismo. A falta deste nutriente pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, dificultar a perda de peso e mexer com a autoconfiança.

Segundo a nutricionista Vanderli Marchiori, em geral o consumo de carboidratos fornece energia para o cérebro e, assim, temos maior controle emocional e mental. “A ingestão do carboidrato influencia diretamente na produção de neurotransmissores, como a serotonina. Essas substâncias são responsáveis por causar as sensações de prazer e bem-estar. A falta deste nutriente reduz a velocidade do metabolismo e isso pode fazer com que as percepções de realidade e do nosso corpo fiquem distorcidas e prejudiquem a autoestima, provocando também maior sensação de tristeza”, pontua Vanderli.

Por isso, é importante no dia a dia consumir de oito a 11 porções de carboidrato divididas entre as refeições. As opções são extensas, mas os principais alimentos que possuem o nutriente são: macarrão, pão, biscoitos, arroz e batata.

A nutricionista explica que só é válido retirar o carboidrato do cardápio em casos de algum tipo de doença específica, em que o consumo do nutriente pode ser fator decisivo para a piora do quadro de saúde.

Isabela Teixeira da Costa