Ser mãe, sem culpa

Madalena com o filho José Antônio
Magdalena com o filho José Antônio

Ser mãe é delicioso, mas não é fácil, e carregamos, sem necessidade, uma grande parcela de culpa.

De vez em quando me deparo com alguns textos muito legais nas redes sociais. Outro dia foi um desabafo de um amigo sobre o que é ser um verdadeiro companheiro, em seguida, minha amiga Magdalena Ribeiro nos presenteou com um texto sobre ser mãe.

Achei muito apropriado para a época que estamos vivendo, não só por ter sido postado no mês de maio – mês que se comemora o dia das mães – mas por abordar muito bem o ritmo da vida atual. Guardei para publicar hoje, pertinho do Dia das Mães, para começar a homenagem a todas nós.

“Você acorda atrasada e se esquece de dar um beijo de bom dia no seu filho. O outro acorda chorando e assim permanece por um bom tempo. Ele não toma o leite, você não toma café. Escondida no banheiro, você chora todo o seu cansaço e suas incertezas, sem entender onde está errando, se sentindo sozinha, se sentindo uma péssima mãe, uma péssima pessoa.
Não, eu não instalei uma câmera na sua casa. Simplesmente, quero que você saiba que isso acontece com outras mães também.
Ser mãe é algo que demanda muito da mulher: demanda o tempo, o sono, a paciência, o colo, o corpo, a psique, a libido…. O desgaste é físico e mental. Não é tão belo quanto mostra aquela propaganda na TV. A vida com filhos é insana, mas não desistimos dela, não podemos desistir.
Todas nós temos nossos defeitos, nossas falhas. Somos humanas. Erramos muitas vezes, não por falta de vontade ou negligência, mas por não saber qual o jeito certo, qual a melhor forma de se educar. Alguém sabe se existe manual? Eu sei, NÃO EXISTE!! Procurei muito.

Magdalena e eu, na década de 1970
Magdalena e eu, na década de 1975 ou 76

E quando nossas tentativas não têm um bom desfecho, achamos que falhamos e nos sentimos mal.
Mas eu preciso te dizer algumas verdades sobre esse negócio de a gente se sentir uma péssima mãe.
1. Um dia ruim não arruína a infância inteira de seus filhos: Com toda certeza, você se lembra da sua mãe te dando bronca, das punições. Mas se eu pedir para você se recordar de você quando pequena, vai se lembrar de brincadeiras, de momentos bons. São eles que aparecem em maior quantidade em nossas vidas. E são neles que devemos focar. Todos temos dias ruins, fechados. Mas não são eles que vão arruinar o tempo de criança de seus filhos.
2. Seus defeitos não te definem: Você pode ter perdido a paciência, pode ter mudado o tom de voz, pode ter colocado seu filho de castigo por um motivo besta, pode, de fato, ter errado. Mas isso não faz de você este erro. Você é feita de alguns defeitos e muitas, muitas qualidades. Pergunte ao seu filho o que ele mais gosta em você! Pergunte a ele o que você faz de melhor. Isso sim é o que te resume! É essa mãe que seu filho vai se recordar. Ele jamais vai dizer que você é uma péssima mãe – a não ser que esteja bravo, daí não conta. Saiba que você é a melhor mãe que seus filhos poderiam ter.
3. Saber que errou faz de você uma excelente mãe: A partir do momento em que entendemos que falhamos, estamos nos tornando melhores. Não enxergar que o que fizemos não foi legal é estar cega para o problema. Quando estiver mais calma, pense em como você poderia ter feito diferente. Numa próxima oportunidade, se sairá melhor. Tenha certeza!
4. Não acredite na internet: Não se deslumbre com a pia limpa daquela amiga logo após o jantar – o restante da casa deve estar um caos, pode apostar. Não se impressione com os passeios em família todos sorridentes – eles também tiveram dificuldades para entrar no carro e passaram vergonha no restaurante. Não seja seduzida pelos conselhos do grupo de mães – todo mundo adora dar um pitaco. Não se sinta uma péssima mãe com a receita maravilhosa que a moça postou – tenha certeza que ela preparou aquilo enquanto um filho chorava e o outro estava com a cara enfiada no tablet. Somos todas lindas e perfeitas na internet! Até você quando resolveu postar aquela foto linda da brincadeira que vocês finalmente fizeram.
5. É fase… E fases passam mais rápido do que imaginamos. Esse é o pensamento mais chato, mas o mais sensato da vida pós-filhos. A gente se cansa, vive como um zumbi, e depois sente falta da vida com um recém-nascido. Passamos os dias catando brinquedos jogados, depois brigamos para que eles brinquem um pouco. A gente se estressa com a vida escolar do filho, e depois sente falta de quando sabia tudo o que ele precisava fazer. A maternidade é feita de fases, de descobertas. O novo assusta e nos põe em xeque. A melhor coisa a fazer é aproveitar, focar nos momentos bons e, se errarmos, pedimos desculpas – nem que seja a nós mesmas – e seguimos em frente. A vida de mãe não pode parar! E nunca para. Eles crescem, saem de casa, dizem que já são donos de suas vidas (como se algum dia você tivesse tomado posse de suas vidas), mas você continua cuidando deles.
Não é fácil, mas é muito gostoso. Tem cada surpresa! Ter me tornado mãe me faz uma pessoa melhor todo dia.”

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