Mudança de hábito em tempo de crise

crisebrasilEm tempos de crise brava a solução para tentar equilibrar as finanças é mudar os hábitos.

Vamos recapitular para relembrar como tudo ocorreu. Em 2008, a economia do Brasil ia muito bem obrigada, todo mundo feliz, povo gastando. No segundo semestre deste mesmo ano chega a crise econômica mundial.

Para combater os efeitos da crise mundial, o governo brasileiro dá uma guinada na política econômica e passa a utilizar bancos estatais – principalmente o BNDS – como a principal ferramenta de expansão de crédito. No início de outubro de 2008 o então presidente Lula solta a frase: “Lá nos Estados Unidos pode ser um tsunami (a crise); aqui, se ela chegar, vai ser uma marolinha que não dá nem para esquiar”. A jogada funciona a curto prazo. A economia cresce e o Brasil chama a atenção do mundo.

Dilma Rousseff toma posse em janeiro de 2011, e sua equipe econômica decide manter a mesma política de crédito dos bancos estatais, e decide intensifica-la adicionando outros elementos heterodoxos. É oficializada uma nova matriz econômica com a crença de que “um pouco mais de inflação gera mais crescimento econômico”

Como a política econômica se baseia em política fiscal expansionista, juros baixos, crédito barato nos bancos estatais, câmbio desvalorizado e aumento das tarifas de importação para estimular a indústria nacional, em 2012, o governo abre guerra contra os bancos privados para a redução dos juros.

criseEm 2012, o governo decide revogar contratos de concessão com as geradoras de energia para obriga-las a oferecer tarifas mais baixas. Estas empresas precisam recorrer ao mercado de energia de curto prazo, se endividam. O Tesouro passa a fazer repasse para elas e aumento o endividamento do governo.

Paralelo a tudo isso tem a corrupção, pedaladas, inflação disparada, câmbio altíssimo, pois, sobre isso não preciso falar porque está muito vivo na cabeça de todos, porém, quem quiser saber de forma detalhada, é só ir lá no blogpenadigital.com que está tudo muito bem explicado, com links para textos mais completos.

A marolinha do Lula virou tsunami sim. Se ele não tivesse querido mascarar a situação lá em 2008, tivesse enfrentado a situação como o mundo todo fez, hoje estaríamos respirando como todos os outros países e apertaram o cinto na época certa, mas não, para ela era mais importante fazer de conta que estava tudo bem manter a imagem do político popular bem-sucedido que fez o Brasil melhorar. Hoje, sabemos que também não queria interromper o esquema de corrupção da Petrobrás e com as empreiteiras.

E nós, os brasileiros ficamos com a corda no pescoço, tendo que administrar o salário, fazendo mágica para que o dinheiro chegue ao fim do mês. Isso quem está empregado, porque são mais de 11,4 milhões de brasileiros desempregados no país.

E para fazer o dinheiro render viramos malabaristas. Não vemos mais crianças nos supermercados, claro, as crianças pedem muito e os pais ficam em uma sinuca de bico, com pena de ficar o tempo todo dizendo não. O melhor é não levar os filhos, as compras ficam mais baratas. Ir com a lista pronta e não fugir dela. Não fazer compras quando estiver com fome. Não comprar nada pronto, optar pelos ingredientes e fazer em casa. Não abrir mão de fazer pesquisa de preço. Já percebi que existe uma “dança” de preços entre os supermercados, de tempos em tempos.

Muitos estão trocando a ida ao cinema ou jantar fora por fazer uma comidinha em casa e chamar os amigos, cada um levando sua bebida, ou mesmo todos rachando a conta. Como disse um amigo que é proprietário de vários bares e restaurantes: ”o movimento continua grande, mas o consumo caiu. Quem bebia cerveja importada, hoje bebe nacional. Quem jantava, hoje fica mais em petiscos. Ou seja, a conta ficou mais barata”.

Os Out Lets nunca venderam tanto. Não que estejam vendendo muito, mas as vendas aumentaram. Quem quer comprar uma peça, olha primeiro por lá. E por aí vai. Os supérfluos são cortados mesmo. Não é à toa que vemos tantas lojas sendo fechadas cidade a fora. O que não entendo é como alguns proprietários de imóveis preferem ficar com seus espaços vagos em tempos de crise, do que negociar com os atuais inquilinos um preço mais justo, entendendo a situação atual do país. A Momo da Savassi e o Habbib’s do Gutierrez fecharam por não conseguirem absorver com o aumento do aluguel.

A esperança é a última que morre, afinal, somos brasileiros e não desistimos nunca!

Isabela Teixeira da Costa

Fonte: blogpenadigital.com

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