De repente 50

Maria Antônia Calmon

Não é qualquer um que entra tranquilamente nos 50 anos, sem se abalar.  A prova disso são as várias publicações sobre o tema.

Tomei a liberdade de me apropriar de um título da minha amiga Maria Antônia Calmon, para intitular minha crônica de hoje. Essa minha grande amiga é linda, gente boa até debaixo d’água, competente, profissional e estilista. Ela se destacou no mercado da moda com suas camisas, que além de belas e estilosas são muito bem feitas. Passou por mau bocados, pois muito crédula e com coração puro, acabou sendo passada para trás, mas deu a volta por cima.

A família dela é exemplo, tem avó e também três netos. Sabe aquele ditado que é pouco usado, pois não é qualquer um que chega nesse ponto da vida, quando alguém pode dizer: “minha neta, me dá teu neto”? Pois é, a família de Maria Antônia pode. A sua avó já tem trinetos. Não é uma coisa maravilhosa? Eu acho, cinco gerações vivas em uma família é coisa rara.

Como a maioria das pessoas – não é o meu caso –, foi impactada pela chegada dos seus 50 anos. Porém, ela não entrou em depressão, não se sentiu envelhecida, nada disso. Ela criou uma página no Facebook, que já está também no Instagran, chamada Derepente50, isso mesmo, tudo junto, onde compartilha a segunda metade da vida. Veja o que ela escreveu na abertura da sua página:
50 Anos!Se não chegou lá, um dia terá essa idade. Como encarar o envelhecimento? Vamos chegar, ultrapassar os 50 anos. Isso é natural e até privilégio, sorte. Muitas mulheres, amigas e conhecidas me fazem perguntas: como você se sente fazendo 50 anos? Sempre teve em evidência por ter sido modelo e trabalhar como estilista, que convive com esse universo de muita vaidade, e agora? Até então não tinha parado para pensar, a ficha caiu e resolvi contar minha história, trajetória de vida, como encarar o 5.0. Quero compartilhar um conceito de vida e beleza com você! Vamos trocar figurinhas, falar da mulher real de hoje, que é mãe, filha, avó, esposa, namorada. Uma mulher que vai à academia, trabalha se cuida sem excessos e sabe que a beleza interior precisa ser equilibrada para o restante acontecer. Fui modelo fotográfica nos anos 90, capa de várias revistas e campanhas de beleza. Hoje, sou estilista e proprietária da marca de camisaria feminina Maria Antônia Calmon.
Me acompanhe no insta e no facebook e fique por dentro de tudo em primeira mão!”

Não é lindo e inspirador?

Maria Antônia faz hoje, às 19h, um bate-papo na Clínica Onodera, na Rua Conde Linhares, 326, Cidade Jardim. Quem tiver oportunidade, vale a pena conferir.

Alice Schuch

Bem, recebei há alguns dias outro texto da palestrante e escrito Alice Schuch, abordando o mesmo tema, e então decidir unir essas duas mulheres na crônica de hoje.

Segundo Alice, a beleza experimentada depois dos 50 está no prazer de reluzir a alegria feminina. “A mulher que ingressa na casa dos 50 tem o benefício de degustar a sua própria vida. É como a ingressar na “fase da sobremesa”, onde quem a acompanha, experimenta o que há de melhor na maturidade”.

Alice ilustra a mulher acima dos 50 pela energia feminina da Sardenha, ou seja, a bela e poderosa senhora que está representada no centro do Mediterrâneo ocidental e que claramente vive a “fase sobremesa”. Esta senhora goza e brinda à beleza que soube construir para si através dos anos. “A experiência feminina representada depois dos 50 expõe-se com a feliz simplicidade de quem nada necessita. Contribui com a criação e, por sua vez, cria, permitindo ser contemplada, vivida e amada”, completa.

“A dimensão do belo é a sobremesa do sábio, daquele que geriu a vida em autoconservação e evolução, do ser humano que amadureceu na própria simplicidade através de tantas e tantas batalhas no contexto social sem jamais trair-se”, poetisa Alice.

A escritora faz outra metáfora, “o refinamento à energia feminina característica da Sardenha é o licor Mirto di Sardegna, elixir obtido com o fruto da planta sagrada que na antiguidade era dedicada a Vênus, deusa do amor. O licor e sua essência masculina ilustram como um ótimo complemento à sobremesa. Completado o percurso, amadurecido o fruto, inicia-se a festa”.

A experiência pós 50, ou seja, a bela senhora sardenha, se expõe para quem é capaz de percebê-la, senti-la e amá-la. “É manjar dos deuses, eis o seu poder de fatal atração… Paradisíaca ilha mediterrânea, vives a fase sobremesa, simplesmente és … bela! Estás por ti mesmo, incomparavelmente simples e por isso – insuperável. Não competes por um lugar ao sol porque tua maturidade produz arte, doçura, acolhimento, pujança, valor, vida, és tal qual te querias”, recita Alice.

Isabela Teixeira da Costa

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