Como diferenciar produtos verdadeiros dos falsos

Louis Voution é das marcas mais copiadas

Especialista dá dicas de como identificar bolsas de grifes autênticas.

O desejo de ter uma peça de grife de luxo, mas não possuir dinheiro suficiente para adquiri-la, leva as pessoas a comprarem falsificações. Isso é um dos principais problemas para o mercado de luxo.

Já comprei bolsa falsa da Louis Vuiton e rapidinho ela estragou. Aí fiquei me perguntando por que tinha feito isso. O que leva uma pessoa a gastar milhares de dólares ou euros em um objeto de marca internacional? Penso que seja a beleza da peça e, acima de tudo, a qualidade. Não sou tão ingênua assim, sei que ter uma peça de marca te põe em um patamar, alto: “tenho, porque posso”, e entra para o clube dos “ricos e poderosos”. Adquirir uma bolsa fake, se for bem feita, te põe nesta mesma categoria, desde que ninguém descubra que se trata de cópia. O grande problema é que você está estimulando uma ação criminosa, que é a pirataria.

O desejo de possuir um logotipo estampando o produto faz a indústria da pirataria encontrar consumidores dispostos a pagar quantias diferenciadas, em função da “qualidade” do bem. De acordo com a especialista no mercado de luxo, Carolina Boari, a pirataria ocorre quando um bem similar se apropria, indevidamente, de elementos essenciais que constituem o objeto protegido por lei. No campo da contrafação, há as réplicas, que se dividem em primeira e segunda linha, de acordo com o grau de perfeição. “A réplica mais perfeita, de primeira linha, refere-se ao produto no qual a qualidade é similar ao original. Réplicas de segunda linha são mais baratas em relação às de primeira linha, apresentando qualidade inferior”, explica Carolina.

A falsificação de produtos é crime, sendo previsto na legislação brasileira pela Lei n. 9.279/1996 (Lei de Propriedade Industrial). Essa lei dispõe um conjunto de bens intangíveis que dizem respeito à proteção de marcas e patentes, com o fim de coibir a reprodução indevida de produtos de consumo e proteger os direitos de seu inventor. A contrafação de produtos de luxo encontrou outro agravante, a internet. “No início, o mercado de luxo se mostrou bastante resistente ao uso da internet para divulgação de marcas e, também, para comercialização de produtos. Por muito tempo as empresas do segmento de luxo não sabiam como explorar, de maneira assertiva, sua presença online”, descreve a especialista.

O ambiente digital não favorece o envolvimento do consumidor junto à marca, pois a ele falta o encantamento e a experiência de compra que devem ser proporcionados ao cliente de luxo. Em função de uma presença online considerada fraca, a contrafação de produtos de luxo se multiplicou.

Os produtos de luxo comprados em lojas de marca ou lojas de departamentos licenciadas possuem preço elevado, certificado de autenticidade e, em alguns casos, número de série. Porém, há leilões de artigos de luxo e até brechós que oferecem produtos com pouco uso a preços mais acessíveis. Para não adquirir um produto falso na hora da compra, alguns detalhes devem ser observados pelo comprador. Por exemplo, artigos de luxo originais apresentam alta durabilidade, constituindo um investimento em longo prazo. Os materiais utilizados na confecção de um produto de luxo são de qualidade superior, com acabamentos impecáveis, passando por uma criteriosa avaliação de qualidade e inspeção individual de cada detalhe. “O couro utilizado em uma bolsa de luxo é macio, original e possui a mesma coloração em toda peça”, exemplifica Carolina Boari.

Artigos de luxo não apresentam partes coladas. Cada junção é costurada por um padrão e simetria, que não apresenta fios soltos. Os zíperes deslizam com facilidade, ou seja, não enroscam ou travam no forro do produto. “Ao comprar um artigo desse segmento em brechós ou leilões, o consumidor deve exigir o certificado de autenticidade ou uma avaliação realizada por profissional habilitado”, lembra a especialista no mercado de luxo. Falsificações mal sucedidas apresentam acabamentos de qualidade ruim, com logotipos assimétricos e nome da marca escrito de forma incorreta. As ferragens de bolsas, sapatos ou carteiras, por exemplo, descascam com o passar do tempo e perdem a cor. Artigos verdadeiros sofrem efeitos do tempo e uso, porém o envelhecimento é “natural”, desde que não deteriore a qualidade do produto.

“Artigos de luxo possuem etiquetas com o país de procedência, como, por exemplo, made in France ou made in Italy”,afirma a consultora. Na internet, muitos sites se passam por verdadeiros com a promessa de ofertas ou descontos. “O consumidor deve pedir mais de uma foto do produto, pois vendedores virtuais não possuem estoques dos produtos e recebem dos distribuidores uma quantidade reduzida de imagens com um padrão estabelecido”, conclui Carolina Boari.

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