Viagem pelo mundo do Game of thrones

O mundo da imaginação e criatividade das séries de TV e o sucesso do Game of Thrones.

Tenho uma amiga, Valentina Carvalho, advogada das boas. Toda terça-feira, ela escreve uma crônica e envia por e-mail para um grupo de amigas. Algum tempo atrás, li um que achei bem legal e resolvi publicar.

“Em busca de mera distração, iniciei a busca entre as séries da TV paga onde encontrei temas fascinantes.
De Madmen e o apogeu da América dos anos 60 com o boom dos impérios da publicidade, pulei para o gótico e estranho Game of Thrones.
Tentava me conectar com meu sobrinho, que via a série sem dar nenhuma palavra, hipnotizado e sem permitir que ninguém desse um único pio – tal e qual meu avô, quando assistia seu jornal das 7 horas da noite, há 70 anos  – ah, a  vida se repetindo sempre.
O que será que existia naquela série? Em minhas férias, resolvi encarar e não consegui parar até o último capítulo.
Cenas de arrepiar, violentas até, que não sei quantas vezes tive de tapar o rosto com as mãos, diante da dificuldade em encará-las. Tudo fascinante: dragões, povos desconhecidos (uma mistura de todos os terrestres e até extraterrestres), sete reinos, cidades inventadas, idiomas impensáveis ditos com naturalidade, Gênesis e apocalipse ao mesmo tempo.
A eterna luta por poder, poder e poder! Luta tão conhecida de nós, brasileiros.
Ninguém se salva, ninguém é de todo bom, nem de todo mal.
Comecei a questionar o por quê de aquela série fazer tanto sucesso. Sucesso mundial, a ponto de os coadjuvantes fazerem fila para participar sem cobrar cachê.
Seria o mundo inventado, o imã? Ou seria a semelhança com algo já sentido e sofrido pela humanidade, a verdadeira razão da atração?
Conheceria o público alvo – de 15 a 45 anos, em sua maioria – algo de história ou teria esquecido a historia mundial? Ninguém havia estudado a baixa e alta idade média? Ninguém havia lido os Irmãos Grimm e suas histórias sinistras de príncipes, princesas, reinos distantes, feiticeiras e dragões?
A ausência de sentimentos, ética e justiça, o abuso do poder absoluto, tudo completamente bárbaro, a ceifar vidas, reinados, sentidos e sentimentos; sentimentos arriscados por alguns poucos apenas.
Será que o mundo inteiro estava vendo espelhado ali, naquele jogo de tronos, o reflexo do que o mundo vive hoje? Acredito que sim.
A direção inteligente e caprichada, que escolhe a cada ano da série locações incríveis mundo afora, condizentes com a estória, fazem com que esse conto de fadas às avessas passe a ser o escape da realidade, que machuca muito mais do que os reinos em conflito e os dragões ferozes que soltam fogo pela boca e são comandados por uma mulher platinada, palatina e correta.
Na próxima semana, chego ao século XX, a Espanha de 1905, onde as classes não se misturam, cheia de intrigas e amores proibidos, é o Grande Hotel.”
Valentina Avelar de Carvalho
A nova temporada da série Game of thrones está elevando índices de audiência da HBO, confira no UAI e+

 

Aniversário em tempo de redes sociais

Fazer aniversário depois que surgiram as redes sociais, mudou bastante.

Segunda-feira estava mexendo no meu Instagram e vi um sinal na gavetinha. Fui vasculhar o que era e estava lá uma mensagem de aniversário. Uma amiga me dando parabéns. Respondi às gargalhadas porque meu aniversário foi em abril. Que fique bem claro que a mensagem estava lá este tempo todo, e eu só vi agora.

No mesmo dia, consegui falar com outra grande amiga que fez aniversário sábado. Ela estava viajando no dia. Liguei, não atendeu, retornou, não vi e foi uma sucessão de desencontros. Quando finalmente nos falamos, reclamou que não tinha visto uma mensagem minha no Facebook, mas ela estava lá, o difícil é achar.

Isso mesmo, depois da invenção das redes sociais ficou fácil parabenizar os amigos. Mas o volume é tão grande que nem sempre conseguimos achar todas as mensagens enviadas. Recebemos o aviso dos aniversários – isso é maravilhoso, porque minha memória para datas não é muito boa, se não recebo o aviso é capaz de esquecer até do meu aniversário. Abre uma janelinha para escrevermos a mensagem, apertamos enviar e pronto. Quer coisa melhor?

Com as redes sociais cumprimentamos todos os amigos, conhecidos, amigos de amigos… O problema é que são muitas ferramentas: Facebook (na página ou em mensagem in box), WhatsApp, Instagram, Linkdin, Pinterest, Twitter, e-mail… E cada amigo te deseja parabéns em uma delas. Você fica pulando de uma para a outra na tentativa de ver tudo e responder a todos, mas nem sempre alcança o objetivo.

São tantas, de tantos caminhos diferentes… Fica impossível. A solução é o agradecimento geral. Porém, a leitura é individual, mesmo assim ainda ficam algumas mensagens perdidas para trás. Outro dia, um amigo reclamou que me mandou um WhatsApp no dia do meu aniversário e eu não respondi. Teimei: “Não recebi”. Mas fui verificar. Descobri mais de 30 mensagens que não tinha visto. Passei o maior carão e fui respondendo aos amigos quase um mês depois. Eles devem ter pensado que eu estava doida varrida, solta no espaço.

Antes, anotávamos as datas em agenda, tínhamos que transferir anualmente. Se fossem muitos aniversariantes no dia, acabávamos elencando os mais chegados para telefonar. Era muito bom. Mantínhamos o contato pessoal. Como diz minha cunhada, a gente interagia.

Depois, chegou o celular, facilitou na agilidade. Anotamos no calendário, programamos o aviso anual. No dia e na hora programada ele apita. Tudo de bom. É só pegar o telefone e ligar.

Mas voltando ao século 21, o melhor das mensagens das redes sociais são as imagens que veem junto dos parabéns. Flores lindas, versículos bíblicos, filminhos – cada um mais fofo que o outro –, bolos. Ah, os bolos, é de dar água na boca. Como sou uma verdadeira formiga, gostaria que pelo menos um se materializasse. Seria tudo de bom.

Enquanto esse milagre não acontece, vamos tentando ficar cada vez mais ágeis para dar conta de administrar tantas ferramentas novas. Bem-vinda tecnologia!!!

Isabela Teixeira da Costa

Dmais Design

Renato Tomasi Foto Priscila Ayub
Renato Tomasi Foto Priscila Ayub

De 13 a 19 de junho o circuito DMAIS Design estará agitando BH.

Eventos independentes ocorrerão durante a semana para fazer a conexão da decoração e do design com a arte, arquitetura, moda e outras vertentes.

O DMAIS Design chega a sua 3ª edição e vai oferecer uma programação intensa com exposições, palestras, oficinas, coquetéis, intervenções e mostras. Este ano, terá novidades nas áreas de moda e jóias.

No dia 14 de junho, a Idelli receberá o gerente de design e produtos da De’Longhi Brasil que fará a palestra de abertura no lounge especial, assinado por mim, a designer Flávia Freitas. No dia 16, o diretor do Corpo, Pedro Pederneiras, contará sobre o projeto artístico e de design que projeta o grupo no cenário nacional e internacional.

O Seminário ‘Design e Conhecimento’ ocorrerá  nos dias 16 e 17 á partir das 10h, no cinema do Pontei Lar Shopping, e contará com palestra da jornalista e colunista de design, Mônica Barbosa, e com Waldick Jatobá, curador de arte e design contemporâneos, com tema sobre o design contemporâneo brasileiro.

Dez ações, de marcas nem tão conhecidas, estarão previstas, dentre elas, a exposição “Oficina de Jeceaba”, na escola de design da UEMG, com aulas práticas de criação de objetos de madeira e pallets descartados pela siderurgia da região, promovendo ideias de arte com sustentabilidade.

O QG do DMAIS será montado no 4° piso do BH Shopping e funcionará como um ponto de encontro.

Toda a programação e mais informações podem ser encontradas no site do DMAIS.

Contribuem com este grande acontecimento Idelli, Abatjour de Arte, Accervo Design, América Móveis, Arca Conceito, Deck Home, BoConcept, Donatelli, Espaço 670, Hunter Douglas, Inerre, Inside, Líder Interiores, Linea D’oro, Maria Alice Decorações, Micheliny Martins, Oppa, Papilio Tapetes, Ponteio Lar Shopping, Portobello Shop, Prima Linea, Prodomo, Quality, Smart Automação, Talento Jóias, Templuz, Tempori, Tom Sobre Tom e Uniflex.

Segundo Renato Tomasi, idealizador do festival, o formato de Design Tour e ciclo de palestras com participação de nomes consagrados, que fez sucesso nas edições anteriores, permanece firme nesta edição.

Flávia Freitas

Onde fotografar

E aí! 🙂 Tudo bom?

Por causa da minha profissão, muita gente me pergunta quais os melhores lugares para fotografar aqui em BH e região.

Por isso, resolvi separar um tempinho para dizer os lugares que mais me deixam à vontade, tanto pelo visual, como pelo dinheiro, tendo em vista que em muitos locais vocês deve arcar com um custo para realizar a sessão.

Pra começar, sou apaixonada com o mirante da Serra da Moeda! Aquele lugar que tem um restaurante incrível que todos já ouviram falar: Topo do Mundo!

Topo do Mundo Foto Lana Chaves

Topo do Mundo Foto Lana Chaves

Topo do Mundo Foto Lana Chaves
Topo do Mundo Foto Lana Chaves

Você paga somente 2 reais para entrar na área de voo livre, onde as pessoas pulam de parapente, e pode ficar lá atéééé depois do sol se pôr.

Um lugar que descobri recentemente é o Mirante da Serra do Rola Moça! Fica a caminho de Casabranca! É só pegar aquela entrada para o Posto do Chefão, na BR040! Lugar super tranquilo e com uma vista maravilhosa!

Rola Moça Foto Lana Chaves
Rola Moça Foto Lana Chaves
Rola Moça Foto Lana Chaves
Rola Moça Foto Lana Chaves

Um ótimo lugar que muito belo-horizontino conhece é o distrito de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecida como Macacos!

Um vilarejo cercados de montanhas e rios, com muito restaurante bacana pra almoçar e jantar, é também um excelente  local para fotografar!

Recentemente descobri uma estradinha cercada de pinheiros de chamou minha atenção!

Macacos Foto Lana Chaves
Macacos Foto Lana Chaves
Macacos Foto Lana Chaves
Macacos Foto Lana Chaves

Pra fechar,  uma foto atrás do Hospital Hilton Rocha, ali no Mangabeiras! Pertinho da praça do Papa!

Alto do Mangabeiras Foto Lana Chaves
Alto do Mangabeiras Foto Lana Chaves

Tem muito lugar bonito por aqui! =)

Beijos,

Lana Chaves

Fotógrafa, 28 anos

Empregadas: elas trabalham direito?

Novela Cheias de Charme Foto TV Globo/Divulgação
Novela Cheias de Charme Foto TV Globo/Divulgação

Você está satisfeita com o trabalho de sua empregada doméstica?

Todo profissional é contratado para executar determinado tipo de trabalho e recebe por isso. A empresa escolhe o candidato no processo de seleção, sabendo que ele executará o serviço da melhor maneira possível, pois é bom, capaz, competente, preparado. Existe um contrato de trabalho e ambas as partes cumprem seus deveres: o funcionário executa bem suas tarefas, a empresa paga seu salário em dia. Ninguém está fazendo favor.

O mesmo ocorre quando contratamos uma funcionária para trabalhar em nossa casa. Será mesmo? Acho que não é bem assim. O contrato de trabalho de uma empregada doméstica, ou secretária do lar, como muita gente gosta de chamar, é mais importante, porque envolve um quesito que em empresa não conta tanto: a confiança.

Abrimos a nossa casa, nossa intimidade, nossos bens pessoais e os deixamos à mercê de uma pessoa desconhecida. Damos um voto de total confiança. Na maioria das vezes temos que sair para trabalhar e passa horas em nossa casa, sozinha, fazendo o que quiser.

Tive uma emprega por 15 anos. Fui sua madrinha de casamento. Ela me ajudou muito e vice-versa. Mas no fim, acho que já estava cansada e falava mal de mim com sua mãe, ao telefone, sem a menor cerimônia. Minha filha estava em casa e escutava tudo. E mesmo reclamando não pedia para ir embora. Acabou saindo por questões pessoais.

Depois que ela saiu, decidi que teria diarista. Com freqüência, tinha que pedir coisas que, no meu entendimento, fazem parte de uma limpeza normal de uma casa, como por exemplo arrastar móveis para varrer embaixo e atrás deles. Limpar interruptor e parede quando estiverem sujos, etc.

Não estou generalizando. Conheço muitas empregadas e diaristas de amigas minhas excelentes. Estou contando um caso que aconteceu comigo. Se eu trabalhasse na empresa da forma com a empregada trabalhava aqui em casa, já estaria desempregada há anos. Claro que a dispensei. Mas estou com uma moça que vem uma vez por semana.

As pessoas que me acompanham sabem que, na última quinta-feira, minha filha se mudou. Foi para Anagé, sertão da Bahia, ser missionária. Foi uma loucura fazer as malas. Primeiro, as caixas de mudança levando utensílios para casa, que foram levadas antes. Depois, as malas com suas coisas pessoais. Foi um faz e refaz enlouquecedor, por causa do peso máximo permitido.

O resultado foi um quarto extremamente bagunçado. No sábado, fui arrumar tudo e no domingo decidi dar uma limpa no quartinho de “empregada”, que nunca teve essa finalidade. Estou chocada até agora. Não vou descrever o que encontrei lá, mas tinham três sacos de lixo. Coisas que eram para ser jogadas fora e a diarista deixou lá por meses. Não tem explicação. Fora a sujeira que o espaço e o banheiro anexo estavam.

Bom, já está comprovado que não executam as tarefas que foram contratadas para fazer. Agora, tem outro problema: o horário de trabalho. Desde que a profissão foi regulamentada – não estou reclamando disso –, elas só podem trabalhar oito horas por dia. Em residências não tem relógio de ponto e a maioria das donas de casa não está por lá quando a empregada vai embora. Como comprovar se a pessoa chegou na hora e cumpriu sua jornada?

A cada semana vou me aventurar em um cômodo da casa. Vamos ver o que mais encontro. O bom é que à medida que dou a faxina, faço uma limpeza tirando coisas que não usamos mais. Com isso o volume para doações aumenta. E ainda faço um bom exercício físico. O jeito é fazer o joguinho da Poliana: ver o lado feliz de tudo.

Isabela Teixeira da Costa

Luta contra o tabaco

no smokeHoje, 31 de maio, é celebrado mais um Dia Mundial de Luta Contra o Tabaco, considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável em todo o mundo.

A sociedade pressiona cada dia mais para que as pessoas parem de fumar. Outro dia, fui a uma festa na casa de uma amiga fumante. A maioria dos convidados fumava e todos estavam com seus cigarros acesos, a noite toda, dentro do apartamento. Depois que foi sancionada a lei que proíbe o fumo em ambiente fechado, ainda não tinha ido a nenhum local com tantas pessoas fumando ao mesmo tempo. Saí de lá defumada. Quando entrei no carro, tive que abrir a janela para não empestear tudo. Parecia que eu tinha fumado horrores. Lembrei-me da época em que todos os jornalistas fumavam na redação. Que alívio que não é mais assim.

A maioria dos governos toma medidas para combater o vício, como proibição de propaganda, embalagens com advertências quanto aos riscos do fumo – a maioria nem liga para as imagens e alguns até fazem piadas –, aumento dos impostos, campanhas antitabagistas, etc. Porém, para os fumantes, abandonar o vício parece uma missão quase impossível e, na maioria das vezes, desanimadora.

O ator Leonard Nimoy, o famoso Dr. Spock da saga Jornada nas estrelas, faleceu em fevereiro de 2015, aos 83 anos, depois de uma longa batalha contra várias doenças pulmonares ocasionadas pelo fumo, incluindo enfisema pulmonar, bronquite, asma e câncer de pulmão. Sua luta para alertar seus fãs a pararem de fumar durou mais de 30 anos. Ele disse: “Eu parei de fumar 30 anos atrás. Não foi cedo o suficiente. Não é fácil parar de fumar, mas tentem sempre até conseguir, quanto mais rápido, melhor.”

Tinha um amigo que morreu de enfisema pulmonar. Quando estava internado, com uso de oxigênio, tirava a máscara para fumar. Fumou até o último dia de vida. Outro dia, conversava com um primo, fumante inveterado. Disse-me com toda a certeza: “Se um médico me falar que estou doente e se parar de fumar terei dois anos de vida, se continuar terei oito meses, prefiro viver oito meses fumando.”

Fico impressionada com este tipo de opção. Nunca fumei. Talvez seja por isso, por não saber o que é ter um vício e tentar me livrar dele. Porém, tomo como base minha mãe. Fumou quase 50 anos. Uma vez, decidiu parar. Guardou um maço de cigarros na gaveta do criado e não acendeu mais nenhum. De repente. Depois de seis anos, voltou a fumar. Fumou por anos. Certo dia, começou com uma tosse, foi ao médico, fez exames e não deu nada, tudo limpo. O médico sugeriu que ela parasse de fumar. Obedeceu. Nunca mais fumou. Sempre foi determinada.

Conheço muitos ex-fumantes e todos eles falam que ainda sentem desejo de fumar. Também conheço muitos fumantes que dizem querer parar, porém só ter o desejo não adianta. É preciso ter força de vontade e, se necessário, ajuda de psicólogo, especialista e até mesmo medicação. Tudo isso porque a nicotina é a substância que produz a dependência química mais forte de todas as drogas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Um cigarro tem mais de 4.700 substâncias tóxicas que prejudicam a saúde. Elas não afetam apenas o fumante, mas também todas as pessoas que estão em volta: os fumantes passivos. Fumantes têm mais chance de ter câncer de pulmão, infarto, bronquite e enfisema pulmonar e derrame cerebral do qualquer outra pessoa.

O Inca sugere que a pessoa parar de fumar de uma vez, como minha mãe fez, é a melhor maneira. Mas também pode parar de forma gradual, reduzindo o número de cigarros ou adiando a hora de fumar o primeiro do dia. Porém, o método gradual não pode ultrapassar duas semanas.

Creio que vale a pena parar de fumar, porque sei que morte por falta de ar é muito dolorosa, e nenhum vício merece nos levar a isso. Ainda está em tempo.

 

Isabela Teixeira da Costa

Uma agressão a todas as pessoas de bem

Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

O mundo está estarrecido com a barbárie do estupro coletivo cometido contra a adolescente carioca de 16 anos.

Ela foi violentada fisicamente, mas o ato cometido por mais de 30 homens agrediu a todas as pessoas de bem. A agressão continuou a cada vídeo divulgado, cada comentário agressivo tentando culpá-la e mais ainda, na demora do delegado em tomar alguma atitude.

Não é à toa que a vítima disse: “Não dói o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes”.

Os agressores se exibiram nas redes sociais se gabando do que tinham acabado de fazer, dizendo: “30 engravidaram”. O Artigo 241 da Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, do Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe fotografar e divulgar menores de idade em cena de sexo ou nudez. A pena é de três a oito anos de reclusão. O rapaz que filmou e postou na rede social foi à delegacia, declarou ser o responsável por isso. Entrou sorrindo, dando tchauzinho para as câmeras. Saiu sério, afirmando que provou sua inocência. Qual inocência se foi ele quem publicou as imagens? Era para ter ficado detido.

A vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, declarou: “O gravíssimo delito praticado contra essa menor – mulher e, nessa condição, sujeita a todos os tipos de violência em nossa sociedade – repugna qualquer ideia de civilização ou mesmo de humanidade”.

“Não pergunto o nome da vítima: é cada uma e todas nós mulheres e até mesmo os homens civilizados, que se põem contra a barbárie deste crime, escancarado feito cancro de perversidade e horror a todo o mundo. (…) Nosso corpo como flagelo, nossa alma como lixo. É o que pensam e praticam os criminosos que haverão de ser devida e rapidamente responsabilizados”.

Este rapidamente, ministra Cármen Lúcia, já está demorando bastante. Já identificaram quatro ‘suspeitos’. Por que não pediram a prisão preventiva?

O que choca mais neste crime? As mais de 500 curtidas no post do vídeo? Os inúmeros comentários de apoio aos 30 machões? As centenas de pessoas recriminando a adolescente dizendo que ela foi culpada? O delegado perguntando se a moça tinha costume de fazer esse tipo de coisa, como a menor relatou em entrevista, ontem à noite, ao Fantástico?

Outro ponto triste nessa história toda é saber que a menina não falaria nada por medo e vergonha. Só tomou coragem incentivada pelas mais de 800 denúncias feitas por pessoas que viram o vídeo postado pelos executores. Isso precisa mudar nas vítimas. Vítima, é vítima. Não, é não. Violência, é violência. Temos que parar de pensar com essa cabeça machista de achar que a mulher tem culpa do olhar do homem sobre ela. Não tem. As mulheres que forem violentadas têm que dar queixa o mais rápido possível. Quem deve se envergonhar desse ato tão covarde é o homem.

Estuprador pega qualquer moça, pode estar andando na rua, saindo da igreja ou dentro da escola. Pode estar de gola rolê e saia longa. Nada justifica tal agressão.  No caso desse crime, se fosse um único estuprador já seria uma atrocidade, mais de 30 não dá para descrever. Só de pensar, embrulha o estômago.

Quando fui repórter de polícia era sabido que nem os presos gostavam de estupradores. E estou falando de ladrões, assassinos, gente barra pesada. Todos se davam bem, porém, quando chegava um estuprador… A vida dele na cadeia ficava bem complicada. Hoje, não sei como é.

Este não foi o primeiro caso. Em maio de 2015, quatro adolescentes entre 15 e 17 anos foram amarradas, estupradas, espancadas e jogadas de um penhasco de mais de 10 metros de altura, no Piauí. Elas foram encontradas com vida, socorrida e levadas ao hospital. Uma delas morreu dez dias após o crime. Um homem de 40 anos foi preso como mentor da barbárie e quatro adolescentes, também entre 15 e 17 anos, participaram do crime.

Na entrevista ao Fantástico, a vítima disse que quer justiça, esquecer tudo e seguir em frente com a vida. Uma coisa que ajuda é o fato de a terem dopado, pois ela não se lembra de tudo o que fizeram. Tiraram o delegado do caso, assumiu Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima. Fica a esperança de um trabalho mais ágil, humano e menos machista. Todos juntos na campanha #contraaculturadoestupro.

Isabela Teixeira da Costa

Sobrancelhas mais volumosas

Uma das coisas que mais me chama atenção em um rosto são as sobrancelhas. Elas emolduram os olhos, arrematam, enfeitam.

Sempre gostei de sobrancelhas mais grossas, naturais. Quando entrou a moda de pinçá-las muito finas meu coração cortava quando via moças lindas se auto destruindo para ficar dentro do padrão exigido na época.

O pior é que os fios desta parte do corpo não são iguais aos cabelos da cabeça que nascem de novo. A tendência é não crescerem mais. Portanto, quando a moda passa, a sobrancelha continua fina.

Agora, o que estamos vendo circulando por aí, são modelos e celebridades com o formato natural e levemente delineado para as sobrancelhas, ou seja, o uso da pinça diminuiu bastante.

A modelo Alessandra Ambrósio, a cantora Demi Lovato e a atriz Maria Casadevall são exemplos desse novo estilo. Para Luzia Costa, especialista em estética e fundadora da Sóbrancelhas a moda vai demorar um pouco a pegar: “Ainda é difícil para muita gente, aceitar o formato próprio. Cada vez mais recebemos clientes buscando a sobrancelha de alguma famosa, mas sempre explicamos que o design perfeito é aquele que acompanha o formato natural do rosto”.

Minha sobrancelha estava com algumas falhas que corrigia com lápis. No final do ano passado, uma tia, que mora no norte de Minas e é esteticista, veio passar as férias conosco e aproveitou a oportunidade para fazer um curso de preenchimento de sobrancelha fio a fio. Minha irmã e eu nos prontificamos para sermos as cobaias. Não podíamos deixá-la ir embora sem testar seus conhecimentos em seres humanos – só tinha testado em máscaras. Ficaram lindas e sempre recebo elogios.

Em minha opinião, uma das coisas que mais prejudica o formato das sobrancelhas é o Botox. As mulheres exageram na testa, paralisa a musculatura em excesso e a sobrancelha fica muito arqueada. Fica muito feio.

Para quem deseja adotar o visual mais natural, seguem algumas dicas:

  • Aproveite o seu desenho natural, não tente arquear, diminuir ou afinar.
  • Tire somente os excessos com a pinça, aqueles que fogem muito do contorno principal. Dessa forma, você não corre risco de afiná-la.
  • Use uma vitamina para auxiliar o crescimento dos pelos. O Minoxidil é o mais conhecido. A Sóbrancelhas desenvolveu um sérum indicado para cílios e sobrancelhas fracos ou pouco espessos. Seu composto contém extrato de Jojoba, emoliente e umectante.
  • No caso de falhas, use um lápis universal para preencher o desenho de forma bem sutil. Lembre-se de passar somente das áreas falhadas e não marcar muito o contorno, isso vai tirar o ar de naturalidade que buscamos.

Isabela Teixeira da Costa

Olhe para você mesmo

psicologia1Por que o autoconhecimento é tão difícil? Por que as pessoas fogem delas mesmas?

É bíblico. Em Mateus capítulo 7, versículo 3 está escrito: “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?”

A dor física não exige uma interpretação. Provoca simplesmente uma reação. Uma dor no corpo leva ao médico. Atualmente, marcar consulta em consultório demora meses, a solução é ir para o pronto atendimento hospitalar, lotado e aguardar horas na fila de espera.

Alguns, mais exagerados ou pessimistas já ficam imaginando o pior, até receberem a notícia que não se trata de nada grave. Mas são raras as pessoas que, mesmo sentindo dor, ignoram o sintoma e tocam a vida para a frente como se nada estivesse acontecendo.

Infelizmente, o mesmo não ocorre quando se trata de questões mais abstratas, mas nem por isso, menos importantes. Angustia, desânimo, irritabilidade, insônia, falta de apetite, ansiedade, apatia, indecisão, medo, insegurança, pessimismo, vazio são sentimentos que não devem ser ignorados.

Não podemos generalizar. Se uma pessoa sempre foi indecisa, isso faz parte de sua personalidade e do seu jeito de ser. Porém, se algum dos sintomas acima começa a aparecer é preciso procurar um médico, e neste caso a especialidade indicada é um psicólogo ou psicanalista.

Falei a palavrinha desesperadora. Muita gente acha que fazer um tratamento psicológico ou uma terapia significa estar louco. Não, não está. Quer dizer, simplesmente, estar passando por uma fase de estresse e deve se tratar, descobrir a causa do seu sofrimento.

Em alguns casos, o psicólogo indicará uma ajuda psiquiátrica para que o paciente receba uma ajuda medicamentosa. Pronto, aí o desespero ficou completo. Quando se fala em psiquiatra muita gente pensa em doido varrido, daqueles de jogar pedra em avião, que vai ter que levar choque, ser internado. Nada disso. Em alguns casos será necessário o uso de um ansiolítico ou antidepressivo por um período, e só médico especialista deve receitar.

Alguns psiquiatras também fazem terapia durante o tratamento, porém outros apenas receitam os medicamentos. Isso não é o ideal, pois o remédio dá o alívio necessário, mas não descobre a causa, o fator que está provocando na pessoa todo o mal-estar. Por isso a terapia é tão importante. Os dois tratamentos devem caminhar juntos.

Nada melhor do que o autoconhecimento. Quando isso ocorre, conseguimos enfrentar e superar os problemas que surgem, ou pelo menos, conviver com eles sem que nos afetem de maneira que nos tirem do prumo.

Tenho uma irmã psicanalista, e das boas, Regina Teixeira da Costa. Sei disso por seus clientes. Por incrível que pareça, muitos deles me contam quando encontram comigo: “sou cliente de sua irmã, ela é ótima”, ou “sua irmã me curou, sou outra pessoa”. Acho muito engraçado porque no meu entender, isso era para ser sigiloso. Regina nunca contou para ninguém quem é ou não seu cliente, não comenta nada do que acontece em seu consultório. A ética exige.

Fico orgulhosa. Deve ser muito gratificante ver um ser desabrochar, vencer seus medos, traumas, superar barreiras. Fico me perguntando por que certas pessoas têm tanta resistência para se tornarem melhores. Por que tanta gente gosta de sofrer? Por que não se dão a chance de ser feliz?

Certa vez uma amiga me disse: “Tenho medo de fazer análise e descobrir o mal que minha mãe me fez e parar de gostar dela”. Será que isso poderia acontecer? Ou ela enxergaria o que a mãe fez, resolveria as consequências disso em sua vida, e amaria sua mãe, apesar de tudo. Afinal, pais são pessoas limitadas e erram porque não puderam fazer melhor.

 

Isabela Teixeira da Costa

A gastronomia vai além da cozinha

Gleice /MasterChef/Reprodução
Gleice /MasterChef/Reprodução

Gosto muito de assistir programas de culinária. Sempre que posso estou ligada. Um deles é o MasterChef.

O programa começou no Reino Unido, mas era o da Austrália que passava na TV. Gostei e continuei seguindo a franquia dos outros países.
Acompanhei quando começou o do Brasil. Estranhei um pouco a postura rígida dos jurados e o tratamento agressivo por parte deles com os participantes – nos outros programas eles são mais delicados –, mesmo assim continuei assistindo. Fui entendendo, vendo que em alguns momentos são até carinhosos.
Este ano, começou a terceira edição. Entre os participantes entrou uma menina tímida, com uma história de vida sofrida, a Gleice: na semana da seleção tinha perdido um irmão assassinado.
Foi bonito ver sua trajetória, não por ela cozinhar muito bem, mas pelo seu crescimento pessoal. O chef Henrique Fogaça mostrou à caçula da turma como ter mais confiança em si mesma com um gesto de bater no peito e dizer: “vem ne mim”. O que ela repetia a cada prova.
No dia 4 de maio, Gleice ficou entre as piores junto com a participante Gabriella Palinkas. Gleice sempre foi uma das mais frágeis. Gabriella, por outro lado, era um exemplo. Organizada, disciplinada e perfeccionista. Em uma prova de macarons foi eliminada. A prova pedia macarons de três cores diferentes, Gabriella apresentou apenas uma, mas saborosa. Gleice, as três, porém incomíveis. Para os jurados a tarefa não foi cumprida por Gabriella e foi eliminada.
A decisão causou polêmica nas redes sociais. Os telespectadores ficaram indignados e acusaram os jurados de protecionismo por causa da história de vida de Gleice.

Sanduiche vencedor Foto Band/Reprodução
Sanduiche vencedor Foto Band/Reprodução

O fato é que ela ficou, mas na última terça-feira, 24, foi eliminada por causa de um sanduiche. Foi, sem dúvida nenhuma, uma noite cheia de emoção. Todos choraram: jurados e participantes, exceto a eliminada Gleice que, apesar de emocionada, estava sorrindo, feliz, dizendo a todos que o programa salvou sua vida, se referindo ao momento de vida que estava passando.
“Foi um aprendizado, uma escola, eu só tenho a agradecer. Independente da competição, eu precisava disso. Saio daqui outra pessoa. Eu só tenho que levar daqui coisas boas, o programa realmente me fez crescer. Eu estou saindo feliz, porque coloquei minha alma”, declarou Gleice emocionada.
O fim do episódio foi muito emocionante e, com certeza, deve ter tocado também muito dos telespectadores, apesar de a eliminação ter sido justa. Isso mostra que a gastronomia ensina muito mais do que cozinhar.

MasterChef Brasil
Terça-feira, 22h30, Band
Sexta-feira, 19h30, Discovery Home & Health

Isabela Teixeira da Costa